Fanfics Brasil - Capítulo 22 Desde sempre.

Fanfic: Desde sempre. | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner


Capítulo: Capítulo 22

1829 visualizações Denunciar


                Madrugada adentro, as pessoas já dançavam freneticamente no centro do lounge, que virou uma espécie de boate. William, Fátima e o restante dos colegas de trabalho dele conversavam divertidamente. Estava sendo uma noite agradabilíssima e muito animada. William se afastou e foi até o banheiro, que estava cheio e tumultuado. Fátima ficou junto com o grupo, segurando sua taça de champagne. Se distraiu, conferindo as horas no celular. Sentiu alguém se aproximando de si e tocando seu ombro. Quando olhou pro lado, viu Luiz Cláudio parado ao lado dela.


                - Já te disseram que você está um abuso de linda hoje? – ele questionou, maliciosamente.


Fátima refletiu sobre o que responderia. Decidiu ser sincera o máximo que pôde, na esperança de que isso afastasse-o.


                - Já. – ela foi firme e bebericou sua bebida assim que terminou de falar.


                - Ah, é? Muitos admiradores assim?


Fátima bufou por dentro.


                - O suficiente.


Ele sorriu e se aproximou perigosamente dela. Fátima deu um passo pra trás, se distanciando levemente.


                - Você sumiu de mim. Nunca mais respondeu as minhas mensagens... Mas estar com você no primeiro dia do ano é um excelente sinal de que esse ano promete. – ele piscou um olho pra ela.


Fátima ignorou, ajeitou o cabelo e desviou o olhar. Luiz Cláudio permaneceu ao lado dela, como um guarda-costas, segurando o copo do whisky. William veio caminhando, retornando do banheiro. Chegou a ver Luiz Cláudio conversando com Fátima e ficando ao lado dela, como se fosse seu acompanhante. Não ficou nem um pouco satisfeito, mas não tomou nenhuma atitude. Antes que pudesse retornar ao seu lugar perto de Fátima, foi interceptado por Mendes, o chefe, que o abordou e engatou em um assunto que parecia não ter fim. William não tirava os olhos de Fátima e Luiz Cláudio, mas tinha que se desdobrar pra ouvir e dialogar com o chefe, que já estava levemente alterado com a quantidade absurda de whiskys. E os minutos passavam. Mendes fazia recorrentes piadinhas com o resto do pessoal, intercalando com a conversa com William. De repente, ele gritou por Luiz Cláudio e William rapidamente girou a cabeça, curioso pra saber do que se tratava.


                - Ei, Luiz! Tem meia hora que você está conversando com a moça, que diabos você tanto fala? No meu tempo, tirar pra dançar era uma forma muito eficaz de conquistar as mulheres! – Mendes gargalhou.


William sentiu seu sangue ferver quase a ponto de sopitar. “Filho da mãe!”, pensou, bufando. Mas não podia fazer nada, não armaria um barraco no meio da festa na frente de todos os seus colegas de trabalho. Isso não combinava com ele.


- Pô, Mendes! Excelente idéia! – Luiz Cláudio se virou pra Fátima. – Vem dançar comigo? - Fátima hesitou. Sacudiu a cabeça.


- Não, Luiz Cláudio, melhor não. Eu... – ele a interrompeu, puxando a pela mão.


- Poxa, é só uma dança, nada de mais. Vem... – ele disse, puxando-a sutilmente.


Fátima coçou a cabeça. Olhou pra William. Ele estava conversando com o Mendes. Lançou um olhar pra ela, que ela não soube decifrar. Era um misto de raiva com uma sensação de impotência por estarem numa situação como aquela em público. Ele puxou-a pelo braço e a conduziu até o meio da pista de dança. Fátima imediatamente se arrependeu de ter aceitado o convite pra ir para aquela festa de réveillon. Como foi que ela não presumiu que isso aconteceria? É claro que haviam grandes chances de que Luiz Cláudio estivesse presente e seria uma situação inevitável ele puxar assunto com ela, tentar uma reaproximação. Fátima se lembrava que ele chegou a enviar mensagens durante um tempo. Aos poucos, ela parou de respondê-las, até que ele desistiu. E em todas as vezes que Fátima imaginou encontrá-lo novamente junto de William, em nenhuma delas ela cogitou que ele seria insistente e intransigente. Bufou sozinha, com ódio daquela situação constrangedora.


                O DJ tocava Am I wrong (Link: https://www.youtube.com/watch?v=zKX_zR022QY). Luiz Cláudio dançava discretamente, quase se encostando nela. Fátima esquivava o tempo todo, não conseguia entender o que estava acontecendo que ele não se tocava. Concluiu que já estava bêbado demais pra ter ponderação e bom senso naquele momento. Ela olhava para os lados o tempo todo, sentindo uma agonia imensa, uma vontade louca de correr para os braços de William e esquecer-se daquele olhar que ele lançou a ela, pouco antes dela entrar na pista de dança acompanhada de Luiz Cláudio. Ela sentia vontade de mandar a todos para o inferno e berrar que a única pessoa que ela queria no mundo era William. Mas ela sabia que não podia fazer isso, não queria prejudicá-lo perante o chefe e a todos os outros colegas, denunciando que ele havia burlado uma norma da empresa para fornecê-lo as cortesias para a festa. Sabia que haviam condições pra que ela estivesse ali com ele. Ele pediu a ela que as respeitasse. E ele merecia que ela cumprisse-as, ela se comprometeu a isso. Então tratou de respirar fundo e reprimir apenas por mais algumas horas a vontade que estava de estar com William, livre e sem reservas. Dançou discretamente, sem um pingo de empolgação. Luiz Cláudio dava goladas em seu whisky, aparentando estar cada vez mais bêbado. O cheiro do perfume dele, que não era ruim, mas àquela altura, já causava náuseas em Fátima. Era um odor cítrico misturado com o cheiro de álcool. Mas ainda assim, ele era um rapaz muito bonito e atraente. Era alto, quase como William, tinha os cabelos castanhos bem claros, lisos e jogados para trás. Poderia se interessar por qualquer uma das centenas de mulheres presentes naquela festa. Mas por uma imensa ironia do destino, ele decidiu querer naquela noite justamente a que menos o queria em reciprocidade.


                Da ponta oposta do lounge do camarote, William estava em pé ao lado do chefe e de mais quatro colegas e conhecidos. Todos conversavam sobre um assunto que, em outras circunstâncias, interessaria a ele e atrairia sua atenção. Mas naquele momento, a cabeça e o coração de William estavam em um outro lugar, que nem ele mesmo sabia exatamente onde. Ele movia o pescoço, com o queixo levantado, correndo o olhar pela pista de dança, que estava ligeiramente longe dele. O coração pulsava aflito dentro do peito, por um total arrependimento de ter decidido ir aquela festa com Fátima. Imaginou verdadeiramente que ficariam juntos, conversando despretensiosamente, até que pudessem se ver livres de todos e curtirem a virada do ano somente os dois. Nem por um segundo, supôs que Luiz Cláudio e o chefe, mesmo que impropositalmente, se posicionassem entre ele e Fátima. E nem que ele passaria a noite se rasgando por dentro de ciúmes, vendo o colega assediar diretamente Fátima, deixando-a num beco sem saída. Ele não sabia o que se passava pela cabeça dela, mas tinha certeza, pelo olhar e o semblante dela durante todo o tempo, que a sua maior vontade era desaparecer dali como em um passe de mágica. Ele coçou a cabeça e tentou espairecer seus pensamentos. “Não é nada assim tão grave, afinal de contas. Eles só estão... dançando.”, ele repetia pra si mesmo.


 


 


                A pista começava a encher demais. Fátima abandonou a taça de champagne. Observava silenciosa enquanto Luiz Cláudio enchia a cara de whisky.


                - Vamos sair daqui, Luiz Cláudio? Vamos voltar lá pro lounge! – ela disse.


Ele investiu com o corpo, deitando a testa no ombro dela, sem abraçá-la. Fátima fechou os olhos e empurrou os ombros dele pra trás, mas não conseguiu se desvencilhar dele. Ouviu ele sussurrar:


                - Eu tô muito bêbado, cuida de mim? – ele permaneceu escorado nela.


                - Vamos sair do meio dessa muvuca, eu vou te levar lá pra perto do pessoal pra você se sentar um pouco, certo?


Ele levantou rapidamente a cabeça e olhou pra ela.


                - Não! Não quero que o Mendes me veja assim, ele é meu chefe! Depois eu vou virar motivo de chacota na redação e eu não quero. Por favor, me leva pra casa?


                - Não, eu não vou embora com você. Vem, eu vou pegar uma água. – ela o puxou pelo braço e caminhou à procura de um garçom.


Na parte externa, haviam uns futtons, que eram pequenas espreguiçadeiras com almofadas, com vista para a escuridão do mar. De lá, o som da pista de dança ficava mais baixo e era possível ouvir de longe o barulho dos shows que aconteciam todos os anos na orla da praia. Vários futtons estavam ocupados com casais de namorados abraçados. Tinha espaço suficiente para caberem apenas duas pessoas sentadas. Fátima encontrou um que estava vazio. Indicou pra Luiz Cláudio se sentar.


                - Senta aí. – ele obedeceu. – O garçom está ali, eu vou pegar uma água pra você. – ela deu cerca de cinco passos, alcançando um garçom. Voltou com uma taça na mão e entregou a ele. – Toma. Vai te fazer bem.


Ele deu uma longa golada na água.


                - Senta aqui comigo. – ele pediu, batendo a mão ao lado de si, indicando para que ela se sentasse.


                - Não, estou bem aqui. Obrigada. – Fátima respondeu, se escorando no guarda corpo de madeira, logo ao lado da espreguiçadeira. Permaneceu em silêncio, olhando para as ondas batendo firmemente no talude do píer.


 


 


 


            Imediatamente ao mesmo tempo, William não suportou a curiosidade e a preocupação. Eles estavam demorando muito naquela maldita pista de dança. Se sentiu ridículo por isso, mas um ímpeto mais forte que ele o tomou por completo. Ele deu duas batidinhas no ombro de Mendes e pediu licença. Caminhou até a pista de dança, se embrenhando no meio das pessoas. Olhava para todos os lados, como um radar, à procura de Fátima e Luiz Cláudio. No íntimo, temia que ele tentasse agarrá-la a força, contra sua vontade. Mas se reprimia fortemente por isso: “Porra William, ela não é de vidro, ela sempre soube muito bem se defender... Não subestime a capacidade dela.”, pensava consigo mesmo. Andou por toda a pista, sem encontrá-los. Coçou a cabeça e franziu a testa, tentando pensar em hipóteses que justificassem o paradeiro dos dois. Sentiu uma raiva imensa de tudo e de todos. Enfiou as mãos nos bolsos e correu o olhar pela passarela do píer. Nada, nem sinal. Saiu pela lateral da pista e caminhou em direção ao lounge novamente, completamente confuso. Deu uma última olhada para os lados. Parou imediatamente. Alguns metros a frente, viu Fátima parada de costas encostada no guarda corpo de madeira que circundava o píer. Não viu o rosto, mas ele era capaz de reconhecê-la em meio a uma multidão, mesmo que de longe. Ele deu alguns passos em direção a ela e, ao se aproximar, viu que Luiz estava sentado na frente dela, com um copo na mão. Franziu a testa e tentou não ser visto. Continuou se aproximando. Notou que daquela distância, conseguia ouvir o que eles conversavam. Então, se esgueirou atrás de uma pilastra decorada e ficou escondido, em uma atitude completamente impensada e irracional de bisbilhotar o assunto alheio, mas ele simplesmente o fez, sem pensar em nada e nem nas conseqüências.


 


 


 


                - Fátima... – Luiz Cláudio disse, em um tom suave. – O que foi que aconteceu?


Ela franziu a testa.


                - Como? – ela não conseguiu compreender.


                - Com a gente.


                - A gente? Em que sentido? Do que você está falando?


                - Nós dois. Porque foi que a gente não deu certo?


Ela sacudiu a cabeça.


                - Luiz Cláudio... nunca existiu “a gente”. Nós... ficamos uma única vez e foi só isso. Não tivemos nada além disso.


                - É, mas... eu me envolvi. Eu gostei de você.


                - Eu também gostei de você, mas... sei lá, as coisas... simplesmente acontecem quando elas tem que acontecer. E não era pra rolar entre nós nada além do que realmente rolou.


                - Mas eu sou da turma dos que “fazem acontecer” e não dos que “deixam acontecer”.


                - É, mas não dependia só de você.


                - E porque você não quis? O que foi que te espantou em mim?


Ela sorriu de leve e sacudiu a cabeça.


                - Você não me espantou. Eu sou assim, eu não me envolvo facilmente, eu estava em um outro momento, sei lá. Eu não sei te dizer o que houve exatamente. Mas cara, isso faz tanto tempo, eu não imaginei que você ainda se lembrasse disso ou pensasse sobre isso, eu... – ele a interrompeu.


                - É claro que eu me lembro. Eu sempre fui um cara que me apego facilmente, desde muito jovem. Preciso trabalhar isso em mim, mas até que isso aconteça...


                - Luiz Cláudio, foi UM beijo, UM. UMA única vez no fim de noite. Eu nunca mais nem te vi depois disso, é... desculpa, mas isso é surreal pra mim.


                - Não foi O BEIJO. Foi VOCÊ que me marcou, por vários motivos que eu talvez nem saberei enumerar aqui. Você é linda, é autêntica e tem personalidade. Fala o que pensa, é auto suficiente e independente. Você é o estilo de mulher que me agrada. Quando conheci você, me surpreendi porque eu sempre ouvia o William falar, mas eu nunca imaginei que você fosse como... você é. Pensei que era uma pessoa, sei lá... norma. E aí a gente se conheceu, conversamos muito e eu curti estar com você, ouvir você conversar, contar histórias. Achei que tivesse sido recíproco. Nós chegamos a conversar depois por mensagens e fôssemos nos encontrar novamente e começarmos a ter alguma coisa. Eu nutri esperanças quanto a isso e do nada você some, não responde minhas mensagens, não atende minhas ligações... Eu queria ter a oportunidade de encontrar você novamente. E fiquei muito feliz quando vi que você veio com o William. E você está tão linda, eu... Fiquei muito empolgado com a sua presença, mas dessa vez você... você está muito diferente. Distante, avessa e monossilábica. Apenas respondeu as minhas perguntas, levemente aérea e visivelmente fora de órbita, com o pensamento longe... Muito diferente da Fátima que eu conheci há meses atrás e que eu esperava encontrar hoje. O que foi que houve? Pode ser sincera, não precisa hesitar.


Fátima respirou fundo e desviou o olhar, completamente embasbacada. “Quando a gente pensa que não pode piorar...”, pensou consigo mesma, estafada com aquela conversa.


                - Luiz Cláudio... não houve nada. Sério. É que eu estou trabalhando pra caramba ultimamente, não estou numa fase que têm me permitido muitos momentos de lazer, então eu meio que perdi o foco de outras coisas, sei lá, deve ser isso... – ela não conseguiu convencer nem a si mesma com essa desculpa esfarrapada.


                - Ah, Fátima... por favor? Isso não justifica nada!


Ela revirou os olhos e olhou pra ele.


                - Luiz Cláudio, o que que é? Você vai me cobrar uma explicação agora, vai me encher de cobranças no primeiro dia do ano? Você jura?


                - Eu não estou te cobrando, eu só queria entender... – ele se levantou, ficando de frente pra ela.


Fátima tocou a própria testa com a ponta dos dedos. “Meu Deus, o que eu tô fazendo aqui com esse cara?”, indagou, irritada.


                - Você não tem que entender nada, eu não devo satisfações a você, Luiz Cláudio. Me desculpa por ser ríspida, mas poxa, eu não tenho explicações pra tudo que faço, muito menos pra tudo que sinto. Eu não consigo explicar nem pra mim mesma o que se passa no meu coração, que dirá pra você! Por favor, pare de me pressionar, essa conversa nem deveria ter acontecido.


                - Me desculpa, eu não quis te pressionar... Você tinha alguém, foi por isso?


                - Não, eu não tinha ninguém. Eu não sou esse tipo de mulher que se envolve com duas pessoas ao mesmo tempo.


                - Teve alguém depois?


                - Que diferença isso faz?


                - Faz toda a diferença. Você não demonstrar NENHUM interesse por mim de repente, é no mínimo estranho, não acha? Me evitou absurdamente a noite toda. – ele levantou o tom de voz.


Furiosa, Fátima gargalhou na cara dele.


                - Quer dizer então que só porque eu te dei UM beijo, UMA vez na vida, eu PRECISO, NECESSARIAMENTE querer te pegar todas as vezes que eu te vejo, caso isso não aconteça, eu tenho algum problema?  É isso?


                - Você mal CONVERSOU comigo, ficou toda preocupada, como se estivesse perto de mim querendo estar em outro lugar. Vocês mulheres são um pouco malucas, ás vezes. Você me deu provas concretas disso hoje.


Fátima quase não acreditou no que estava ouvindo. Sentiu o sangue encharcar seu cérebro, ficou cega de raiva. Furiosa, ela respondeu cuspindo as palavras na cara de Luiz Cláudio.


                - Você quer saber mesmo então porquê eu estava dançando com você aparentando querer estar em outro lugar? PORQUE EU QUERIA MESMO ESTAR EM OUTRO LUGAR. Eu não queria estar aqui assistindo você encher a cara de whisky e falar coisas aleatórias que não me chamavam o mínimo de atenção e nem me faziam rir. Eu não queria ouvir você dizer que estar aqui comigo nessa noite foi um sinal de que o ano “promete”. Eu não quero levar você pra sua casa, cuidar da sua ressaca e terminar na cama com você, é claro que é isso que você quer, mas isso é a última coisa que quero, não só hoje como em qualquer outro dia.


Ele ergueu o queixo e questionou, em um tom arrogante.


                - Porquê?


Fátima levantou o tom de voz.


                - PORQUE EU ESTOU APAIXONADA POR OUTRO HOMEM. Hoje e agora, mais do que em qualquer outra circunstância, é com ele que eu quero estar. Só ele fará valer a pena o ano que terminou e esse que está começando. Porque ele sabe, como homem nenhum, fazer uma noite qualquer ser especial e inesquecível. MUITO diferente de você, que é mais um daqueles estúpidos que acham que uma mulher está condicionada a sair à caça, SEMPRE. O seu ego inflado não permite que você aceite como justificativa simplesmente o fato de que EU NÃO TE QUERO. Não te quero hoje, não te quis naquela época e não vou te querer nunca, porque já chega desse machismo infundado e dessa insistência desrespeitosa que você e outros homens como você submetem as mulheres simplesmente por não saberem lidar com o fato de que nós não precisamos estar sempre acompanhadas pra estarmos bem com nós mesmas. É uma pena que eu precise esfregar isso na sua cara, se você tivesse um mínimo de sensibilidade e inteligência, já teria se tocado no início da noite com os vários sinais que eu dei.


Ele sacudiu a cabeça.


                - Esse cara que está com você é um babaca, Fátima. Ou então, a tola nessa história toda é você.


                - QUÊ? Como você OUSA falar isso sem conhecê-lo? – ela berrou.


                - Eu não preciso conhecê-lo pra saber que ele é um idiota. Basta olhar pra você. Você está sozinha na virada do ano, em uma festa cheia de gente bonita e solteira. Se ele tivesse um terço da inteligência que ele deveria ter pra merecer você, ele estaria aqui do seu lado, como eu estou agora. E como qualquer cara minimamente esperto estaria também. Ou seja, ele é um completo babaca.


Ela perdeu completamente a estribeira ouvindo aquilo, mas também olhando para a cara de arrogância e prepotência que Luiz Cláudio fazia, como se fosse dono da verdade e como se tivesse pleno conhecimento do que se passava.


                - Você não sabe do que está falando.


                - Eu sei, eu tenho plena convicção do que estou te falando.


Em um impulso, ela disse.


                - ELE ESTÁ AQUI SIM.


                - Como?


                - Ele está aqui comigo. É o William.


Luiz Cláudio arregalou os olhos e fitou-a, incrédulo.


                - O que você está dizendo?


                - VOCÊ ENTENDEU. O William é o... amor da minha vida. Eu demorei MUITO, MUITO a descobrir isso. Bendita foi a hora em que as nossas vidas se cruzaram . Ele foi a melhor coisa que já me aconteceu. Não existe nesse mundo alguém que conseguirá me separar dele, nem você com essas piadinhas ridículas, tentando me conquistar a qualquer custo, nem o chefe de vocês insinuando que eu e você formamos um belo casal e nem NINGUÉM, porque o que eu e ele temos, só nós dois entendemos e conseguimos mensurar a proporção que é. Nós estamos juntos SIM e eu não pretendo que isso mude NUNCA porque eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida como estou agora. – ela abaixou a cabeça, fechou os olhos e respirou fundo. Desviou dele e saiu ventando, indo para o lado contrário do lounge e se enfiando no meio da multidão de pessoas que haviam no deck do píer. Luiz Cláudio por sua vez, atordoado, girou o corpo e ficou de frente pra pista de dança, com o olhar vago, ainda pensando em tudo que ouvira da boca de Fátima. Em sua frente, uma pilastra com arranjos de flores pendurados. De trás dela, saiu William. Os dois se olharam, em silêncio. William coçou a cabeça e saiu correndo atrás de Fátima. O coração batia a mil por hora, ainda anestesiado com tudo o que acabara de ouvir: “O William é o amor da minha vida... eu nunca fui tão feliz como estou agora... ele foi a coisa mais importante que já me aconteceu...”. Ele não fazia idéia de pra onde ela tinha ido. Corria freneticamente pelo píer, trombando nas pessoas que cruzavam seu caminho e correndo os olhos pra todos os cantos, sem encontrá-la. Ele atravessou a portaria, parando na calçada. Ofegante e desorientado, buscou Fátima com o olhar, desesperadamente. Sentia seu coração quase sair pela boca. Precisava vê-la. Precisava olhar pra ela. Queria dizer a ela que sentia muito por tê-la submetido aquela situação e não poder falar nada. Precisava dizer que estava surpreso por saber da intensidade do sentimento dela. Porque gostaria muito que ela soubesse que era tudo recíproco e que ela era a coisa que ele mais prezava em sua vida. Precisava beijá-la e sentir que nada mudou. Esfregou os olhos e torceu mentalmente para que um sinal divino surgisse e o orientasse para onde deveria procurá-la. Ela não podia estar longe. De olhos fechados, ele torceu. Torceu para que aquela noite que tinha tudo para ser tão especial, não acabasse daquela forma. E, sobretudo, torceu para que aquela fosse mais uma etapa de uma noite de fortes emoções. 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): bonemerlove

Este autor(a) escreve mais 5 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

                Com as mãos na cabeça, William andava em círculos na calçada, em frente a entrada do píer. Ainda zonzo, não sabia bem o que fazer e pra onde ir. Arrancou o celular do bolso e discou os números do celular de Fátima. Mas no 5° toque, se lembrou que a bolsa d ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 29



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • beatriz_cartilho Postado em 11/02/2015 - 20:58:16

    Ahh não acredito que acabo , mais eu amei o final *_*

  • bia_jaco Postado em 11/02/2015 - 20:25:07

    Aiiiin não acredito que a fic já acabou :( bom mais nada dura né?Quero que saiba que essa fic vai para o meu coração como todas suas,amooo!!Parabéns mais uma vez.Beijos moça linda

  • bia_jaco Postado em 22/01/2015 - 21:19:06

    Geeeeeeeeeeeeeeente que capítulo é esse?Sei mais nem o que dizer....amo amo amo!!!

  • bia_jaco Postado em 19/01/2015 - 14:50:40

    Lindos demais!!Amei muito o capítulo

  • beatriz_cartilho Postado em 12/01/2015 - 22:01:14

    Que lindo amei!!!

  • jurb Postado em 12/01/2015 - 18:58:58

    Que lindo! *-*

  • bia_jaco Postado em 12/01/2015 - 18:19:54

    Lindo lindo lindo o capítulo.Finalmente falaram as 3 palavrinhas mágica.Amei o capítulo!!

  • bia_jaco Postado em 02/01/2015 - 19:12:16

    aaaaaaaaaaaaaaaa como tem coragem de parar o capítulo assim?Quero maaaais!!Posta maaaaais!

  • bia_jaco Postado em 30/12/2014 - 18:10:08

    Estava morrendo de saudade da fic.Amei o capítulo!!Quero maaaaaaais :)

  • star.20 Postado em 22/12/2014 - 18:03:27

    Por que ta demorando tanto pra posta outro capítulo? Desistiu?


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais