Fanfics Brasil - Capítulo 21 Desde sempre.

Fanfic: Desde sempre. | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner


Capítulo: Capítulo 21

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                Emoldurando a cintura fina e o quadril, um vestido branco sereia todo de renda com decote tomara-que-caia. Na linha das coxas, o forro era interrompido e a renda descia transparente até os pés. O espelho refletia uma imagem estupidamente linda de Fátima. Ela ajeitava o cabelo, como o último retoque de sua produção. Estava com a maquiagem leve nos olhos, mas na boca usava um batom vermelho, em um tom carmim. Era réveillon. Ela jantou com os pais e avós em casa e se preparava para sair com William. No coração, a típica ansiedade e nervosismo. Mas também, uma felicidade imensa que quase não cabia em si.


                Ela ouviu o telefone vibrar em cima da cama. Era ele e ela estremeceu imediatamente, saltando em cima do celular. Leu a mensagem dele.


 


 


Saindo de casa. Pronta?


 


 


Ela digitou rapidamente a resposta.


 


 


Pronta. Pode vir.


 


 


Ela abandonou o telefone e respirou fundo, fechando a bolsinha de mão que levaria para a festa. Eram 10 da noite. Calçou os sapatos e caminhou até a sala, para se despedir de todos os familiares que estavam na casa dela naquela noite. O apartamento estava cheio. Ela correu os olhos por todo o ambiente. Tios, primas e avós se espremiam no sofá, em uma tentativa de ficarem todos voltados para a TV. Foi inevitável assistir a cena das priminhas jogando as almofadas no tapete e não se lembrar que ali foi o exato lugar onde ela fez amor com William loucamente a noite toda, há dois dias atrás. A lembrança lhe causou espasmos e um arrepio na espinha. Uma das priminhas se aproximou, correndo e abraçando as pernas de Fátima.


- Você está parecendo uma princesa, sabia?


Fátima sorriu.


                - Obrigada, meu amor! – ela acariciou o rosto da menininha.


Abraçou a todos, se despedindo e justificando que iria para uma festa de comemoração pela virada do ano. Foi até a cozinha. A mãe tirava da geladeira uma sobremesa de morango. Olhou pra ela e questionou.


                - Ué filha, já vai? Não vai comer um pouquinho de mousse?


                - Não vai dar tempo... Mas não se preocupa, mãe... amanhã eu como.


A mãe concordou com a cabeça.


                - Você está linda, meu amor.


A filha sorriu.


                - Obrigada!


                - Vá então, antes que vocês se atrasem e peguem muito congestionamento para estacionar.


Fátima permaneceu parada, em frente a mãe. Olhou ao redor e viu que estavam sozinhas na cozinha. As pessoas estavam todas entretidas na sala, conversando e rindo alto. Fátima respirou fundo e reuniu toda a coragem que pôde.


                - Mãe...


A mãe olhou pra ela


                - Oi.


                - É... eu queria te falar uma coisa, é... – ela abaixou a cabeça. – Eu... bom, não sei nem por onde começo a explicar... eu... – ela pausou, mas prosseguiu. - Eu estou apaixonada. – os olhos dela brilharam ao olhar pra mãe.


                - Você não precisa explicar nada. – a mãe sorriu e pegou nas mãos de Fátima. – A única coisa que eu quero é que você seja feliz, minha filha. E eu sei que você já está. Porque ele sabe te fazer feliz como ninguém. Ele sempre te fez. Desde sempre.


As lágrimas brotaram nos olhos de Fátima e ela as segurou com toda força. Sorriu e abraçou forte a mãe, aliviada e extremamente feliz por ouvir aquelas palavras da boca dela.


                - Feliz ano novo, mãe! Obrigada por tudo. Mesmo! – ela fechou os olhos, deixando as lágrimas escorrerem discretas pelo seu rosto.


                - Feliz ano novo pra você também, amor. Que cada ano de sua vida seja melhor que o anterior. Você merece.


                - Amém! Pra todos nós! – Fátima se desvencilhou dos braços da mãe, enxugou uma lágrima tentando não borrar a maquiagem e sorriu. – Vou descer e esperar lá na portaria. Ele já deve estar chegando.


                - Vá sim e tomem cuidado. Aquela região do Píer Mauá é perigosíssima.


Fátima concordou com a cabeça. Saiu da cozinha, deu um tchau coletivo para todos na sala e desceu. Aquela conversa com a mãe fez com que uma paz e uma tranqüilidade imensas invadissem seu coração. Mas aquela paz rapidamente deu lugar a uma inquietude e um frio na barriga, ao parar na frente de seu prédio e esperar por William. Poucos minutos se passaram, mas para ela duraram mais que uma eternidade. O tremor nas mãos se iniciou, assim que ela viu o carro dele dobrando a esquina em direção ao prédio. Fátima respirou fundo e desceu dois degraus em direção a calçada. Ele nem estacionou, apenas parou o carro no meio da rua e ligou o pisca alerta do carro, enquanto aguardava por ela. Fátima abriu a porta do passageiro e entrou no carro. Girou o pescoço e olhou pra ele. Como já era de se esperar, ele estava absurdamente lindo e cheiroso. Usava um jeans escuro e uma camisa branca de linho, com as mangas dobradas até a altura do cotovelo. Com uma mão no volante e a outra no câmbio, ele sorriu pra ela, olhando-a dos pés à cabeça. Fátima retribuiu o sorriso, bateu a porta do carro, afivelou o cinto e se recostou no banco. Notou que William continuava parado com o carro. Ela olhou pra ele e questionou.


                - Vamos?


Ele concordou com a cabeça, rindo da objetividade dela. Respondeu:


                - Vamos.


Ele arrancou com o carro, mordendo na boca e sem conseguir desfazer aquele sorriso nos lábios.


 


                O trânsito até o porto foi relativamente intenso. Não tão grande quanto esperavam, mas muito maior do que gostariam de enfrentar. William interrompeu o silêncio.


                - É... eu gostaria de te falar uma coisa, mas quero muito que você entenda e não fique magoada. É que... simplesmente eu não pude fazer nada. – William diz.


Fátima franziu a testa e questionou.


                - Que foi?


                - É que... eu não contei pro meus colegas que estarão na festa de réveillon sobre... nós dois. Não contei, não porque não quis e sim porque não pude. Ninguém pôde levar namorada e nem esposa e... por esse motivo, muitos deles nem irão na festa. Eu nem tinha pego as cortesias pra mim, então duas acabaram sobrando e meu chefe me ofereceu. Eu disse que só iria se pudesse levar você e, como todos por lá já te conhecem, inclusive ele, ele me disse que sim, que seria um prazer que você fosse. Me desculpa por ter te avisado isso só agora, eu acabei me esquecendo, cara... completamente! Você entende? – ele olhou pra ela, apreensivo.


Fátima sacudiu a cabeça e olhou pra ele.


                - Ai, William... Que bobagem! É lógico que eu entendo! – ela sorriu de lado e acariciou a coxa dele.


                - Que bom! Eu fiquei preocupado, achando que você poderia pensar que eu estou tentando esconder e NÃO É ISSO! De jeito nenhum!


                - Eu sei. Eu não estou pensando nada disso. Relaxa...


                - Ótimo, então. Até porque, você sabe muitíssimo bem que ainda não inventaram nesse mundo nada que nos impeça de dar uma escapulida, quando a gente quer... – ele piscou um olho e Fátima se arrepiou. Mas ela decidiu entrar no jogo dele.


                - A casa da árvore que o diga.


William gargalhou. Mordeu na boca e sorriu pra ela. Ele respirou aliviado e continuou dirigindo. Aquela realmente seria uma noite incrível e movimentada.


 


***


 


                Dois holofotes sinalizavam a entrada da festa. Fátima e William foram recepcionados pela hostess, que os encaminhou para o lounge vip dos patrocinadores. Caminhando pelo píer, Fátima pôde reparar o quanto estava lindo, todo iluminado e decorado com flores e pequenas mesas de petit fours. Era encantador ver como aquele local mudou e se tornou uma referência de uma revitalização bem sucedida. O casarão do Píer Mauá era muito defasado e degradado, sempre com um muitos pedintes e muita sujeira. Se tornou uma obra linda, restaurada e bem característica como patrimônio histórico do Rio de Janeiro.


 


 



 


 Logo na entrada do lounge, receberam pulseirinhas personalizadas. Todas as mulheres, logo na entrada do camarote, recebiam também uma delicada coroa de flores naturais, muito bonita, em tons de rosa pink e rosa claro. Fátima encaixou-a na cabeça, com os cabelos longos e negros totalmente soltos, descendo por trás de seus ombros. Olhou pra William, sorrindo.


                - Gostou?


Ele acariciou a bochecha dela discretamente, em meio a multidão de pessoas que entravam.


                - Você está maravilhosa! Como sempre. - ela sorriu agradecida.


O lounge estava indescritivelmente lindo e com uma decoração muito arrojada. Era climatizado, então estava todo envolto por um alambrado de vidro, que permitia a todos verem a parte externa da festa, sem perderem o conforto do ar condicionado. Lá dentro, uma mesa redonda com frios e algumas frutas. Imensos e lindos lustres contornavam o centro do ambiente. Fátima observou que estavam presentes várias personalidades locais, como políticos influentes e artistas. No fundo, uma grade, proporcionando a visão do mar e da ponte Rio-Niterói, pouco a frente, toda iluminada. Dali, conseguiriam uma visão privilegiada do show pirotécnico.


 


 


 



 


 


 


Ao lado de William, ela caminhava atenta a tudo ao seu redor. Reunidos em alguns sofás, os colegas de trabalho dele estavam sentados, servindo-se de whisky com gelo. Logo que os viram, eles acenaram e então, William e ela caminharam até lá. Fátima correu os olhos e notou que Mendes, o chefe de William, estava presente. Viu algumas das colegas de trabalho dele, que ela já conhecia. Todas as mulheres usavam a mesma coroa que ela havia ganho na entrada. De repente, ela se deparou com o inesperado: Luiz Cláudio se levantou de um dos puffs, aguardando pra cumprimentar William. Fátima fechou os olhos e mentalmente pensou: “Ai meu Deus!”. Por mais que os dois não se falassem há meses, ela temia que ele se insinuasse e colocasse-a em uma saia justa, o que era BEM possível que acontecesse. Mas agiu naturalmente, sorriu e cumprimentou a todos simpaticamente. Luiz Cláudio se aproximou dela, sorrindo. William estava exatamente ao lado de Fátima, presenciando a cena.


                - Oi, linda! Quanto tempo, hein? – ele se inclinou pra frente e deu um beijo demorado no rosto dela e segurou-a pela cintura.


                - É, pois é... – Fátima tentou se esquivar, dando dois passos pra trás, de forma sutil para que ele não notasse.


William encarou os dois, mas desviou o olhar e procurou não transparecer. “É só uma cordialidade.”, pensou, tentando convencer a si mesmo e controlar o próprio ciúme. Respirou fundo e sentou-se ao lado de Fátima, na ponta oposta de onde estava Luiz Cláudio no sofá. A música, naquele momento, era um som ambiente, bem discreto e agradável. Fátima aguardou que todos se distraíssem. Bebericando uma taça de champagne, ela perguntou sem olhar pra William.


                - Você sabia que o Luiz Cláudio estaria aqui?


                - Não... ele está de férias do trabalho, achei até que estivesse viajando...


                - É... ótimo jeito de descobrirmos que ele não está. – ambos riram sutilmente.


Era quase incontrolável a vontade que William sentia de beijá-la, especialmente quando ela sorria. O sorriso de Fátima iluminava a ela própria e a tudo que estava ao redor dela. Ele sentiu uma necessidade imensa de falar aquilo a ela. Achou que era o momento propício para isso. Discretamente e sem que ninguém ouvisse, ele cochichou.


                - Acho que eu nunca te disse o quanto o seu sorriso irradia uma luz quase solar. – Fátima girou o pescoço e olhou pra ele, com os lábios carnudos vermelhos cor de sangue. – Justamente por esse motivo que eu gosto de andar do seu lado. Porque assim, quando você brilha, eu pego um bronze.


Fátima soltou uma gargalhada e sacudiu a cabeça. Ele conseguia tocar profundamente o coração dela com um comentário aparentemente bobo, mas que fazia toda a diferença no que se tratava do quanto ele era delicado e sensível. E perfeito, sob medida de tudo o que ela sempre sonhou em um homem. Era engraçado pensar que ele esteve o tempo todo em sua frente e ela nunca notou. Se lamentou por não ter percebido antes, mas agradeceu por ter percebido a tempo. A tempo de viver com ele cada momento que já havia vivido. E de poder sonhar com um futuro, que ela só conseguia planejar incluindo William. Somente ele.


 


***


 


                Contagem regressiva para a virada do ano. O representante da equipe de eventos que organizava todos os anos o réveillon do Píer Mauá entoou com o microfone uma mensagem de boas vindas para o novo ano que se aproximava. Quando o enorme telão marcou no cronômetro 00:00 horas, centenas de fogos explodiram no céu, sendo refletidos pela água escura do mar. As pessoas comemoravam, estouravam champagnes e se abraçavam, felizes, empolgadas e esperançosas de um ano ainda mais positivo e promissor do que todos os anteriores.


Fátima e William estavam de frente um para o outro. Ao redor deles, todas as pessoas celebravam a chegada do novo ano, recebendo e desejando felicitações uns aos outros. Mas os dois estavam alheios a todo o entorno, apenas se olhavam, desejando fortemente se tocarem e se beijarem ardentemente naquele momento que era tão especial pra ambos. Não era a primeira virada que passavam juntos e nem seria a última. Mas era a única que viviam tendo descoberto um sentimento desconhecido e inesperado em seus corações. Era a única em que olhavam um para o outro de uma forma completamente diferente do que já experimentaram com qualquer outra pessoa. E de todas as vezes que pensaram serem eternas, aquela era a primeira em que realmente desejavam a eternidade.


William deu um passo pra frente e jogou-se pra cima dela, trespassando os braços ao redor da cintura de Fátima. Encostou a bochecha na orelha dela e inspirou com força o cheiro dos cabelos dela, que fazia um bem incalculável a ele. Fátima fechou os olhos e aproveitou cada milésimo de segundo daquele abraço apertado e caloroso, que só ele sabia dar na medida certa. Em voz baixa, ele sussurrou no ouvido dela.


- Eu te amo...


Fátima sorriu, com o coração disparado.


                - Eu também. Muito.


E com suas respectivas taças de champagne, eles brindaram. Brindaram a todos os momentos que ainda viveriam um ao lado do outro. A todos os percalços que já tiveram que superar para estarem ali, livres e podendo esperar por um futuro juntos. Ao amor deles, que se renovava a cada dia, quando se percebiam completos na presença do outro. E a essa felicidade que sentiam juntos, que mal cabia no coração. Aquela noite prometia terminar como uma das mais inesquecíveis de suas vidas. Mas aquele era apenas o início das muitas surpresas que ela ainda reservava.  



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Autor(a): bonemerlove

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 29



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  • beatriz_cartilho Postado em 11/02/2015 - 20:58:16

    Ahh não acredito que acabo , mais eu amei o final *_*

  • bia_jaco Postado em 11/02/2015 - 20:25:07

    Aiiiin não acredito que a fic já acabou :( bom mais nada dura né?Quero que saiba que essa fic vai para o meu coração como todas suas,amooo!!Parabéns mais uma vez.Beijos moça linda

  • bia_jaco Postado em 22/01/2015 - 21:19:06

    Geeeeeeeeeeeeeeente que capítulo é esse?Sei mais nem o que dizer....amo amo amo!!!

  • bia_jaco Postado em 19/01/2015 - 14:50:40

    Lindos demais!!Amei muito o capítulo

  • beatriz_cartilho Postado em 12/01/2015 - 22:01:14

    Que lindo amei!!!

  • jurb Postado em 12/01/2015 - 18:58:58

    Que lindo! *-*

  • bia_jaco Postado em 12/01/2015 - 18:19:54

    Lindo lindo lindo o capítulo.Finalmente falaram as 3 palavrinhas mágica.Amei o capítulo!!

  • bia_jaco Postado em 02/01/2015 - 19:12:16

    aaaaaaaaaaaaaaaa como tem coragem de parar o capítulo assim?Quero maaaais!!Posta maaaaais!

  • bia_jaco Postado em 30/12/2014 - 18:10:08

    Estava morrendo de saudade da fic.Amei o capítulo!!Quero maaaaaaais :)

  • star.20 Postado em 22/12/2014 - 18:03:27

    Por que ta demorando tanto pra posta outro capítulo? Desistiu?


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