Fanfics Brasil - A dama de vermelho AyA {Finalizada}

Fanfic: A dama de vermelho AyA {Finalizada}


Capítulo: 16? Capítulo

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Alfonso encarou Tigre. — O que está querendo dizer com "o projeto mudou novamente"?


— Veja com seus próprios olhos — respondeu o contramestre, abrindo uma planta diante do patrão. — Mudaram a maldita ala leste pela terceira vez esta semana. Como poderemos construir o prédio se eles insistem em ficar mudando o projeto todo dia?


Alfonso observou as modificações na planta. — E isso que ganho por usar os desenhos de outra pessoa. Se fosse uma construção menor...


— Ainda assim os donos ficariam mudando a estrutura a todo o momento — deduziu Tigre, utilizando sua experiência profissional.


— Talvez. Mas pelo menos eu teria um pouco mais de estabilidade.


Joel olhou por cima do ombro do irmão. —    Hei, não reclame. Pelo menos os suportes ficaram certos dessa vez.


Tigre sorriu para Alfonso.


— Nada mal — disse. — O garoto tem um olhar apurado para detalhes.


— Cuidado!


Ao ouvir o grito ecoar pela área em construção, Alfonso virou-se e logo descobriu o motivo do aviso. A distância, avistou algo vermelho se movendo entre as pilhas de materiais para cons­trução. Logo atrás, um caminhão basculante cheio de entulho estava dando marcha ré bem naquela direção.


Só havia uma pessoa que gostava de usar aquele tom chamativo de vermelho e que andava acompanhada por um dál­mata. Anahí voltara e não havia uma maneira de ele conseguir avisá-la a tempo sobre o perigo que ela estava correndo.


— Anahí! — gritou. — Cuidado!


Ela parou por um instante, com a brisa agitando os cabelos loiros e formando uma espécie de auréola dourada em torno de sua cabeça. Ao vê-lo, ela acenou e sorriu. De súbito, Man­chado se levantou atrás dela e apoiou as patas em seus ombros, obrigando-a a dar um passo à frente. Anahí protestou, sem ter a mínima noção do perigo que corria, bem no instante em que o caminhão passou a cerca de meio metro do lugar em que ela e o cão estavam.


Ao perceber o que havia acontecido, o motorista desligou o motor e apoiou a cabeça no volante, consternado. Anahí, por outro lado, continuou ignorando os perigos à sua volta.


Tigre gemeu, em protesto.


— Oh, droga, ela voltou a se mover.


—A escavadeira! A escavadeira! — Joel gritou, mas ela não o ouviu. — Oh, Deus, ela vai ser atingida.


Tigre levou as mãos à cabeça. — Ela é maluca.


Alfonso nem conseguiu dizer nada, tamanha a aflição em seu peito. Ele continuava muito longe para ter tempo de salvá-la.


— Anahí! — gritou mais uma vez. — Olhe atrás de você!


O parte côncava da escavadeira começou a se mover para baixo, bem na direção dela. Dessa vez, Manchado farejou in­sistentemente os sapatos de Anahí, fazendo-a se inclinar bem no momento em que a enorme máquina passou pouco acima da cabeça dela.


Tigre se inclinou, como se ele próprio também estivesse cor­rendo perigo. Ao notar o que estava acontecendo, o motorista da escavadeira fez uma manobra esquisita para não acertar Anahí na volta.


— Não quero nem ver — falou Joel, cobrindo os olhos.


Alfonso continuou emudecido. —  Ela está bem — disse, depois de alguns segundos. — O eixo da escavadeira já se afastou dela.


A essa altura, o manobrista estava pálido, sem saber se desligava o motor ou se continuava seu trabalho.


Sem perder tempo, Alfonso correu até ela, antes que algum de seus empregados acabasse tendo um ataque cardíaco.


Anahí saudou-o com um belo e inocente sorriso. — Bom dia!


Ele nem se preocupou em responder. Precisava tirá-la logo dali. Em silêncio, segurou-a pelo cotovelo e começou a condu­zi-la em direção a um trailer, estacionado em um local seguro. Manchado acompanhou-os de perto, soltando um longo suspiro de alívio.


— O que está fazendo? — perguntou ela, confusa.


— Não fale. Não quero ouvir nem uma palavra.


— Por quê? O que eu fiz?


A mera visão daquele corpo magnífico moldado pelo tecido justo do vestido vermelho foi suficiente para despertar o desejo de Alfonso. Aquilo já estava fugindo de seu controle e ele precisava dar um jeito na situação, antes que acabasse ficando maluco.


— Se valoriza sua vida, não vai dizer nem uma palavra até entrarmos naquele trailer. Senão farei um escândalo que você e esses homens nunca mais esquecerão.


Para seu espanto, Anahí começou a rir.


— Confesso que estou tentada a desobedece-lo, mas vou resistir.


Vários assobios e piadinhas chegaram aos ouvidos de Alfonso no momento em que chegaram ao trailer. Sem se importar, levou Anahí para dentro e fechou a porta com firmeza, enquanto Manchado permaneceu do lado de fora, montando guarda.


Alfonso teve de se conter para não beijá-la até lhe tirar o fôlego. O brilho inocente daqueles lindos olhos azuis e o tom rosado daqueles lábios cheios não colaborou nem um pouco com seu esforço.


— O que diabos veio fazer aqui? — perguntou.


— Vim procurá-lo para pedir meu emprego de volta.


Alfonso não acreditou no que ouviu. — Só pode estar brincando. Depois da confusão que acabou de causar, tem sorte por eu não haver chamado a polícia
para prendê-la.


Anahí franziu o cenho. — Que confusão?


— Tem idéia de que quase morreu há poucos minutos?


Ela riu. —  Não diga tolices, Alfonso. Não posso morrer porque já...


— Não fale! — Ele levantou a mão, pedindo silêncio. — Não me venha com essa história maluca de novo. Se Manchado não houvesse chamado sua atenção a tempo...


Anahí deu de ombros. —     Você e seus empregados teriam tido a prova de que sou mesmo um anjo.


— Bem, se aquele caminhão a houvesse acertado, você realmente viraria um anjo. E instantaneamente.


— Não foi o que eu quis dizer.


— Estou falando sério, Anahí. O que você fez foi muito pe­rigoso. E, como se não bastasse, deixou uma trilha de estragos atrás de si.


— Estragos? — Ela abriu a porta do trailer antes que Alfonso pudesse detê-la. — Que estragos? — Protegendo os olhos com a mão, examinou o local.


Alfonso se posicionou ao lado dela. —   Observe a trajetória que você fez e entenderá o que estou querendo dizer.


Anahí franziu o cenho. — Por que o motorista do caminhão está curvado, com a mão no estômago?


— Provavelmente teve uma crise estomacal, depois do ner­voso que passou há poucos minutos, quando quase a atropelou.


Então ela voltou a atenção para algo mais adiante. — E o operador da escavadeira? Está dormindo?


— Não. Meus empregados nunca dormem em serviço — respondeu Alfonso. — Ele deve estar inconsciente. Ou então teve um ataque cardíaco, depois que quase a decapitou.


Anahí arregalou os olhos e virou-se para ele.


— Ele quase... — Anahí engoliu em seco. — Ainda bem que não preciso morrer de novo, porque isso teria sido um bocado dolorido. — Antes que Alfonso pudesse protestar, ela continuou: — Bem, se a culpa foi minha, tenho certeza de que Gentil os ajudará na recuperação... Hei, por que todos estão olhando para nós?


— Não são todos que estão olhando, Anahí. Apenas aqueles que ainda estão de pé — ironizou Alfonso.


— Oh, aí vem Tigre e Joel — disse ela, sem dar importância ao comentário.


— Quer que eu a mate agora? — Tigre perguntou ao patrão, dobrando as mangas da camisa, como que se preparando para uma briga.


— Ele está brincando, não está? — perguntou Anahí, alarmada.


— Não — respondeu Alfonso. — Acho que Tigre está fa­lando sério.


— Muito sério — confirmou o contramestre. — Quer que eu acabe com ela? Levará apenas um segundo.


Alfonso coçou o queixo, pensativo. — Acho que não... — respondeu, com relutância. — Em vez disso, por que não chama o chefe da segurança? O mesmo que não deve deixar ninguém que não tenha permissão entrar aqui. Preciso ter uma conversinha com ele.


— Pode deixar.


Lançando um sorriso forçado para Anahí, Tigre se retirou.


— Acho que eu não deveria ter vindo até aqui — disse Anahí.


— Não acredito que ainda esteja viva — falou Joel.


— Sinto muito, se causei algum transtorno. Mas é que real­mente eu não estava correndo perigo.


— Por que pensa que é um anjo? — ironizou Alfonso.


— Porque é a verdade. — Ela olhou para Manchado e sorriu. — E porque também tenho um anjo da guarda comigo.


— Entre novamente no trailer — mandou Alfonso. — Antes que eu acabe fazendo algo de que me arrependa depois.


— Posso ficar com Manchado? — pediu Joel. — Senti falta dele nesses últimos dias.


—Está bem — respondeu-lhe o irmão. — Agora entre, Anahí.


Ela obedeceu, sem protestar. — Sinto muito. Não percebi que estava causando tantos danos. Ninguém tentou me parar e...


— Por que está aqui?


— Eu já lhe disse. Vim para pedir meu emprego de volta.


Alfonso cruzou os braços. — Já faz uma semana que a despedi. Como sabe se não contratei alguém para substituí-la?


— Você contratou?


— Sim. — Ele esperou um momento, antes de acrescentar: — Na verdade, contratei seis secretárias na última semana.


Os lábios de Anahí se curvaram em um sorriso. — Seis?


— Em um mesmo dia, cheguei a contratar três.


O sorriso dela se ampliou. — Acho que deve ser seu mais novo recorde.


— Foi o que me disseram no escritório. O gerente da agência de empregos se recusou a mandar outra pessoa.


— Então está mesmo na hora de eu voltar. Não acha?


— Depende.


— De quê?


— De você estar disposta a concordar com minhas regras.


— Tudo bem. Então me diga quais são elas.


Alfonso sorriu. — Já se esqueceu?


— Vejamos... — Um brilho de divertimento surgiu nos olhos de Anahí. — Se não estou enganada, a primeira diz que você é o chefe.


Ele assentiu. — Isso mesmo. O que eu digo é lei. Nada de discussão ou
de argumentação. A palavra final é sempre minha.


Anahí respirou aliviada. Voltara a pisar em terreno conhecido. — E a regra número dois?


— Nada de relacionamentos íntimos dentro da empresa. Lembra-se?


Essa regra era excelente, pensou Anahí. Se houvesse se lem­brado dela alguns dias antes, talvez não tivesse acabado em meio àquela encrenca.


— Ela também serve para o chefe, não?


— Principalmente para ele — confirmou Alfonso.


— A regra número três... Nada de cães, certo?


— Vou mudar essa — avisou Alfonso.


— É mesmo? Manchado poderá entrar livremente no escritório?


Alfonso assentiu. — Já que ele está no escritório desde que você entrou, mesmo sem meu consentimento, não vejo por que tentar manter essa regra.


— E qual será a nova?


Anahí teve a sensação de que não iria gostar da resposta. — Será proibido falar sobre anjos ou esposas.


— Sem problema. Já sei que não devo mais falar sobre isso.


— Ah, é? Então desistiu dessa história de encontrar uma esposa para mim?


— Significa que não vou mais falar sobre o assunto — sa­lientou Anahí. — É um compromisso suficiente para aceitar me readmitir?


— Talvez. E quanto a essa história de anjo?


Anahí mordeu o lábio, pensativa. —      Posso deixar de falar sobre isso também — respondeu.


— Mas primeiro preciso lhe dizer algo.


Alfonso cruzou os braços. — Pode falar.


— Falei com meu supervisor e ele me deu uma última chance para completar a missão.


— E qual é sua missão dessa vez?


— Ela ainda está ligada a você.


Ele arqueou uma sobrancelha. — Trabalho difícil o seu, não?


— Muito — admitiu Anahí. — Mas Gentil me deu um pre­sente especial para oferecer a você.


— Mas que homem generoso.


— Ele é, sim. E amável também.


Alfonso encostou o ombro na parede do trailer. Os olhos cas­tanhos a fitaram com um brilho de perspicácia.


— A personalidade combina com o nome dele, não?


— Totalmente.


— Agradeça a ele por mim, mas diga que não preciso de nenhum presente. Anahí, por que estamos falando sobre isso? Essa conversa não está fazendo muito sentido para mim.


— Disse que não posso mais falar sobre anjos. Então terei de lhe contar tudo agora, para não aborrecê-lo com esse assunto depois. Mas como poderei fazer isso se não me deixar falar sobre o presente?


Alfonso deu de ombros. — Quer ou não o emprego de volta?


— Você sabe que quero.


— Então vai concordar com minhas regras? — Ele se apro­ximou dela.


— Tenho escolha?


— Não.



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Autor(a): theangelanni

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Talvez ela tivesse chance de falar sobre o presente depois. Não seria aconselhável insistir no assunto naquele momento. Abordaria o assunto quando ele não tivesse outra opção a não ser ouvi-la. — Então concordo — respondeu. — Nesse caso, bem-vinda ao trabalho, srta. Fazpaz. — Obrigada, Sr. Herrera. & ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 58



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  • helyluna Postado em 20/04/2015 - 10:47:27

    Simplismente perfeita ameiiii

  • nathmomsenx Postado em 26/05/2013 - 12:10:38

    Que web linda! bjs

  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

    Mais uma web vou ler *-*
    AyA forever s2

  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

    Mais uma web vou ler *-*
    AyA forever s2

  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

    Mais uma web vou ler *-*
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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:43

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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:43

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  • css Postado em 03/10/2009 - 16:53:10

    aahhhhhhhh... não acredito que acabou tão rápido... mas eu amei do começo ao fim... vou sentir muita falta... por que vc não tenta fazer uma segunda temporada? já me tem como uma leitora certa.

    BJO.

  • annytha Postado em 01/10/2009 - 10:30:29

    estou suplicando por mais, a tua web é umas das melhores.
    tou amando.
    posta ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++++++


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