Fanfics Brasil - A dama de vermelho AyA {Finalizada}

Fanfic: A dama de vermelho AyA {Finalizada}


Capítulo: 25? Capítulo

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A essa altura, a água já estava alcançando sua cintura e tentando molhar sua blusa vermelha com leves ondulações ao seu redor. O lago parecia inócuo, com sua cor ligeiramente esverdeada, refletindo o brilho do sol em uma espécie de dança dourada ao longo de toda sua extensão. Mais adiante, em outra margem, ela avistou alguns chorões inclinados na direção da água, como que tentando vislumbrar seus próprios reflexos na superfície brilhante. Os longos galhos de folhas pendentes tocavam a água como tranças, sussurrando segredos à brisa curiosa. Alfonso afrouxou um pouco o braço ao redor da cintura de Anahí.


— Mas sempre foi boa em lidar com pessoas? — perguntou ele, tentando mantê-la relaxada.


— Não sei lidar com pessoas.


— Claro que sabe. Nunca notou esse seu dom? Você atrai as pessoas de uma maneira especial. A princípio, pensei que fosse por causa de sua aparência, mas logo notei que com o tempo as pessoas passam a ver seu espírito e a admiram por quem você realmente é.


— Isso é coisa de anjo. Como minha bolsa, lembra-se?


Alfonso sorriu. — Não, minha querida. É você. A gentileza em seu olhar, o brilho de seu sorriso, o carinho de seu toque e essa alegria de viver que é raro encontrar nas pessoas.


— Está errado, Alfonso. Sempre olhei a vida de fora e nunca a experimentei realmente quando estive na Terra, por que faria isso agora, que não pertenço mais a este lugar?


— Você nunca se permitiu pertencer à Terra, meu anjo — disse ele, com gentil ironia. — Bastaria desejar com todo seu coração e você teria conseguido.


A verdade atingiu Anahí com um impacto devastador. Sem­pre tivera tanto medo de se magoar que nunca se permitira aproveitar a vida em sua plenitude. Deus, o que fizera consigo mesma? Por que desperdiçara algo tão precioso como a vida?


     Não precisa ter medo, Anahí. Olhe à sua volta agora.


Só então ela se deu conta de que estavam bem longe da margem, e que seu medo havia desaparecido. Flutuou sobre a água morna, segura junto aos braços protetores de Alfonso. O medo se fora afinal. E Alfonso a ajudara a se livrar dele.


Sentiu seus olhos se encherem de lágrimas e o abraçou, deixando o choro acontecer livremente. Se ao menos não fosse tão tarde para haver encontrado o amor...


— Não precisa mais ter medo da água nem da vida, Anahí. Nenhuma das duas poderá feri-la de agora em diante. — Dizendo isso, Alfonso beijou a mão dela.


— Por que fez isso? — perguntou ela, surpresa.


— Certa vez, você disse que um homem nunca havia beijado sua mão. Não quero que volte sem haver experimen­tado isso também.


— Oh, Alfonso...


— Eu gostaria que você não fosse um anjo e que as circuns­tâncias de nosso encontro houvessem sido diferentes. Sei que eu não deveria desejar fazer amor com um anjo, mas não consigo...


Anahí tocou os lábios dele com os dedos.


     Shh... Não diga isso. O que queremos é impossível.


Ignorando o pedido, Alfonso murmurou: —    Deixe-me fazer amor com você, Anahí. Apenas uma vez. Não se trata apenas de desejo físico, eu juro.


Ela sentiu-se tentada a aceitar, mas acabaria transpondo um limite do qual não haveria retorno.


— Não podemos. Logo Gentil dará um fim à minha missão e terei de ir embora.


— Anahí...


— Quer que seu desejo seja satisfeito agora? — ela indagou, sem conseguir encará-lo.


Alfonso não respondeu de imediato. — Sim.


— Então o faça.


— Quero que encontre Dulce para mim. Quero saber de uma vez por todas se tenho mesmo um filho. Se a encontrar, vou me casar com ela.


— Esse é seu desejo sincero?


Ele ficou em silêncio, olhando para o lago, com ar pensativo.


— Alfonso? Não precisa fazer isso, se não quiser. Pode desejar encontrar o amor verdadeiro. Isso não significa que não loca­lizará Dulce e seu filho.


— Tem razão. Quero meu filho, se ele existir. Mas existe algo que desejo tanto quanto isso, só que não posso ter.


— E o que é?


— Você sabe.


— Não, não sei — insistiu ela.


— Bem, se não posso ter o paraíso, ficarei mesmo em meio ao inferno. Realize meu desejo, Anahí.


— Deseje o amor!


— Você já ouviu qual é meu desejo. Não vai realizá-lo?


— Quer encontrar Dulce e saber se seu filho existe?


— E também quero me casar, se essa criança existir.


Os olhos de Anahí se encheram de lágrimas mais uma vez. —  Então que assim seja.


Alfonso a abraçou. — Isso está sendo difícil, meu anjo. Não importa o que eu deseje porque sempre faltará algo na minha vida. Você sabe disso, não sabe?


A tristeza de Alfonso parecia tão intensa quanto à dela. —       Sim, eu sei.


Anahí chegou ao escritório de Alfonso bem cedo, na manhã de segunda-feira. Teve de conter a vontade de chorar por saber que sua missão estava chegando ao fim. Respirando fundo, tentou reunir forças para enfrentar a situação e abriu a porta.


Alfonso estava diante da ampla janela de vidro, olhando para o rio. Ele não ouvira ela entrar e Anahí aproveitou o momento de distração para observá-lo melhor. Parecia pensativo, com os traços do rosto marcados por leves rugas de preocupação.


— Alfonso?


Ele se virou para ela. —      Pensei que houvesse ido embora.


— Não pude — respondeu Anahí. — Não ainda.


Olhando-a de alto a baixo, ele disse: — Estou chocado, Anahí. Nunca a vi vestida de branco.


— Meus dias de vermelho terminaram.


Alfonso franziu o cenho. — Por quê?


— Você sabe. Terei de partir em breve. Mas antes disso, preciso completar uma tarefa.


— Se está falando em encontrar uma esposa para mim...


— Não. Admito que minha missão falhou nesse aspecto.


— Mas não falhou, querida. Não quero que vá embora.


— Essa decisão não cabe a mim nem a você, Alfonso. Preciso me desculpar.


— Não há motivo para isso.


— Sim, há. Eu deveria ter me empenhado mais.


— Mas eu não queria uma esposa.


— Você merece encontrar o amor. Ele existe, Alfonso. Sei que lhe disse que não acreditava nele, mas eu estava errada.


— Não volte para lá — pediu ele. — Fique comigo.


Aquilo a estava torturando, mas ela teria de ser firme.


— Não pertenço mais à Terra. Já experimentei a vida, mas chegou à hora de você experimentar a sua.


— Quero tê-la na minha vida, Anahí.



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Autor(a): theangelanni

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"Oh, por favor, Gentil, não me faça passar por isso. Tire-me logo daqui!", ela pediu em pensamento. — Não será possível. — Faça com que seja — insistiu Alfonso, aproximando-se dela. — Quer encontrar uma esposa para mim? Pois bem, pode fazê-lo. Irei até cooperar. Poderemos passar a vida inteira j ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 58



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  • helyluna Postado em 20/04/2015 - 10:47:27

    Simplismente perfeita ameiiii

  • nathmomsenx Postado em 26/05/2013 - 12:10:38

    Que web linda! bjs

  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

    Mais uma web vou ler *-*
    AyA forever s2

  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

    Mais uma web vou ler *-*
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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

    Mais uma web vou ler *-*
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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:43

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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:43

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  • css Postado em 03/10/2009 - 16:53:10

    aahhhhhhhh... não acredito que acabou tão rápido... mas eu amei do começo ao fim... vou sentir muita falta... por que vc não tenta fazer uma segunda temporada? já me tem como uma leitora certa.

    BJO.

  • annytha Postado em 01/10/2009 - 10:30:29

    estou suplicando por mais, a tua web é umas das melhores.
    tou amando.
    posta ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++++++


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