Fanfic: Atração sem limites (Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Com o maxilar apertado, Alfonso olhou com raiva para ela.

- Ficou à beira da estrada batendo as pestanas... Bater as pestanas daria mais resultado para ele do que para mim, ela pensou.

- Eu não... - A voz sumiu quando deu com os olhos nos dele.

- E - continuou quando ela se calou - chamando a atenção de qualquer psicopata que passasse por aqui. Ou você tem uma preferência doentia por perigo, ou você não tem o menor senso de autopreservação. Desconfio que sejam as duas coisas juntas - concluiu severamente.

- Bem, prefiro entrar num carro com um psicopata do que com você! - ela bradou. Depois, baixando os olhos, murmurou: - Posso usar seu celular?

Naquele instante outro caminhão passou buzinando.

Alfonso acompanhou o veículo com os olhos até que sumisse por trás da colina. Quando voltou a atenção para ela, seu maxilar estava rijo e os olhos tinham um ar de determinação ferrenha.

- Entre!

Sua atitude não admitia discussão, mas ela resolveu tentar assim mesmo. Olhou para sua boca e lembrou-se de que a tinha beijado. Quem sabe se entrasse no carro não teria a chance de repetir o beijo? Respirou fundo e censurou-se por tal pensamento.

- Se você apenas me emprestasse o cel....

- Entre ou te ponho lá dentro à força - interrompeu-a, soando como alguém que não está pensando em beijar. - Não tenho a menor intenção de ser entrevistado pela polícia como a última pessoa que a viu ainda viva.

Anny empalideceu um pouco com essa imagem.

- Não precisa ser tão dramático.

Ignorando essa reclamação desdenhosa, girou os olhos para a porta do carro.

- Vamos, não tenho o dia inteiro. Anny hesitou.

- Você não ousaria...? - Seus olhos se encontraram e ela engoliu em seco. Ousaria, sim.

Preciso de terapia, resolveu, diante da excitação que sentia. Como pode a idéia de ser agarrada à força me deixar neste estado?

Com toda a dignidade possível a uma pessoa encharcada, se acomodou no assento da frente, enquanto ele a observava. A expressão dele sugeria que este resultado era mais do que esperado.

Será que as pessoas sempre faziam o que ele mandava?, imaginou, aconchegando-se na maciez do estofamento de couro. Olhou, sem entender, a mão que ele enfiou pela janela.

- As chaves... tenho de trancar seu carro. Não que seja o carro da escolha de um ladrão que se preze - disse, com um olhar desdenhoso para o velho Morris Traveller.

- É um clássico - retrucou Anny, largando as chaves na mão dele. - E tem personalidade.

- É uma sucata. E não anda. - Foram suas últimas palavras antes de bater a porta.

Protegido do vento e da chuva, o interior silencioso do carro parecia o olho de um furacão. Apesar do calor relativo, ela tiritava de frio dentro da roupa encharcada e gélida colada à sua pele.

Tentou espremer a água dos cabelos enquanto examinava o interior do carro. Agradável - mas era de se esperar que Alfonso só viajasse de primeira classe - e espaçoso também, observou, esticando as pernas. Espaçoso, mas obviamente não o bastante. O coração começou a latejar contra o peito quando pensou em ficar tão perto dele. Reprimindo uma sensação de pânico crescente, cerrou os olhos e refletiu sobre o fato de que, quando estava junto a ele, agia como uma pessoa privada de oxigênio.

Estava imaginando se não seria melhor enfrentar o mau tempo e qualquer tarado que passasse, quando a porta se abriu. Ela ficou tensa quando o interior do carro foi invadido por uma onda de ar frio seguido pelo cheiro másculo da colônia que ele usava.