Fanfic: Atração sem limites (Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

O comentário desdenhoso e o sorriso desagradável eliminaram toda a culpa que Anny sentia pelo segredo que trazia no coração, e soltaram o controle firme que ela normalmente tinha sobre seu temperamento fogoso de ruiva. Tremeu com a violência do acesso de raiva que a dominou ao perceber seu ar de censura.

Se não estivesse presa a uma emoção forte - isso é, o desejo de remover à força o sorriso desagradável de seu rosto convencido -, talvez tivesse se lembrado de que não era boa idéia antagonizar alguém que podia dificultar a vida de Christopher. Porém, a cautela não fazia parte de seu plano quando atirou a cabeça para trás e deu um passo na direção dele.

Que arrogância absurda daquele homem, com seu ar de superioridade! Especialmente em vista dos comentários de que se recusava a negar ou confirmar os boatos de ser ele a verdadeira razão da separação entre um político importante e sua mulher advogada. Era claramente culpado! Anny resolveu esquecer que, na ocasião, tinha dito a uma amiga que o silêncio não significava culpa.

- Você tem alguma coisa contra beijar...? - perguntou sarcasticamente. 

Trate de seus próprios erros antes de criticar os outros, pensou, revoltada. - Isso é... contra beijar em geral...? - Com um dedo encostado ao queixo, fingiu considerar essa possibilidade. - Não - ela disse, sacudindo a cabeça. - Isso não pode ser, porque você não parecia ter nada contra beijar naquela premiére, quando uma moça devorava seu rosto. - As fotos tinham aparecido em todos os tablóides.

Anny teve vontade de rir. Ele não teria parecido mais espantado se uma peça de mobília de repente tivesse começado a falar. Ela percebia vagamente que o surto de adrenalina que experimentava era responsável por metade do que saía de sua boca. Sua incapacidade de recuar diante de sinais que só um cego não veria era devido à sua própria estupidez.

Com a respiração ofegante, examinou-lhe as feições nobres e orgulhosas. Desdém e ira sobressaíam em cada ângulo do rosto dele. Suas narinas tremiam, seu maxilar estava contraído e a pele se esticava sobre os malares.

- A moça em questão não era casada. Então isso fazia diferença.

- Nem muito exigente, parece.

Ela fungou e sorriu docemente diante de seu rouco "Dio mio"!

- Mas algumas pessoas fazem qualquer coisa para subir na vida. Acho que tive sorte por não ter de ir para a cama para chegar ao alto.

Anny notou o brilho escuro visível entre suas longas pestanas, e o estômago deu um pulo. Foi apenas sua louca obstinação, com a qual sua família dizia que ela havia sido muito bem aquinhoada, que permitiu a Anny encará-lo, olho no olho.

- Então está no alto, não é...? - O sorriso mostrava bem que ele achava isso uma mentira.

O comentário fez que Anny, normalmente muito modesta, esticasse o queixo e se gabasse:

- Logo estarei. E onde quer que esteja, pelo menos não terei de contar com minha aparência para chegar até lá.

Deu-se uma pausa, enquanto ele examinava de alto a baixo seu corpo esbelto.