Fanfic: Atração sem limites (Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Anny parou antes de ir consolar o afilhado, com um olhar divertido para o grupo de homens.

- Não ocorreu a ninguém fazer alguma coisa pelo coitadinho?

- Você já viu o estado dele? - perguntou seu anfitrião indignado, em defesa dos outros homens presentes. - Está todo lambuzado de chocolate, e eu estou vestindo o meu melhor terno. E - acrescentou - o coitadinho tem um chute de mula.

- Covarde! - sua mulher retrucou desdenhosa.

- A situação claramente pedia um toque de feminino - Paul observou com dignidade. - Ou então um psicólogo infantil - disse baixinho.

Emma agarrou o braço dele.

- Acha mesmo? Olhe para lá - disse ela, com uma gargalhada incrédula, apontando para o garotinho no chão.

- Ele não parece se incomodar de sujar a roupa. Meu Deus, que maravilha!

Juntamente com Paul, Anny virou-se a tempo de ver uma figura alta e elegante se agachar ao lado do menino em prantos. Olhou totalmente pasmada enquanto Alfonso, apoiado nos calcanhares e com toda tranqüilidade diante do pandemônio e do risco para seu terno de grife, começou a falar calmamente com o garotinho, que continuava aos urros.

- O homem tem peito, devo admitir. - Paul franziu a testa com uma expressão de horror. – A nossa doce Laurie nunca vai fazer uma cena destas, vai...?

Ignorando a pergunta ansiosa do marido, com o olhar fascinado fixo no homem e na criança, Emma explicou para Anny:

- É uma coisa cultural. Os homens mediterrâneos não têm o menor problema em demonstrar afeto por bebês e crianças, diferente dos nossos marmanjos aqui... - acrescentou com uma careta de desprezo para o marido.

Alfonso continuou falando enquanto afrouxava a gravata. Anny estava longe demais para entender o que ele dizia, mas o garoto obviamente entendia, e isso parecia ter um efeito mágico sobre a criança descontrolada.

- Meu Deus! - murmurou Emma, ao ver a criança se acalmar e parar de chorar. - O que será que ele está dizendo?

A criança virou o rostinho molhado de lágrimas para Alfonso e deu uma risadinha.

Anny não respondeu à pergunta de Emma. Por alguma razão louca, quando viu Alfonso retribuir a risada do garoto com um sorriso que o fazia parecer à vontade e dez anos mais moço, ela sentiu um vazio doloroso na boca do estômago.

- Venha!

Obedecendo ao comando imperioso de Alfonso, o Pequeno se atirou nos braços abertos dele sem a menor hesitação.

Houve vários murmúrios de aprovação quando Alfonso se levantou.

Seu sorriso franco tornou-se, pelo menos na cabeça de Anny, forçado quando ele deu com os olhos nela. Anny soltou um suspiro profundo e tentou agir como se seus nervos não estivessem à flor da pele.

Homem lindo... bebê... era tudo um tal clichê que ela teria de ser completamente idiota para cair nessa. Mas estava caindo... Ai, o que há de errado comigo? Devo ser uma daquelas mulheres que só se sentem atraídas quando não há a menor chance de serem correspondidas, decidiu.

- Isso - declarou Emma, aproximando-se de Alfonso e fazendo uma festinha no cabelo do garoto - foi realmente impressionante. Agora estou contente por tê-lo convidado.

Alfonso deu um sorriso que iluminou seus olhos escuros. Anny, cujos nervos tensos vibravam como as cordas de um violão, sabia que, se ele sorrisse assim para ela, ficaria profundamente enrascada. E já não estava?

- Não estava contente antes?

- Antes, você era bem-vindo como irmão de Dul, e agora é bem-vindo por ser um homem corajoso e destemido, que não foge diante do perigo.

- É sempre bom a gente se sentir bem-vindo - respondeu Alfonso com uma olhadela rápida para Anny.

Ela, com o coração batendo loucamente, fingiu que não notou.

- Quer que eu pegue Harry?

Emma não discutiu quando ele sacudiu a cabeça e disse:

- Harry gostaria de achar a mãe, e se no caminho passarmos por um sorvete, não seria nada mal.

Anny viu o risco de chocolate no rosto dele, os cabelos lisos despenteados pelos dedinhos infantis, e ficou cada vez mais indignada. Alfonso parecia tão relaxado e à vontade com uma criança amuada e irritada no colo... como ousava abandonar o papel de playboy que ela lhe atribuíra?