Fanfic: Desde sempre. | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner
Fátima ofegava, exausta, mas com um sorriso nos lábios. Completamente nua, ela estava deitada de barriga pra cima e as duas mãos em cima do umbigo. Ainda estava em transe, mas com os olhos abertos. Deitou a cabeça para o lado e olhou pra William. Ele olhou pra ela também e sorriu. Não conseguiu falar nada, mas virou-se de lado e jogou a coxa em cima das pernas dela. Apoiou o cotovelo no chão e deitou a cabeça na palma da mão. Ficou olhando para Fátima sem parar, com uma cara de apaixonado que derreteu o coração dela. Ela deslizou o dedo pelos lábios dele, que salpicou beijinhos estalados nos dedos dela.
- Que foi? – ela questionou, sorrindo.
William sacudiu a cabeça.
- Tentando encontrar a palavra que descreve o que acabou de acontecer, eu acabei concluindo que o que te define ainda não foi inventado.
Ela soltou uma gargalhada.
- De todas as formas que imaginei meu natal desse ano, essa não passou nem perto das hipóteses que cogitei.
- Quais eram as outras? – ele questionou, acariciando os cabelos dela.
- Sei lá, talvez... comendo, ou... abrindo presentes. Ou enchendo a cara. Eu podia pensar tudo, menos que eu estaria pelada numa casa na árvore com meu melhor amigo.
- Só isso? – ele pareceu um pouco decepcionado.
- Não. E tendo feito amor com ele de um jeito que... nunca fiz com ninguém.
- Isso é... bom?
Ela riu. Se aproximou dele, passando a mão no peito dele.
- Esse foi o melhor de toda a minha vida. Não que eu tenha uma vasta experiência...
William riu.
- Eu sei de todas as suas experiências.
- Mas vai fingir que não sabe, pra não estragar o momento.
- Não preciso fingir. Isso não muda absolutamente nada pra mim. Nada nunca vai estragar o que nós temos. – ela sorriu.
Fátima puxou o pescoço do William pra si e beijou-o, com muito carinho.
- Queria tanto passar a noite toda aqui com você. – ela disse, baixinho.
- Então passa. Eu tô aqui e você também. – ele riu, ironicamente.
- PÁRA de falar as coisas da boca pra fora. Você sabe que não podemos. Não estamos sozinhos, seus pais estão lá e os meus também.
- E se a gente for lá e buscar edredons e travesseiros? Podíamos dizer pra eles que vamos dormir aqui essa noite, eu tenho certeza que não vão nem ligar.
- E a gente vai dormir onde, no chão?
- Não, aqui as caminhas. – ele apontou para as bases de madeira, fixadas nas paredes.
Ela riu.
- William, não cabe nem um terço de você nessa cama. Mal ta cabendo nós dois aqui dentro dessa casa inteira! Que horas são?
Ele esticou o braço e alcançou o celular.
- Uma hora da manhã.
Ela arregalou os olhos.
- Meu Deus! Se veste, precisamos subir.
William esfregou o rosto, inconformado. Mas era fato, precisavam voltar antes que sumissem tempo demais pra conseguirem convencê-los com uma desculpa qualquer. Se vestiram rapidamente, rindo da cara um do outro por não conseguirem ficar em pés dentro da casinha. Desceram juntos e subiram, retornando para a casa. Fátima foi com os sapatos na mão. Vez ou outra, montava nas costas de William, alegando que estava com as pernas doendo. Avistaram a casa e tentaram disfarçar a falta de fôlego de tanto caminharem. Pouco antes de chegarem nas escadas que acessavam a varanda, William puxou Fátima pela cintura, encostando-a no corpo dele. Deu dois passos para o lado e prensou-a na parede da casa, no escuro do jardim.
- Shhhhhhh, não fala nada. – ele disse tapando a boca dela, antes que ela tentasse impedi-lo de agarrá-lo.
- Me solta, seu pivete!
- Não. – ele riu na cara dela.
Nem esperou que ela falasse mais nada. Beijou a boca dela lentamente, fazendo Fátima perder o fôlego. Ela retribuiu, acariciando a nuca dele. Ele finalizou o beijo com dois selinhos, o mais silencioso que ele pôde.
- Só pra ir dormir com o seu gosto... – ele cochichou no ouvido dela.
Ela sorriu, arrepiada. William desencostou-se dela, abrindo caminho para que subissem juntos pela escada e adentrassem a casa.
Fátima subiu na frente e ele imediatamente atrás. A casa ainda estava toda acesa e barulhenta. Quando entraram pela sala, todos estavam acordados, os homens jogando truco na mesa de jantar e as mulheres se deliciando com um brigadeiro com pedaços de damasco.
- Onde vocês estavam, crianças? – perguntou a avó de William.
- Na casa da árvore. – William respondeu.
Fátima se sentou ao lado da mãe, no sofá.
- O QUÊ? Se embrenhando nesse mato a essa hora da madrugada? Pelo amor de Deus, meu filho, vocês não tem juízo? – a mãe esbravejou.
William franziu a testa.
- Ih, mãe, relaxa.
O pai de William gritou, da sala ao lado.
- E aí, como está lá? Gostaram da reforminha que fiz?
- Sim, está muito bacana, pai. Bem pitoresca. E calorenta. – ele olhou pra Fátima maliciosamente. Ela se arrepiou com a lembrança tão próxima dos dois nus e molhados de suor, deitados no chão. E aqueles pensamentos, por mais que ela tentasse, não saíam da mente de Fátima, por nenhum segundo daquela noite.
***
Eram três da manhã. Fátima estava na cama, com os olhos abertos olhando para o teto naquele quarto escuro. Na cama ao lado, o pai roncava e a mãe tentava conter, dando cotoveladas nele, vez ou outra. Da sua cama, Fátima conseguia ver através da fresta da porta que ainda haviam luzes acesas no restante da casa. Ouviu os saltos da mãe de William bater no chão de madeira do corredor. Ela apagou as luzes uma a uma e, em seguida, entrou no quarto. A casa era um silêncio absoluto. Apesar de exausta, Fátima não conseguia dormir. Se remexeu na cama, afofando o travesseiro. Fechou os olhos, buscando desesperadamente uma fresta de sono. Ouviu o telefone vibrar, no criado-mudo. Abriu os olhos imediatamente e estendeu a mão para pegá-lo.
Tô pegando fogo nessa cama lembrando de nós dois...
Ela sorriu, sacudindo a cabeça.
Bebe água.
Ele respondeu, no minuto seguinte.
Não é qualquer água que me apaga o fogo.
Fátima bocejou, sentindo o cansaço bater fortemente, mas completamente excitada com aquela conversa. Lutou contra o sono, mas foi em vão. Sentiu seu corpo se desligar lentamente e caiu em um sono profundo, com o celular aceso na mão. Dormiu com a lembrança do cheiro e do calor do corpo de William inebriando-a. Mal podia esperar pra senti-lo novamente.
***
O retorno no dia seguinte foi depois do almoço. A manhã estava levemente nublada, como era bem comum naquela região. Por isso, não desceram pra piscina, permaneceram em casa, com uma manhã bem agitada e barulhenta. Mesmo que não fossem de fato, eram por afeto uma grande e unida família. Os pais de Fátima foram os primeiros vínculos de amizade que os pais de William tiveram assim que se mudaram com os filhos para o Rio de Janeiro. Fora uma fase difícil e atribulada, muito pela lenta e delicada adaptação que eles temiam que as crianças sofressem. Mas isso acabou não acontecendo. A família de Fátima os acolheu de forma tão calorosa, que isso refletiu plenamente no futuro deles, que fincaram raízes na cidade por escolha própria. E a amizade, ao longo dos anos e com a intensa aproximação dos filhos, acabou se consolidando ainda mais ao longo dos anos.
Tanto Fátima quanto William retomavam com o trabalho no dia seguinte e isso justificou a partida precoce daquele rancho, que eles desejavam verdadeiramente permanecer por vários e vários dias. Almoçaram todos juntos e seguiram, rodovia afora. Como de costume, Fátima apagava e dormia por todo o percurso. William nem se incomodava mais de dirigir sozinho. Olhava pra ela, vez ou outra, e admirava-a ressonando ao seu lado. Era mágico e assustador o que ele estava sentindo por ela. Era intenso demais para o curto intervalo de tempo em que aquele sentimento brotou em seu coração. Mas ele não tinha medo e nem reservas. Estava completamente entregue àquela relação, como nunca esteve antes em sua vida.
O carro estacionou pouco a frente da portaria do prédio de Fátima. William olhou pelo retrovisor e viu o carro dos pais dela entrando pelo portão da garagem. Esperou que eles sumissem de seu campo de visão. Girou o pescoço para o lado e ela ainda dormia profundamente, com a cabeça apoiada no vidro. Ele olhou ao redor e conferiu se havia algum possível vizinho ou conhecido dela transitando por ali. Agradeceu mentalmente por ser feriado e as pessoas estarem todas reunidas dentro de suas respectivas casas. William estendeu o braço e acariciou a bochecha de Fátima, encaixando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. Fátima se remexeu, mas não abriu os olhos. Ele sorriu consigo mesmo e inclinou-se pra frente, salpicando beijos no pescoço e no maxilar dela. Fátima respirou fundo e franziu a testa, abrindo lentamente os olhos. Girou a cabeça e olhou pra ele. William abriu um largo sorriso, que a fez se desmanchar por inteira, mesmo sonolenta. De todas as formas de ser despertada de um sono, aquela era indiscutivelmente a melhor. Ela se espreguiçou e ajeitou os cabelos, se sentando ereta no banco do carro. William observava-a, em silêncio. Fátima correu os olhos por fora do carro e se deu conta de que já haviam chegado em casa.
- Já? – ela disse, desafivelando o cinto de segurança.
Ele soltou uma risada.
- Adoro você falando “já”. Fazem duas horas que estamos viajando.
Ela sorriu.
- Eu e esse meu sono desmedido em viagens. – ela esfregou o rosto.
- Já me acostumei, não me lembro de uma única viagem que você não tenha desmaiado.
Fátima sacudiu a cabeça, se esgueirou até o assoalho do carro para calçar as sapatilhas. Ela olhou pra ele e notou que ele mordia levemente no lábio inferior. Ela sentiu-se estremecendo por inteira. Conhecia bem aquela expressão. William deu uma última olhada ao redor do carro. Uma família atravessava a rua para o lado contrário do prédio de Fátima. Eram completos desconhecidos, o que o encorajou a não mais reprimir os seus desejos. Virou-se pra frente de supetão, soltou o cinto com apenas um clique rápido na trava e jogou o corpo em direção ao de Fátima, colando a boca na dela. Deslizou a mão pela coxa dela, exposta pelo minúsculo shortinho jeans que ela usava. Ele sentiu a pele dela se arrepiar na palma de sua mão. Cravou as unhas na parte interna da perna dela e arranhou-a suavemente. Fátima passeou com os dedos pela nuca dele, terminando atrás da orelha. Correspondeu ao beijo com o mesmo fervor que ele. De olhos fechados, ela sentia a mão de William percorrer-lhe cada canto de sua coxa, de forma muito erótica e excitante. O toque dele despertava nela um tesão que nem ela própria conseguia mensurar para si mesma. Foi inevitável lembrar-se da noite anterior, seus corpos colados e completamente nus, entregues um ao outro de todas as formas possíveis. Fátima concluiu, naquele momento, que saboreava um sentimento muito maior do que ela já vivera antes. Sentimento no qual ela não sabia se conseguiria viver sem, a partir dali. Mas sentindo o cheiro e a respiração de William, ela teve certeza. Ele era o amor de sua vida.
Caminhando até a sacada, a mãe de Fátima estava com um jarro de água nas mãos, intencionada a molhar os vasinhos de flores que possuía decorando a varanda do apartamento. Nem se dera conta de que Fátima chegou com William imediatamente ao mesmo tempo que eles, mas nenhum dos dois subiu. Era comum a filha demorar a subir por estar lá embaixo com William, fosse conversando, rindo ou ouvindo músicas no som do carro. Enquanto ela umedecia a terra do vaso controlando o fluxo de água que derramava do jarro, involuntariamente correu o olhar para a calçada. Sentiu a mão bambear e deixou que regador se espatifasse no chão. Pelo párabrisa, pôde ver Fátima e William se beijando ardentemente, como um casal de namorados. Ela arregalou os olhos e permaneceu observando. Uma onda de alegria e empolgação tomou conta do coração da mãe de Fátima. Ela abriu um sorriso discreto, se abaixou pra pegar o jarro no chão e retornou pra dentro do apartamento, surpresa e verdadeiramente feliz.
Autor(a): bonemerlove
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Quatro dias se passaram. A falta de tempo sufocava a vontade louca que Fátima e William tinham de ser ver. Fátima precisou fazer uma rápida viagem a trabalho, de apenas um dia, e se empenhava em uma reportagem sobre os alagamentos na região serrana do Rio de Janeiro. Ficava na redação até muito tarde da noite, em uma tentativa ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 29
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beatriz_cartilho Postado em 11/02/2015 - 20:58:16
Ahh não acredito que acabo , mais eu amei o final *_*
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bia_jaco Postado em 11/02/2015 - 20:25:07
Aiiiin não acredito que a fic já acabou :( bom mais nada dura né?Quero que saiba que essa fic vai para o meu coração como todas suas,amooo!!Parabéns mais uma vez.Beijos moça linda
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bia_jaco Postado em 22/01/2015 - 21:19:06
Geeeeeeeeeeeeeeente que capítulo é esse?Sei mais nem o que dizer....amo amo amo!!!
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bia_jaco Postado em 19/01/2015 - 14:50:40
Lindos demais!!Amei muito o capítulo
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beatriz_cartilho Postado em 12/01/2015 - 22:01:14
Que lindo amei!!!
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jurb Postado em 12/01/2015 - 18:58:58
Que lindo! *-*
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bia_jaco Postado em 12/01/2015 - 18:19:54
Lindo lindo lindo o capítulo.Finalmente falaram as 3 palavrinhas mágica.Amei o capítulo!!
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bia_jaco Postado em 02/01/2015 - 19:12:16
aaaaaaaaaaaaaaaa como tem coragem de parar o capítulo assim?Quero maaaais!!Posta maaaaais!
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bia_jaco Postado em 30/12/2014 - 18:10:08
Estava morrendo de saudade da fic.Amei o capítulo!!Quero maaaaaaais :)
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star.20 Postado em 22/12/2014 - 18:03:27
Por que ta demorando tanto pra posta outro capítulo? Desistiu?