Fanfics Brasil - Capítulo 3 Desde sempre.

Fanfic: Desde sempre. | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner


Capítulo: Capítulo 3

2431 visualizações Denunciar


                Fátima entrou em casa, sorrateiramente, com o sapato na mão, para não incomodar o sono dos pais. Caminhou pelo corredor, até o próprio quarto. Abriu a porta lentamente, acendeu a luz e jogou a bolsa na cama. Tirou o vestido e o pendurou em um cabideiro. A noite estava insuportavelmente quente. Vestida apenas com a calcinha, ela se deitou na cama seminua, com a janela aberta. Respirou fundo. Notou que o celular vibrava ininterruptamente. Se esgueirou até a mesa de cabeceira e alcançou o telefone. “É o William! Ai, meu deus...”. Atendeu, rapidamente.


                - Alô?


                - Oi...


                - Oi? William, o que aconteceu? Sobre o negócio do anel, eu falei mais do que devia, eu sei, mas eu não imaginei que...


                - Acabou.


                - O QUÊ?


                - Eu e a Heloísa. Acabou.


                - Mas porquê? Agora? Onde você está?


                - Dentro do carro, na garagem do meu prédio.


Fátima fechou os olhos.


                - Como você está? Você está bem?


                - Você pode vir pra cá?


                - Claro! Eu vou, estou indo agora.


                - Vou subir e te esperar lá em cima. Entra com a sua chave.


                - Tá! Tá bom.


Ela saltou da cama. Vestiu um short cinza, de tecido fino todo folgado no corpo. Se enfiou em uma regata branca justa. Calçou chinelos, enrolou o cabelo em um coque e, rapidamente, pegou seus documentos e chaves e saiu acelerada. Em poucos minutos, estava na porta do prédio de William. Acenou para o porteiro, que já a conhecia. Ele abriu o portão e ela entrou com o carro garagem adentro. Subiu o elevador, destrancou sutilmente a porta do apartamento de William e o viu. Ele estava vestindo uma bermuda azul clara, estava sem camisa e com os cabelos molhados do banho. Sentado no sofá, ele bebia uma cerveja long neck, no escuro da sala. Encarava a TV desligada. Fátima temeu que ele estivesse muito magoado. Não conseguia decifrar a expressão do rosto dele. Estava sério, mas aparentemente sereno e tranqüilo. Ela jogou as chaves na bancada. Se sentou no sofá ao lado dele e ficou em silêncio, olhando também para a TV. Depois de alguns segundos mudos, William quebrou o vácuo.


                - Você já estava em casa quando eu te liguei?


                - Sim, tinha acabado de chegar.


                - Achei que você ainda estivesse no restaurante. Eu acordei você? – ele olhou pra ela, com os lábios molhados de cerveja.


                - Não. Mas isso não importa, eu teria vindo de qualquer forma. – ela olhou pra ele. – Me desculpa.


William franziu a testa.


                - Desculpa? Pelo que?


                - Por eu ter falado sobre o anel. Fui eu que causei a briga de vocês, mas eu achei que ela soubesse, sei lá, eu nem pensei. A verdade é que eu sei que muitas das discussões que vocês já tiveram foi porque eu falei ou fiz algo. Sempre. Eu sei disso.


                - Ou porquê você existe, basicamente. – ele sorriu. Fátima abaixou a cabeça. William olhou pra ela e concluiu. – Ei. Olha pra mim. – Ele tocou o queixo dela. Fátima girou o pescoço em direção a ele. – Nunca permitirei que ninguém me jogue contra você. Nunca. Você não é culpada de nada. Não precisa se desculpar.


Fátima concordou com a cabeça.


                - Como foi? Você quer falar sobre isso? – ela perguntou, cuidadosamente.


                - Não muito diferente das outras duas vezes. Ela explodiu, berrou comigo, disse que eu não consigo enxergar que não somos mais duas crianças que tomam banho juntos. Disse que não admite que eu passe a noite sozinho no meu apartamento com uma mulher. Se sente ameaçada por você. Disse isso e mais uma pá de coisas, uma mais absurda que a outra. Virou as costas e entrou em um táxi, me deixando plantado na porta do restaurante.


                - E você?


                - Eu? Ué, entrei dentro do carro e vim pra casa.


                - Não é isso que quero saber... – ela encarou-o.


William sacudiu a cabeça.


                - Eu tô... bem. Mesmo. Um misto de indiferença com alívio. E mais alguns sentimentos estranhos, mas... estou tranquilo. Foi melhor assim.


Fátima concordou com a cabeça. Deslizou o pé esquerdo pelos pés de Wiliam. Ele respirou fundo. Inclinou o corpo e se deitou sobre o peito dela. Ele fechou os olhos, inalando fortemente o cheiro dela. Aquele odor o transmitia muita paz e, misteriosamente, o fazia se sentir melhor. Fátima acariciou a cabeça dele, em silêncio. O telefone de William os assustou quando tocou repentinamente, na escuridão daquela sala. Apenas a luz da sacada acesa iluminava-os. E agora, a luz do visor do celular. Ele ficou com o corpo ereto, mas permaneceu sentado. Esticou a mão e pegou o celular. Era ela. Ele olhou pra Fátima.


                - É ela? – Ela perguntou. William assentiu com a cabeça. Fátima prosseguiu. – Eu vou lá pro quarto pra você falar com ela.


                - Não. Fica aqui. - Fátima obedeceu, ficando imóvel.


Ele atendeu. Ficou calado por poucos segundos. Heloísa falou “alô”. Fátima conseguiu ouvir perfeitamente a voz dela, através do telefone.


                - Oi, Heloísa. – William foi firme.


                - William... – ela pareceu estar chorando.


                - Oi.


                - Eu preciso te ver... Por favor...


                - Não. Eu não quero te ver. Não temos mais nada pra falar.


                - William, me desculpa, é só o que eu te peço, me deixe falar?


                - Heloísa, o que você quer falar exatamente? Não há mais nada a ser dito. Acabou.


                - Mas eu quero tentar reverter essa situação, eu... Eu amo você. Eu... eu estou indo pra sua casa.


                - O quê? Não, não é pra vir. Não venha. Dê um tempo pra mim, pra nós dois. É melhor assim.


                - Por favor, me deixe ir... eu preciso!


                - Não. Descanse, amanhã é outro dia. Onde você está?


                - Na garagem da minha casa. – ela choramingava.


                - Então sobe e vá pra cama, Heloísa. Vá dormir e me deixe descansar também.


Ela ficou muda por alguns segundos no telefone.


                - William... eu não estou entendendo, eu...


                - O quê? Não insista, Heloísa.


                - WILLIAM. – ela aumentou o tom de voz. - Fale a verdade. Não admito que minta pra mim. Você não quer me deixar ir até sua casa... Porquê? – ela pausou por alguns segundos. – Eu já sei... Ela está aí, não está? FALA! – ela soltou um grito. Fátima permaneceu imóvel, escutando tudo. – FALA AGORA!


                - Não grita comigo.


                - FALA! ELA ESTÁ OU NÃO ESTÁ AÍ AGORA?


William fechou os olhos.


                - Boa noite, Heloísa.


Heloísa desaguou em um choro descontrolado.


                - Eu não acredito que você fez isso... eu não consigo ACREDITAR, William... Ela está aí, não está?          


                - O QUE FOI QUE EU FIZ? O que tem de mal nisso? A Fátima está aqui comigo sim e ela vai continuar, porque a casa é minha e eu faço o que eu quiser. Nós dois não estamos mais juntos. Eu não devo satisfações a você. Você virou as costas e me largou plantado na porta daquele restaurante e ainda se acha no direito de me cobrar coisa alguma. Pare de ser prepotente, Heloísa. O mundo não gira ao seu redor.


Fátima não sabia nem o que pensar, só conseguia ouvir os soluços de Heloísa na linha. William tinha uma expressão impassível. Ela começou a berrar no telefone. Ele afastou levemente o aparelho do ouvido, franzindo a testa.              


                - ENTÃO, VOCÊ QUER SABER DE UMA COISA, WILLIAM? FICA AÍ COM ESSA GAROTA! SABE DO QUE MAIS? PASSE A NOITE COM ELA, TRANSE COM ELA EM CIMA DA CAMA QUE EU TRANSAVA COM VOCÊ. FAÇA COM ELA TUDO O QUE EU VOCÊ FAZEMOS EM CADA CANTO DESSE APARTAMENTO. DÊ UM RECADO PRA ELA? DIGA QUE ELA CONSEGUIU FINALMENTE! ELA ROUBOU VOCÊ DE MIM! DÊ OS PARABÉNS A ELA POR MIM. – William sacudia a cabeça. Ela desligou o telefone sem que ele tivesse oportunidade de falar alguma coisa. Na realidade, ele nem queria falar mais nada. Não havia mesmo, mais nada a se dito. Ele abandonou o aparelho no mesmo lugar que estava antes da ligação. Olhou pra Fátima. Ela permaneceu de cabeça baixa.


                - Espero que você tenha escutado, pra você ter uma idéia bem superficial de como ela é.


Fátima esfregou a testa.


                - Eu não sei nem o que te dizer, sabia? Foi sempre assim? – ela questionou.


                - Assim, como? O ciúme? Sempre! Desde o primeiro dia. Mas os chiliques começaram há pouco mais de um ano pra cá. – ele se levantou do sofá e caminhou descalço até a cozinha – Quando eu falo que realmente não há saída pra nós dois, é exatamente isso que eu estou querendo dizer. Minha paciência é como um copo, gota a gota ele foi enchendo. Transbordou faz tempo, encharcou tudo ao redor. Não dá mais. Acabou de vez. – ele sacudiu a cabeça. Quer uma cerveja? – ele abriu a geladeira e olhou pra ela.


                - Por favor! – Fátima sorriu. Ela se recostou no braço do sofá e flexionou os joelhos, quase encostando-os nos seios. Se sentiu maravilhosamente confortável. Aquele apartamento lhe dava a impressão de ser a extensão de sua casa. Sentiu uma falta esmagadora de estar ali, bebendo com ele, como nos velhos tempos. Se sentiu culpada pela pontada de alívio que perambulou por seu coração ao concluir que provavelmente, William e Heloísa não retomariam mais o namoro. William caminhou até ela, com a garrafa de cerveja na mão. De pé, ele a entregou pra Fátima. Foi até o som, se abaixou e plugou um pen drive. Deixou tocar aleatoriamente as músicas, em volume baixo. Voltou até o sofá, sentou-se com os pés virados para Fátima. Ficaram os dois, cada um em uma ponta do sofá, de frente um para o outro.


                - Me desculpa por tudo isso. Sério. – ele disse, olhando pra ela.


                - Não precisa fazer isso. Foi a Heloísa que causou todo esse transtorno. Ela é que está errada.


                - Tá, mas me desculpa por tudo que eu já te fiz passar por causa dela. Os desaforos que ela já te disse, você não merecia ouvir nada disso. Você é incrível por ainda estar do meu lado depois de tudo isso. Obrigado.


                - Depois de você ter pregado chiclete na raiz do meu cabelo, William, nada que você fizer vai ser pior. Está sempre perdoado. – os dois riram. – Não, mas falando sério... a Heloísa não é mulher pra você. Você merece uma mulher sensacional ao seu lado, parceira, madura e bem-resolvida. Ela não ia te fazer feliz. Não assim. – ele assentiu com a cabeça.


                - Eu sei disso. Ela é passado na minha vida. Não quero mais falar nela.


Fátima concordou com a cabeça e tacou uma almofada nele. William pegou-a no ar e revidou o ataque, com força. Não precisavam de muita coisa para se divertirem juntos. Bastava uma boa música, alguma bebida que contivesse álcool e a presença um do outro para que se sentissem plenamente felizes. 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): bonemerlove

Este autor(a) escreve mais 5 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

                Algumas semanas se passaram e a vida de William seguia em paz. Ele se sentia aliviado, livre e entusiasmado como nunca. Era triste pensar em como um relacionamento podia terminar dessa forma. Ele se compadecia do provável sofrimento de Heloísa. Não queria magoá-la, desejava fortemente qu ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 29



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • beatriz_cartilho Postado em 11/02/2015 - 20:58:16

    Ahh não acredito que acabo , mais eu amei o final *_*

  • bia_jaco Postado em 11/02/2015 - 20:25:07

    Aiiiin não acredito que a fic já acabou :( bom mais nada dura né?Quero que saiba que essa fic vai para o meu coração como todas suas,amooo!!Parabéns mais uma vez.Beijos moça linda

  • bia_jaco Postado em 22/01/2015 - 21:19:06

    Geeeeeeeeeeeeeeente que capítulo é esse?Sei mais nem o que dizer....amo amo amo!!!

  • bia_jaco Postado em 19/01/2015 - 14:50:40

    Lindos demais!!Amei muito o capítulo

  • beatriz_cartilho Postado em 12/01/2015 - 22:01:14

    Que lindo amei!!!

  • jurb Postado em 12/01/2015 - 18:58:58

    Que lindo! *-*

  • bia_jaco Postado em 12/01/2015 - 18:19:54

    Lindo lindo lindo o capítulo.Finalmente falaram as 3 palavrinhas mágica.Amei o capítulo!!

  • bia_jaco Postado em 02/01/2015 - 19:12:16

    aaaaaaaaaaaaaaaa como tem coragem de parar o capítulo assim?Quero maaaais!!Posta maaaaais!

  • bia_jaco Postado em 30/12/2014 - 18:10:08

    Estava morrendo de saudade da fic.Amei o capítulo!!Quero maaaaaaais :)

  • star.20 Postado em 22/12/2014 - 18:03:27

    Por que ta demorando tanto pra posta outro capítulo? Desistiu?


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais