Fanfics Brasil - Capítulo 19 Desde sempre.

Fanfic: Desde sempre. | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner


Capítulo: Capítulo 19

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Quatro dias se passaram. A falta de tempo sufocava a vontade louca que Fátima e William tinham de ser ver. Fátima precisou fazer uma rápida viagem a trabalho, de apenas um dia, e se empenhava em uma reportagem sobre os alagamentos na região serrana do Rio de Janeiro. Ficava na redação até muito tarde da noite, em uma tentativa de concluir o quanto antes o seu trabalho e poder descansar, finalmente. Chegava em casa quase meia noite, exausta e com a cabeça explodindo. Comia rapidamente os lanchinhos que a mãe preparava e deixava-os em cima o fogão, esperando por ela. Se sentia muito agradecida, mas em grande parte das vezes, comia apenas pra não fazer desfeita. Deseja mesmo era chegar e cair na cama, depois de um banho relaxante. Claro que uma mensagem ou rápidas ligações de William sempre antecediam seu sono e acalentavam seu coração.


Com William, não era muito diferente. Apesar da quantidade esmagadora de trabalho também, bem comum em períodos de fim de ano, ele tinha horários mais fixos e quase não pegava plantões em horário extras. Em casa, sozinho no fim do dia, ele pensava nela quase na totalidade do tempo. Sentia vontade de pegá-la no colo e fazê-la relaxar. Sentia saudades de vê-la dormir e acordar ao seu lado. Queimava de desejo de fazer amor com ela novamente. Por enquanto, só martelava em na lembrança daquele natal muito mais que especial. Mas falar com ela ao telefone e ouvir sua voz o fazia um bem imenso, mais do que ela poderia imaginar.


Sexta-feira, fim de tarde. A virada do ano seria na segunda-feira seguinte. Era por volta de 18hrs. Fátima entrava em casa, com a sacola do presente de amigo oculto da redação. Cansada, mas agradecida por ter finalmente concluído sua reportagem com sucesso. Era o primeiro dia de descanso, depois uma semana atribulada. Ela cruzou o corredor até o próprio quarto, pendurada com a bolsa e algumas sacolas. A mãe saiu do quarto dos pais, que era ao lado.


- Ô filha, que bom que você chegou! Terminou mais cedo hoje?


- Terminei tudo, mãe, graças a Deus! Estou livre pra descansar!! – ela jogou as sacolas na cadeira do quarto e se jogou na cama, de barriga pra cima e braços abertos.


A mãe sorriu.


                - Ótimo! Não suportava mais ver você se matando a semana inteira, minha filha... Você está até pálida, acho até que emagreceu...


Fátima riu.


                - Que isso, mãe! Também não é assim, eu estou acostumada a essa rotina maluca. Eu estou bem.


                - Então... Eu já ia te ligar, mas ainda bem que você chegou... Eu e o papai estamos saindo de viagem pra Campos, pra casa da sua tia. Mas voltamos para o Reveillon, só vamos passar o fim de semana. Nem convidamos você porque eu já sei que você não gosta muito de ir pra lá, principalmente porque está cansada demais pra viajar, não é mesmo?


Ainda deitada na cama, ela respondeu olhando pra mãe.


                - É, realmente... Estou afim de ficar em casa, descansar... Mas ótimo vocês irem, é bom que vocês passeiam e se divertem. Eu vou ficar bem por aqui. Fique tranqüila. – ela esboçou um sorriso.


A mãe não mencionou absolutamente nada a respeito de ter visto Fátima aos beijos com William no carro, há dias atrás. Quis respeitar a privacidade e o direito da filha contar a ela quando quisesse.


O pai de Fátima buzinou o carro, estacionado em frente a sacada do apartamento, em uma tentativa de apressar a esposa. Ela rapidamente abraçou a filha, pegou a bolsa e se dirigiu até a porta da sala. Fátima acompanhou-a, ouvindo as recomendações que ela fazia todas as vezes que viajava.


- Tem fruta na geladeira e deixei uma lasanha congelada pra você jantar. Qualquer coisa que precisar, me liga, hein?


- Tá, mãe, não se preocupe. São só dois dias.


Ela chamou o elevador e retornou até a porta pra se despedir da filha. Abraçou-a e finalizou, com um tom de apreensão.


                - Descansa, Fátima. Se alimente bem e aproveite pra repor as suas energias. – Fátima concordou com a cabeça, sorrindo. Mas fazer um sutil comentário foi mais forte que a mãe. – Ah, e... se achar necessário, ligue pro William vir fazer companhia pra você. Ficarei mais tranqüila sabendo que você está bem. – ela encerrou dando uma piscadela para a filha.


Fátima franziu a testa e fez menção de falar algo. Mas a mãe não permitiu, tratou de entrar no elevador e descer, deixando-a com a confusa: “Porque ela disse isso? Será que...” Fátima sacudiu a cabeça antes de concluir o pensamento. Não pode ser. Não teria como ela saber, até porque não deram nenhuma brecha na frente dos pais. Trancou a porta da sala e tratou de ir pro banho. Mas uma pontinha de alerta permaneceu na sua cabeça, mesmo enquanto ela relaxava sentindo a água quente se dissipar por todo o seu corpo. E junto com aquele banho, toda a tensão que a carga excessiva de trabalho acumulou nela se esvaía também. Mas havia algo que ainda estava latente no coração de Fátima: a saudade descompassada de William.


 


***


 


                Passava das 11 da noite. Esparramada na cama de seu quarto, Fátima passava canais aleatoriamente na TV. Deu leves e rápidos cochilos ao longo daquela noite solitária, perdeu ligeiramente a noção do tempo. Conseguia ouvir, de dentro de seu quarto, vozes das pessoas abaixo de sua janela e movimentação de muitos carros indo e vindo pela rua. Era uma sexta-feira agitada, principalmente por ser véspera de festa de fim de ano. Fátima se levantou da cama e foi até a janela. Se debruçou sobre ela e observou a rua. Não sentiu vontade alguma de sair de casa naquela noite, mas estava levemente entediada. Alcançou o telefone na mesinha de canto, para olhar que horas eram. Notou que ele estava desligado, com a bateria descarregada. Providenciou um carregador e se deitou novamente na cama, escorando-se em uma pilha de travesseiros. Se assustou ao ver que já eram quase meia-noite. Deu pela falta de William. Haviam duas mensagens dele, que ela ainda não havia lido. Sentiu seu coração palpitar sutilmente.


 


Oi?


 


...


 




 


                Fátima sorriu. Discou o número dele. Enquanto o telefone chamava, ela aguardava com um frio na barriga atípico, mas delicioso de se sentir. No quinto toque, a voz dele, fazendo-a se arrepiar.


 


- Alô?


- Ainda se lembra de mim? – ela disse.


William riu. Ela achou aquela risada um charme e se reprimiu em pensamento: “Pára Fátima, que bobagem!”.


                - Me lembro de uma coisa, apenas...


Ela sorriu, consigo mesma.


                - É? De quê?


                - Que depois desse meu Natal com você, Papai Noel ta valendo menos que uma paçoca mordida.


Fátima gargalhou.


                - Que horror! Que ingrato!


Ele riu.


                - Como você está?


                - Agora bem. Mas foi uma semana puxadíssima.


                - Eu sei... Eu imagino, pelo que você vêm me falando esses dias todos. Terminou, finalmente?


                - Graças a Deus, já era hora, né? O mais complicado foram as entrevistas. Demandaram tempo e MUITA paciência. Mas deu tudo certo, acho que fiz um bom trabalho.


                - Eu tenho certeza que sim. Você vai me deixar ler em primeira mão?


                - NÃO! Só quando sair a edição da semana que vem!


                - Poxa...


Fátima respirou fundo. Não pensou muito, deixou que a sua vontade repentina falasse mais alto.


                - Na verdade, eu liguei pra fazer uma proposta.


                - Opa! – ele ficou em silêncio. – Fala!


                - É... – Fátima hesitou, mas prosseguiu. – Eu... estou sozinha em casa.


                - E...? – ele demonstrou empolgação na voz, mas foi reticente.


                - E eu pensei que você poderia vir pra cá me fazer companhia... Se você estiver afim ou não tiver compromisso. É... é isso que os amigos fazem, não é mesmo? – ela foi sutilmente irônica.


                - Seus pais só saíram ou eles... viajaram? – ele estava quase eufórico.


                - Eles viajaram.


William sorriu.


                - Quer dizer então que... você acaba de me fazer uma proposta um tanto quanto... indecente, é isso?


                - O “indecente” é por sua conta. Você topa?


                - QUÊ? Se eu topo? Você jura que não sabe a resposta?


Ela riu.


                - Não demora. – e desligou o telefone, sem esperar que ele respondesse.


 


Fátima jogou o telefone para o lado, fazendo com que ele quicasse no colchão da cama. De olhos fechados, pensou: “Fiquei maluca!”. Mas não se arrependeu. Respirou fundo e notou que sentia seu coração já disparado, a espera dele. Levantou-se e vestiu um macaquinho boyfriend claro, desfiado e que deixava-a muito sexy e despojada ao mesmo tempo. Por baixo, vestia uma regata branca. Se olhou no espelho de todos os ângulos e concluiu que estava adequadamente vestida para recebê-lo. Foi até a cozinha, embrulhou uma garrafa de vinho em um papel-toalha encharcado de água e colocou-o no congelador, para gelar mais rápido. Fuçou a geladeira, encontrou alguns queijos e amendoins. Em uma travessa de acrílico, dispôs os petiscos. Correu até a mesinha de centro na sala e colocou a bandeja com as taças. Tacou umas almofadas no tapete, ligou a TV e deixou as luzes ligeiramente na penumbra. Tentou criar um ambiente acolhedor, mas não muito sexy à primeira vista, pra que William não notasse logo de cara. Riu de si mesma. Principalmente porque estava agindo como uma adolescente, sentindo um leve tremor e suor nas mãos ao esperar por ele. Sentou-se no sofá, beliscou uns amendoins pra dispersar a ansiedade. Alguns minutos depois, o interfone tocou. Fátima saltou do sofá, em um ímpeto. Correu em disparada até o espelho do quarto, ajeitou o cabelo e borrifou um pouco de perfume. Voltou pra sala, puxou o gancho do interfone e autorizou a entrada de William para o porteiro. Na cozinha, rapidamente arrancou o papel toalha da garrafa vinho. Observou pela fresta da porta, aguardando a luz do corredor acender, acionada pelo sensor de presença. No silêncio o hall, ela pôde ouvir o elevador se abrindo e os passos de William se aproximando da porta. Engoliu seco e foi até a porta. Girou a chave, destrancando-a. Puxou a maçaneta e abriu a porta na frente de si. Ela perdeu o fôlego com a visão. Ele estava parado, encostado no batente da porta, com as duas mãos no bolso. Usava um jeans justo e azulado, uma camiseta salmão, demarcando os músculos do braço dele. O perfume de William pairava fortemente no ar. Ele estava maravilhoso e abriu um sorriso malicioso e indescritivelmente charmoso pra ela. A saudade que sentia dele martelava com toda força no coração dela. Sentiu uma vontade incontrolável de agarrá-lo, se pendurando ao redor do pescoço dele e beijando-o ardentemente. Agradeceu mil vezes a si mesma por ter tido a iniciativa de ligar e convidá-lo para estar com ela naquela noite. Agradeceu também pelo exato momento em que decidiu se entregar a ele, de corpo e alma. Não se lembrava de sentir antes, por qualquer outro homem, aquela inquietação desesperada e aquele desejo descabido. Fátima então sorriu, mordendo nos lábios. Olhou no fundo dos olhos dele e disse:


                - Entra. 



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Autor(a): bonemerlove

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 29



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  • beatriz_cartilho Postado em 11/02/2015 - 20:58:16

    Ahh não acredito que acabo , mais eu amei o final *_*

  • bia_jaco Postado em 11/02/2015 - 20:25:07

    Aiiiin não acredito que a fic já acabou :( bom mais nada dura né?Quero que saiba que essa fic vai para o meu coração como todas suas,amooo!!Parabéns mais uma vez.Beijos moça linda

  • bia_jaco Postado em 22/01/2015 - 21:19:06

    Geeeeeeeeeeeeeeente que capítulo é esse?Sei mais nem o que dizer....amo amo amo!!!

  • bia_jaco Postado em 19/01/2015 - 14:50:40

    Lindos demais!!Amei muito o capítulo

  • beatriz_cartilho Postado em 12/01/2015 - 22:01:14

    Que lindo amei!!!

  • jurb Postado em 12/01/2015 - 18:58:58

    Que lindo! *-*

  • bia_jaco Postado em 12/01/2015 - 18:19:54

    Lindo lindo lindo o capítulo.Finalmente falaram as 3 palavrinhas mágica.Amei o capítulo!!

  • bia_jaco Postado em 02/01/2015 - 19:12:16

    aaaaaaaaaaaaaaaa como tem coragem de parar o capítulo assim?Quero maaaais!!Posta maaaaais!

  • bia_jaco Postado em 30/12/2014 - 18:10:08

    Estava morrendo de saudade da fic.Amei o capítulo!!Quero maaaaaaais :)

  • star.20 Postado em 22/12/2014 - 18:03:27

    Por que ta demorando tanto pra posta outro capítulo? Desistiu?


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