Fanfic: Atração sem limites (Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Ele arqueou uma sobrancelha escura.

- Nossa conversa está sem sentido, não acha? Por que não cede graciosamente? Podemos até fingir que a idéia foi sua, se quiser.

Olhando irada para o perfil complacente dele, Anny caiu num silêncio irritado enquanto Alfonso passava por um grande portão de ferro batido.

Quando ele abriu a porta do carro, Anny, que estava contemplando o belo prédio diante do qual tinham estacionado, sacudiu a cabeça.

- Não se pode entrar num lugar como este e pedir um quarto por meia hora. Vão pensar...

Alfonso deu um sorriso sarcástico.

- Vão pensar o quê...? - Sorrindo maliciosamente, continuou: - Que não conseguimos controlar nosso desejo mútuo até chegar a Londres?

- Não seja nojento! -protestou, engasgada.

- Esta exibição de pudor horrorizado talvez me impressionasse mais se você já não tivesse tentado me arrancar a roupa hoje. Talvez eu deva me preocupar com a minha reputação - ele sugeriu, sorrindo quando o rosto dela se inundou de rubor.

- Reputação! - ela berrou, pulando do carro. Pisando forte no caminho de cascalho, avançou sobre ele com os punhos cerrados. - Acho que a sua reputação não tem como piorar - escarneceu. - Quanto tempo levou...? Dez anos...? Mesmo assim, acho que o esforço valeu à pena. Acho que agora todos sabem que você não passa de um conquistador barato. Quanto a arrancar roupas... - Uma expressão confusa invadiu-lhe os olhos quando surgiu em sua mente a lembrança de suas mãos se enfiando por baixo da camisa dele. Respirou fundo e sacudiu a cabeça, exclamando raivosa: - Fui eu que perdi dois botões.

Foi só quando notou o olhar dele que Anny percebeu que, ao abrir o casaco para exibir a brecha na blusa, tinha deixado à mostra, sem querer, uma parte de sua cintura lisa e fina. Com um grito indignado, juntou os lados do casaco.

Com os olhos em brasa, ele fitou os dela, e o silêncio latejante entre eles acabou de despedaçar seus nervos já traumatizados.

- Relaxa... aqui não se alugam quartos por hora. Além do mais, tenho uma suíte - revelou calmamente.

- Tem uma suíte - repetiu, incrédula. - Você mora em um hotel?

- Evidente que não, mas é útil.

Anny, que não compreendia como um hotel isolado no interior da Cornualha poderia ser útil a um homem que passava a vida pulando de uma capital européia para outra, parecia cética.

- Quantas vezes você realmente a utiliza?

- Depende. Duas... talvez, três vezes... - Começava a se impacientar com o interrogatório dela.

- Por mês...? - Parecia a Anny uma extravagância e um desperdício chocantes. Mas ela não era milionária, tampouco bilionária...

- Por ano - corrigiu, e o queixo dela caiu.

- Por ano! - Meneou a cabeça, sem conseguir esconder sua desaprovação. - Deve custar uma fortuna.

- Está me repreendendo por imprudência financeira...? - A idéia parecia diverti-lo.

- Não é da minha conta como gasta seu dinheiro. Por mim, pode até queimá-lo se quiser.

- Se serve de consolo, sou um dos donos do hotel... um sócio que entra com capital.

Anny olhou para a mão dele estendida num convite mudo para que subisse os degraus rasos que levavam à entrada do prédio, onde surgiu uma figura alta. A mulher, com os cabelos grisalhos presos num coque na nuca, vestia camisa de seda e saia de lã.

- O que está fazendo parado aí? - Olhava por cima dos óculos para Alfonso, com ar de censura. - Esta pobre criança parece exausta.

Para espanto de Sam, longe de tomar a habitual atitude de altivez gélida, Alfonso sorriu, o tipo de sorriso cálido que provavelmente reservava para os poucos de quem realmente gostava.

O fato daquele sorriso comovente tocar fundo em seu próprio coração deixou-a de cara amarrada.

Sentiu uma mão nas costas empurrando-a escada acima e ouviu-o dizer:

- Desculpe, Smithie.

Smithie?