Fanfic: Atração sem limites (Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

- Sorte a sua. - Na verdade, tinha uma estrutura óssea que a deixaria envelhecer com elegância. E uma pele impecável, da brancura de um lírio. Os olhos dele passaram por seu pescoço gracioso e uma ruga entre os olhos se aprofundou.

Este jogo dá para dois, amigo, ela pensou, sorrindo e rilhando os dentes.

- Nem tenho de me preocupar se as pessoas se aproximam de mim por interesse.

- Considero-me um excelente juiz de caráter.

O sorriso malicioso de Anny se alargou. De uma forma perversa, estava apreciando essa troca risonha de insultos. Naturalmente, gostaria muito mais de chutar-lhe as canelas, porém, como já não tinha 6 anos de idade, essa opção estava vedada.

- Claro que sim. Mas desta vez está tão enganado que vai se sentir muito estúpido.

- Duvido muito.

- Admitir um erro é sinal de maturidade.

- Assunto sobre o qual você não entende nada.

Ótimo. Então agora sou infantil e ando por aí beijando homens casados! Anny, que não estava gostando do jeito como os olhos dele se demoravam sobre seus lábios, decidiu que já era o bastante, mesmo que o combate verbal fosse divertido.

- Olhe, você não entendeu direito...

- Sei o que vi.

O diabo da intransigência dele dava-lhe vontade de gritar.

- E mesmo que o tenha beijado, por que isso seria de sua conta? - Mesmo antes de ver a expressão dele, percebeu que interpretaria sua resposta irritada como uma confissão de culpa. Francamente, já nem ligava mais.

- Dulce é minha irmã, e vou zelar por ela.

Anny desistiu de tentar provar sua inocência e perguntou:

- Como você vai me impedir de ir para a cama com Christopher?

- Acho que se disser a ele que você é minha, vou conseguir o efeito desejado.

Disse isso com tanta naturalidade que Anny a princípio pensou não ter entendido direito. A incerteza durou apenas um instante. O sorriso impiedoso dele não permitia dúvida. Sinceramente, o homem pertencia a um século diferente!, ele tinha dito... como se fosse perfeitamente aceitável possuir alguém de corpo e alma.

A idéia de se render a um homem como Alfonso Herrera a horrorizava. Tem certeza de que é mesmo horror?

Anny engoliu em seco.

- Vejo que você não é adepto do politicamente correto - ela observou, umedecendo os lábios secos com a língua. Respirou fundo e ergueu os olhos, só para descobrir um olhar ardente fixo em sua boca. E quando seus olhos se encontraram, a chama de desejo que ardia nos olhos dele deixou-a pregada ao chão.

Paralisada por uma pontada de desejo tão violenta que nem podia respirar, ela fixou os olhos nele. Parecia um gato selvagem - belo e totalmente impiedoso. O medo que ela negara sentir momentos antes agora percorria-lhe as veias, juntamente com algo primitivo que não tinha intenção de analisar jamais.

Não havia por quê. Nada disso era verdadeiro, disse a si mesma. Era tudo resultado de uma série de acontecimentos - acontecimentos que jamais se repetiriam. Ela nunca ia se sentir assim novamente. Iria para casa, fecharia a porta e tudo voltaria ao que era antes de Alfonso Herrera ter olhado para ela como se quisesse arrancar-lhe a roupa.

Anny fechou os olhos, pensou naquela porta fechada e sentiu-se mais calma. Talvez colocasse um ferrolho de segurança... Abriu os olhos e apontou a falha óbvia no plano dele.

- Christopher não acreditaria... - Pensou um pouco e acrescentou: - Ninguém acreditaria.

- Por que não?

Ele falava sério? Os olhos dela percorreram seu corpo deslumbrante antes de se fixarem em suas feições morenas de anjo caído.