Fanfic: Desde sempre. | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner
O dia 1° de janeiro amanheceu ensolarado. Pela cortina entreaberta, entrava uma fina fresta de luz, iluminando o quarto. No chão, ao lado da porta, uma tiara de flores caída. Pouco a frente, um vestido branco de renda e uma camisa de linho. Nos pés da cama, uma calça jeans escura e uma cueca emaranhada nela. Na cabeceira da cama, a calcinha e o sutiã de Fátima pendurados aleatoriamente. Ela estava deitada de bruços com os braços abertos, totalmente despida. O lençol cinza cobria apenas da cintura dela pra baixo. William estava deitado ao lado dela, também nu e de bruços. Ele despertou primeiro. Se remexeu lentamente e abriu os olhos, ainda sonolento. Virou a cabeça para os dois lados e quando viu Fátima, seu rosto de iluminou em um sorriso de mais pura alegria. Ele não tocou nela para não acordá-la. Ficou deitado, olhando pra ela. A sensação de acordar ao lado dela era maravilhosa e encantadora. Nunca pensou sentir tamanha felicidade em sua vida. Se lembrou de quando conheceu Heloísa e se apaixonou por ela. Lembrou-se da primeira vez que transaram e dormiram juntos. Faziam muitos anos, mas ele ainda se lembrava. Não foi, nem de longe, parecido com o que ele sentia agora com Fátima. Não havia aquele coração disparado, o suor nas mãos e o arrepio na nuca. Não havia aquela ansiedade e a vontade destemperada de se verem novamente. Havia uma empolgação, inúmeras vezes menor do que a palpitação que Fátima o causava. Ele admirava-a em cada milímetro de sua personalidade e de suas manias. Já tinha visto-a acordar ao seu lado muitas e muitas vezes, mas nenhuma antes foi como aquela vez. Ela estava nua, com os seios esmagados contra o colchão, dormindo profundamente no travesseiro ao lado. Tinham feito amor durante toda a noite e dormiram exaustos, quando o dia quase amanhecia. Ele sentiu uma súbita vontade de agarrá-la e beijá-la até que ela despertasse do sono. Mas não o fez. Sabia que ela abriria um sorriso pra ele, porque conseguia ver no fundo da alma de Fátima que ela também estava feliz, principalmente depois de ouvir tudo o que ela disse na noite passada.. Decidiu surpreendê-la de um jeito diferente. Sutilmente, se arrastou pra levantar-se da cama sem remexer muito e correr o risco de acordá-la. Vestiu-se com a cueca que estava jogada junto com a calça jeans. Caminhou sorrateiramente até a sala e depois pra cozinha. Abriu a geladeira e conferiu o que tinha disponível para o café da manhã. Queria fazer algo ele mesmo, sem ter que ir até a padaria e comprar pronto. Viu que haviam morangos, quase todos mofados dentro da geladeira. Lembrou-se das panquecas doces que ele e Fátima amavam comer de manhã, nas férias de janeiro quando tinham que brincar dentro de casa porque lá fora caía um temporal. Sorriu com a lembrança e tratou de pegar os morangos. Salvou o máximo que pôde, retirando com a faca quase toda a fruta embolorada. Mas algumas rodelas restaram, ele considerou-as suficientes para rechear as panquecas. Bateu a farinha de trigo, os ovos e o leite no liquidificador, torcendo para o barulho não acordar Fátima. Temperou com sal, tirou uma frigideira do armário e forrou o fundo dela de massa. Com a escumadeira, virou a fina camada de panqueca e jogou dentro do prato. Fez isso mais três vezes, resultando em quatro panquecas, duas pra cada. Salpicou os morangos, jogou leite condensado e canela. Olhou para sua “obra de arte” e ficou muito menos convidativa do que as panquecas da mãe de Fátima, mas bem melhor do que ele se julgava capaz de fazer sozinho. Imaginou que ela fosse gostar. Arrumou a mesa da sala, colocou taças e um arranjo de flores artificiais que a mãe insistia em sempre levar pra dar um toque feminino no apartamento dele, mas William nunca usou, deixava as flores amontoadas na estante da sala. Pela primeira vez, naquela manhã, ele achou uma utilidade para as flores. Colocou o prato de panquecas na mesa, para esperar que ela acordasse. Catou um pedaço de papel em branco e escreveu um bilhete. Parou várias vezes pra pensar nas melhores palavras para aquele bilhete. Usou como inspiração um poema do Pablo Neruda, que ele sabia que ela conhecia bem. Queria surpreendê-la e emocioná-la. Era importante pra ele que aquele momento acontecesse. Terminou o bilhete, assinando o próprio nome. Com as mãos na cintura e vestido apenas com a cueca, ele olhou para o visual da mesa. Decidiu tomar um banho pra esperar que ela despertasse do sono. Entrou no banheiro e fechou a porta. No banho, deixou que a água caísse lentamente sobre os seus ombros e seu peito. De olhos fechados, ele pensou na noite anterior e teve certeza de que tomou a decisão certa.
***
O barulho do vizinho de cima deixando alguma coisa cair fez um estrondo no quarto de William. Fátima abriu os olhos num rompante, assustada. Viu que já era de manhã pela claridade. Esfregou os olhos e abriu os braços, se espreguiçando. Olhou pra si mesma e viu que estava nua. Cobriu os seios com o lençol e olhou para o lado. O travesseiro de William estava amarrotado e vazio. Ela o puxou pra si, abraçando a espuma. Inspirou profundamente, sentindo o cheiro dele. Sorriu sozinha e desejou fortemente que ele estivesse na cama. Remexeu mais um pouco e se levantou. Pensou em se vestir, mas mudou de idéia no exato momento em que tropeçou na camisa de William. Optou por se vestir com ela, apenas. Sem calcinha, abotoou apenas os dois últimos botões da camisa, deixando o vão entre os seios exposto. A camisa cobria pouco abaixo do bumbum dela, mas ela nem ligou. Jogou o cabelo para o lado e atravessou o quarto. Ouviu o chuveiro ligado dentro do banheiro, mas ignorou o fato. Foi até a sala. Franziu os olhos com a claridade, mas logo os arregalou quando viu a mesa de jantar posta. Tinha flores, dois copos e um prato. Se aproximou pra ver o que era. “Panquecas doces!”, ela sorriu sozinha. Lambeu os lábios, faminta. Mas não faria a grosseria de comer sem esperar por ele, por mais fome que estivesse. Demorou alguns segundos até ver o pedaço de papel embaixo de uma das taças vazias. Franziu a sobrancelha e pegou-o. Viu que o verso estava escrito com a letra de William. Curiosa, começou a lê-lo.
“Ainda que chova, ainda que doa... ainda que a distância corroa as horas do dia e caia a noite sem estrelas... O mundo brilha um pouquinho mais cada vez que você sorri.”
Feliz é o homem que pode chamar uma mulher de sua. Não por um sentimento de posse, mas sim pelo fato de ela não querer ser de mais ninguém. Nunca fui tão feliz em toda a minha vida. Quero estar ao seu lado hoje, amanhã e sempre. Dizer que te amo não me parece suficiente pra expressar o quanto preciso da sua presença ao meu lado.
Você nunca vai deixar de ser minha melhor amiga. Mas quero que seja minha namorada, minha mulher e minha companheira. Quero isso com a maior intensidade que você possa imaginar...
Enquanto pensa, coma as panquecas de morango. Eu mesmo fiz e por isso existem grandes chances de estarem péssimas, espero que isso não influencie na sua decisão. :)
Bom dia, amor.
Eu amo você. Muito!
W.
Fátima terminou de ler, com o coração disparado e um sorriso bobo nos lábios. Aquele poema que ela amava, aquelas palavras... estava emocionada, mas muito, muito feliz. Ouviu a porta do banheiro se abrir e William saiu dele, enrolado em uma toalha bege. Estava com o peito todo molhado do banho e os cabelos despenteados. Olhou pra ela e a viu com o bilhete nas mãos. Fátima sorriu pra ele, com os olhos marejados.
- Eu não preciso pensar.
Ele sorriu também e caminhou até ela, com a toalha presa na cintura. Parou de frente pra Fátima, quase encostado nela. O cheiro de sabonete misturado com o desodorante dele fez com que ela se arrepiasse por inteira, mas permaneceu olhando pra ele.
- Eu quero você, com a mesma intensidade e com a mesma urgência. Não consigo imaginar porque foi que esperamos tanto. É claro que eu aceito. – ela olhou no fundo dos olhos dele.
William mordeu na boca e abaixou a cabeça, olhando pro corpo dela. Não conseguia mensurar o quanto ela estava deliciosa completamente nua vestida com a camisa dele. Não pensou duas vezes e desabotoou os dois botões finais da camisa. Nem precisou abri-la, ela se abriu sozinha e deixou o corpo de Fátima exposto pra ele. William ergueu o queixo e olhou pro rosto dela, que estava quase ofegante. Ele colocou os dois dedos indicadores no colarinho da camisa que ela vestia e deslizou-os para o lado, fazendo com que as mangas caíssem pelos ombros dela até a camisa se desvencilhar completamente do corpo dela e cair no chão, toda embolada. Fitou a silhueta dela, nua no meio de sua sala. Sem conseguir se controlar, William soltou a aba da toalha e deixou que ela caísse também. Passou a mão direita ao redor da cintura de Fátima e a puxou com força, encostando-a no corpo dele. Encostados e despidos, eles se olharam sensualmente. William inclinou a cabeça e sussurrou no ouvido dela.
- Acho que a panqueca vai ter que esperar...
Ela gargalhou baixinho e levou a mão até a nuca dele. Acariciou as orelhas de William e puxou a cabeça dele, dando-lhe um beijo quente e molhado. Ele retribuiu, girou Fátima, suspendeu-a pela cintura e a sentou no tampo da mesa. Fátima inclinou o corpo pra trás e se apoiou com as duas mãos atrás das costas, sentada. Cruzou as pernas na cintura dele e fechou os olhos. Sentiu ele se encostando nela e penetrando-a com força, mas com uma sutileza que só ele sabia ter. Se remexeram em cima da mesa, enquanto gemiam baixinho e no mesmo ritmo. Não precisaram se falar com palavras pra dizer um ao outro que aquela era a melhor manhã de suas vidas.
Autor(a): bonemerlove
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 29
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beatriz_cartilho Postado em 11/02/2015 - 20:58:16
Ahh não acredito que acabo , mais eu amei o final *_*
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bia_jaco Postado em 11/02/2015 - 20:25:07
Aiiiin não acredito que a fic já acabou :( bom mais nada dura né?Quero que saiba que essa fic vai para o meu coração como todas suas,amooo!!Parabéns mais uma vez.Beijos moça linda
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bia_jaco Postado em 22/01/2015 - 21:19:06
Geeeeeeeeeeeeeeente que capítulo é esse?Sei mais nem o que dizer....amo amo amo!!!
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bia_jaco Postado em 19/01/2015 - 14:50:40
Lindos demais!!Amei muito o capítulo
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beatriz_cartilho Postado em 12/01/2015 - 22:01:14
Que lindo amei!!!
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jurb Postado em 12/01/2015 - 18:58:58
Que lindo! *-*
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bia_jaco Postado em 12/01/2015 - 18:19:54
Lindo lindo lindo o capítulo.Finalmente falaram as 3 palavrinhas mágica.Amei o capítulo!!
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bia_jaco Postado em 02/01/2015 - 19:12:16
aaaaaaaaaaaaaaaa como tem coragem de parar o capítulo assim?Quero maaaais!!Posta maaaaais!
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bia_jaco Postado em 30/12/2014 - 18:10:08
Estava morrendo de saudade da fic.Amei o capítulo!!Quero maaaaaaais :)
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star.20 Postado em 22/12/2014 - 18:03:27
Por que ta demorando tanto pra posta outro capítulo? Desistiu?