Fanfic: Atração sem limites (Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

- Antes, eu pensava num companheiro para toda a vida. Agora, acho que não fui feita para o casamento.

-Não foi...?

Sabia que Alfonso não gostava de mulheres carentes, grudentas.

- Não, definitivamente gosto da minha vida como é... com alguns acréscimos.

- Como um amante?

Ela concordou.

-Ninguém precisa saber. Não seremos namorados nem nada. Seremos só isso.

- Quer ter um caso secreto? - Ele parecia chocado. Ou seria aliviado?

- Secreto, não. Apenas pouco alardeado. A vida fica mais simples assim.

Após uma longa pausa, ele disse:

- Sou a favor da simplicidade.

- Achei que seria.

Alfonso estava se despindo com uma pressa lisonjeira quando ela correu, rindo, para o banheiro. Tinha chamado por ele sem obter resposta, e então ficou esperando com o coração palpitante de expectativa. Porém, quando após alguns minutos, a porta do chuveiro permaneceu fechada, Anny não se demorou. Depois de lavar o cabelo com vigor desnecessário, saiu de lá.

- Evidentemente não sou tão irresistível quanto pensava - disse à sua imagem no espelho. - Ai, meu Deus, tenho mesmo um problema.

Claro que havia um problema - e não era só o fato de falar sozinha! Casual ela podia ser - casual estava ótimo -, mas casual não era viver para os breves momentos que compartilhavam. Simplesmente não era saudável ficar quase o tempo todo à espera de um telefonema ou, como hoje, de um toque na campainha da porta.

A verdade era que ela queria mais, e mais era algo que Alfonso não queria dar. Se soubesse como Anny se sentia, provavelmente sairia correndo. Havia uma opção, naturalmente. Sempre havia uma opção. Ela poderia ser sincera, dizer como se sentia e vê-lo ir embora. Ou poderia aceitar o que tinha.

Era uma situação de perder ou perder.

Enrolando-se numa toalha, Anny voltou ao quarto. A primeira coisa que viu foi Alfonso. Era difícil deixar de vê-lo, de pé no meio do quarto com o olhar perdido e soturno.

Bem, pelo menos não tinha adormecido, pensou, passando por ele e se sentando à penteadeira. Sempre em silêncio, tirou o casaco dele das costas da cadeira e atirou-o no chão. Essa petulância não suscitou a menor reação. Ele permanecia lá, ainda meio vestido como estava quando ela fora para o banheiro.

Porém, certamente alguma coisa tinha acontecido para deixá-lo tão mal-humorado, já que tinha entrado no quarto olhando-a como se ela fosse água e ele um homem que tinha passado dez dias no deserto.

Pegou uma escova e depois, com um suspiro, largou-a.

- Vai me dizer o que fiz de errado agora...?

No espelho, seus olhos se chocaram, verde tempestuoso com castanho frio e implacável.

- Por que presume que fez alguma coisa?