Fanfic: Atração sem limites (Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

- Era justamente isso que estava pensando. - Essa resposta não tinha nada a ver com cautela e muito a ver com a excitação que dava nós em seu estômago. -Agora, se me der licença, está um pouco frio aqui fora. - Na verdade, já não sentia frio; sua pele estava em fogo.

Em vez de sair do caminho, ele se encostou na porta, fechando-a com um clique.

A voz de Anny era tranqüila, mas no íntimo estava em pânico.

- Dá licença...

Os olhos escuros dele percorreram seu corpo esbelto antes de se voltarem para o rosto dela. O desdém evidente em sua expressão trouxe um brilho de raiva aos olhos de Anny.

- Não, não dou licença.

Perplexa com a provocação evidente nessa resposta, Anny pestanejou.

Seguiu-se um silêncio prolongado, que ele nada fez para romper até dizer de repente:

- Seus olhos ficaram verdes.

- Perdão...? - Talvez tivesse entendido mal. Também era possível que seus olhos cor de água-marinha tivessem realmente ficado verdes. Isso acontecia quando era tomada por fortes emoções. Porém, a mudança de cor não disfarçava, mas sim revelava, a intensidade de suas emoções.

- E também não perdôo. - Sem aviso algum, ele esticou o braço e prendeu o queixo dela entre seus dedos longos, continuando a fitar-lhe os olhos, que ainda estavam verdes.

- Você não me quer como inimigo, minha cara. Fitando a profundeza escura e hipnótica dos olhos dele, ela sentiu o ar fugindo-lhe do corpo num longo suspiro trêmulo. Os joelhos começaram a ceder e ela fechou os olhos, tentando recuperar a compostura. Sorriu com desdém.

- Quase tão pouco quanto o quero como amigo. Com um sorriso desdenhoso, ele disse:

- É impossível a amizade entre um homem e uma mulher.

Essa atitude machista não foi surpresa para Anny.

- É claro que pensa assim, mas acontece que um dos meus melhores amigos é homem.

- E o sexo nunca interferiu...? - Ele disse isso com toda calma, como se perguntasse se ela gostava de bife. Anny sentia-se muito pouco à vontade para discutir sexo com este homem.

- Estou me referindo a Christopher. 

- Eu também.

O olhar horrorizado de Anny voou para o rosto dele.

- Sou apenas uma amiga de Christopher, alguém que lhe dá apoio. Estou cansada de lhe dizer isso... nunca houve nada entre nós! - protestou em voz aguda.

- E você não gostaria que houvesse? Não banque a inocente comigo. Tenho observado você.

- O Alfonso Herrera que tudo sabe e tudo vê? - Anny interrompeu, sua voz um misto de enfado e divertimento. No íntimo, porém, lutava para controlar um pânico crescente. Levantou o queixo, focando o olhar num ponto atrás do ombro direito dele para evitar o contato com aqueles odiosos olhos astutos.

- Caso tenha esquecido, Christopher é casado.

Alfonso arqueou a sobrancelha ironicamente, imaginando se o cabelo acobreado era tão sedoso quanto parecia.

- Não me esqueci. - Sua voz baixou para um sussurro ameaçador. - E sugiro que você também não se esqueça.

Anny sentiu um rubor humilhante espalhar-se pelo rosto.

Claro que não ocorreria a ele que ela tinha princípios.

- Já disse: Christopher e eu somos apenas bons amigos. Um tremor de irritação atravessou o rosto moreno dele, e resmungou baixinho algo aborrecido em sua língua nativa.

- Bem, digamos que sua boca fala uma coisa... - Parou, com uma expressão abstrata ao fitar a curva suave dos lábios dela. - E - continuou com voz dura, zangada - estes olhos grandes e ávidos falam outra inteiramente diferente. Está esperando que ele note que você é uma mulher? _ Deu uma risada baixa e desdenhosa, passando os olhos em seu rosto chocado. - Claro que é possível que você não gostasse, caso isso acontecesse.

- Como saberia... ele nunca notou! - Anny gritou.

Um instante depois, seus olhos encontraram os dele e ela quis morrer de tanta humilhação. Porém, o seu orgulho e o desprezo nos olhos dele fizeram com que ela erguesse o queixo e dissesse em voz baixa, mas nítida:

- Mas não sou do tipo que desiste ao primeiro obstáculo.