Fanfic: Atração sem limites (Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

- Verdade? - Dorothy ergueu as sobrancelhas finas. - Acho que entendi mal. Pensei ouvir Alfonso dizer que ia passar a noite.

- Ele, talvez. É livre para fazer o que quiser, mas eu não... não vou ficar, quero dizer... não que não seja livre, o que sou... - interrompeu-se, ergueu a cabeça e suspirou.

A outra observou a fisionomia pálida e abatida dela e ficou cheia de remorso.

- Olhe só, eu aqui matraqueando quando você precisa é de sossego. Vou lhe mandar um copo de conhaque. Agora vá tirar esta roupa molhada. Os banheiros aqui são maravilhosos. - Com um aceno de despedida, ela se foi finalmente deixando Anny sozinha... finalmente.

Deitada na banheira funda, confortada pelos óleos de banho que tinha derramado na água, Anny começou a pensar nos acontecimentos extraordinários daquele dia. Sua mente, esvoaçando agradavelmente por efeito da dose de conhaque que devia ter recusado, ficava recordando sem parar aquele beijo alucinante.

Nunca imaginara que pudesse existir um beijo como aqueles! Nunca percebera o que estava perdendo!

Agora sabia, e tinha sido Alfonso o catalisador: o homem que estava no lugar certo na hora certa, e tinha apertado todos os botões certos.

- Poderia ter sido qualquer um. - O banheiro estava vazio, então a única voz discordante era a dela mesma. Tem certeza disso?

Sentou-se, com o rosto duro e revoltado.

- Tenho certeza absoluta. Alfonso Herrera não tem nada de especial.

Essa afirmação era tão ridícula que ela riu agoniada ao se deitar na água novamente. Alfonso era muitas coisas, mas comum não era uma delas...!

Quase 24 anos e nunca tinha se descontrolado... isto era preocupante. Ainda mais preocupante era o fato de nunca ter sentido falta disso até agora! Por um lado, desejava que aquele beijo ardente jamais tivesse acontecido, que ela ainda continuasse na sua bendita ignorância; mas, por outro lado, revivia aquele beijo alucinante a cada momento.

Relembrar mais uma vez aqueles instantes de entrega absoluta, derretida até os ossos, fazia seu coração disparar. Enquanto Alfonso se apossava de sua boca, a entrega se transformara em algo igualmente desconhecido: uma necessidade frenética, muda, de tocar, de saborear... de se fundir com o calor e a rigidez máscula dele. Pensar naquela reação primitiva acelerou sua respiração e corou sua pele pálida e translúcida.

Suspirando, mergulhou na água. Voltando à superfície, afastou os cachos molhados do rosto. Ela sabia que amava Christopher. Essa certeza fazia parte de sua vida de tal forma que nunca a questionara... até que as zombarias de Alfonso tinham criado dúvidas em sua cabeça.

- Amo Christopher sim - anunciou, desafiadora, ao banheiro cheio de vapor.

Só porque não conseguia imaginar um sexo louco, desenfreado, com alguém não significava que não o amasse. E, da mesma forma, só porque conseguia imaginar isso com outro não significava que o amasse.

Não, aquele episódio com Alfonso fora só sexo. Levantou a cabeça quando lhe ocorreu uma possibilidade deprimente: talvez não fosse possível ter sexo e amor. Era preciso escolher um ou outro. Isso é que era, de fato, um pensamento deprimente.