Fanfic: A dama de vermelho AyA {Finalizada}
Os dois a olharam no mesmo instante.
— O quê? — perguntaram em uníssono.
— Acabei não falando sobre o acidente — explicou Lorraine.
— Dulce caiu nas águas de uma doca enquanto estava com Rebecca nos braços. Ela bateu a cabeça no casco de um barco ao cair, e acabou se afogando. Uma moça que estava por perto pulou na água e conseguiu salvar Rebecca. — Olhou para Anahí, com um ar confuso. — Os jornais disseram que você também
se afogou, mas vejo que se enganaram.
— Lorraine, por favor — disse Alfonso. — Leve Rebecca para a sala ao lado e me espere lá, está bem?
Lorraine obedeceu, sentindo que ele queria falar a sós com Anahí.
— Salvou a vida da minha filha? — Alfonso perguntou, assim que as duas se retiraram. — Morreu para salvar a vida dela?
— Não morri de propósito, Alfonso — respondeu Anahí, como que se desculpando pelo que fizera.
— Por que não me disse?
— Porque nem eu sabia que sua filha era a criança que eu havia salvado. — Ela sorriu. — Deve ser outra das artimanhas de Gentil. Pelo menos partirei sabendo que minha morte aconteceu por uma boa causa. Isso completa seu desejo com perfeição.
— Completa meu desejo? — Alfonso a segurou pelos ombros. — É você que eu desejo ter!
— Não insista, por favor. Seu pedido já foi atendido e...
— Você não está entendendo — ele a interrompeu. — Desejei encontrar Dulce e me casar, se existisse mesmo uma criança. Foi isso o que eu pedi.
— Sim, só que Dulce está morta.
— O que significa que você não realizou meu desejo completamente — acrescentou Alfonso, com urgência. — Rebecca é minha de qualquer maneira, mas você não me deu uma esposa.
Se o assunto não fosse tão sério, Anahí teria caído na gargalhada. — Desde o início, você disse que não queria uma esposa. Já tem sua filha e pronto.
— Não! Fizemos um acordo, e já que você não me deu Dulce, terá de ficar para substituí-la. Anahí, por favor. Fique e se case comigo.
— Você sabe que isso não é possível.
Anahí deu um passo atrás. Depois outro.
— Não, droga! Se você não ficar, meu desejo não terá nascido do fundo do meu coração. Rebecca é meu mundo agora, mas você... Você é minha vida!
Anahí estremeceu, experimentando a sensação que sempre a assaltava quando ela estava prestes a voltar ao Paraíso.
— Preciso ir.
Alfonso deu um passo em direção a ela. — Espere! Não pode ir. Ainda não!
— Adeus, Alfonso. Seja feliz, por mim.
Ouviu a voz de Alfonso se tornar distante. Estendeu a mão, tentando tocá-lo uma última vez, mas já era tarde demais.
— Eu te amo! — gritou, na esperança de que ele ainda pudesse ouvi-la.
— Anahí Fazpaz, dirija-se ao supervisor Gentil, por favor.
Ela começou a percorrer o corredor, dando-se conta de repente de que não estava havendo nenhum comentário a seu respeito e que, na verdade, alguns anjos estavam até sorrindo para ela. Respirando fundo, retribuiu os sorrisos com um ar confiante e seguiu em frente.
Gentil estava de pé em sua sala, mantendo uma expressão solene, como sempre.
— Oh, aí está você. Realmente fez uma tremenda confusão dessa vez, meu anjo. Entre e sente-se.
— Obrigada pela ajuda, Gentil — agradeceu, ao sentar-se no lugar de sempre. — Sei que tentou fazer o melhor que pôde.
— Sim, eu tentei.
— E agora o que acontecerá? Eu... serei mandada embora?
— Sim.
Ela suspirou alto. — Acho que nunca pertenci realmente a este lugar.
— É mesmo? — Gentil inclinou a cabeça de lado, observando-a com mais atenção. — E por que acha isso, srta. Fazpaz?
— Ambos sabemos que não tive uma vida lá muito exemplar. Eu me excedi um bocado na cota terrena de erros.
— Acha mesmo que só veio para cá por haver salvado a vida de Rebecca?
— Não foi só por isso?
— Claro que não, minha querida. A seleção não é tão simples assim. Esperamos mais dos nossos anjos. Mesmo dos que se encontram em treinamento. — Sentando-se à mesa, ele se inclinou para frente e acrescentou: — Você tem um poder de amar que excede o de muitos de nossos anjos. Sempre foi alegre, prestativa e solidária com os outros.
— Mas eu cometi erros...
Ele dispensou o comentário com um gesto de mão.
— Todos estão sujeitos a cometer erros. Aquela história de realizar um desejo, por exemplo. — Gentil balançou a cabeça. — Tenho de reconhecer que você se atrapalhou um pouco.
— Mas eu realizei o desejo de Alfonso.
— Não, minha querida. Não fez isso.
— Não estou entendendo. Ele conheceu a filha.
— Sim, mas você deveria dar a ele um amor verdadeiro.
— Ele não queria isso. Desejava apenas... — Ao se lembrar do modo quase desesperado como Alfonso pedira a ela que ficasse, admitiu: — Sim, ele me queria. Só que eu não quis dar ouvidos a isso.
— Acertou, srta. Fazpaz. Errou no cumprimento de outra tarefa, por isso terá de voltar. Chegamos à conclusão de que sua falha aconteceu por um único problema: você nunca conheceu o amor verdadeiro. Por isso o desejo do Sr. Herrera não lhe chegou aos ouvidos, nem mesmo quando os pensamentos dele gritaram tão alto que todo o paraíso pôde ouvir.
— Mas eu conheço o amor! — protestou ela, com os olhos cheios de lágrimas. — Não o conheci por muito tempo, mas agora...
— Sinto muito, minha querida. Não aprendeu tão bem quanto deveria, e até experimentar o amor em todas suas facetas, não conseguirá ser um anjo bem-sucedido. Por isso, realizaremos o desejo do Sr. Herrera, e quando você voltar para junto de nós, talvez consiga obter mais sucesso em suas missões.
Duas lágrimas rolaram pelo rosto de Anahí, quando ela se deu conta do que Gentil quisera dizer com aquilo.
— Como posso lhe agradecer?
— Ame com todo seu coração, e eu me sentirei recompensado.
— Com um sorriso bondoso, acrescentou: — O Paraíso não será o mesmo sem você.
Ela sorriu. — Não fique triste, Gentil. Eu voltarei.
— Disso eu tenho certeza... Até logo, srta. Fazpaz.
Anahí permaneceu do lado de fora da bela mansão em estilo vitoriano. O portão principal foi fechado a distância. Já era tarde da noite e a maior parte do lugar estava mergulhada na escuridão.
Ouviu vozes a distância e logo avistou Joel, Alfonso e Rebecca se aproximando pela trilha que ia da garagem à entrada principal. Lorraine abriu a porta e saudou-os com um sorriso.
Rebecca e Joel entraram na casa, seguidos por Lorraine, mas Alfonso parou um instante. Anahí notou que ele percebera sua presença, em um canto escuro da varanda. Só então ela deu um passo à frente, deixando que a luz revelasse seu rosto.
— Anahí?
— Olá, Alfonso.
Ele não se moveu, como que não acreditando que ela estivesse mesmo ali.
— O que está fazendo aqui?
— Oh, digamos que fui expulsa do Paraíso. — Fitando-o nos olhos, acrescentou: — Me aceite, por favor. Não quero ser expulsa novamente.
— Então entre em casa — respondeu ele, com um sorriso. —Joel precisa de uma irmã, Rebecca de uma mãe, e eu necessito desesperadamente de uma esposa.
— Ainda não posso entrar.
—Por quê?
Anahí hesitou. — Prometi a Joel que ele teria de aprovar sua escolha.
Portanto, não posso entrar antes que ele me aprove.
Alfonso foi até a porta e gritou: — Joel! Venha até aqui. Preciso de sua opinião.
Joel apareceu logo em seguida. — O que foi? — Sorriu ao ver Anahí.
Rebecca apareceu atrás dele, com seus passinhos incertos. Bastou olhar para Anahí e soltou uma exclamação de alegria, antes de ir para o colo do pai.
— Por onde você andou? — indagou Joel.
— E uma longa história.
— Anahí disse que lhe fez uma promessa, Joel, e que não se casará comigo enquanto você não aprovar minha escolha.
— Oh, é isso?! — Joel deu uma piscadela para Anahí. — Anjos nunca podem quebrar as promessas que fazem, certo?
Alfonso olhou com ar surpreso para o irmão. — Como soube que ela era um anjo?
— Manchado me contou.
Anahí suspirou. — Ele sempre falou demais.
— Pois é — anuiu Joel. — E eu que pensei que fosse a existência das asas que denunciasse esse tipo de coisa.
— Vai ficar aí parado a noite inteira ou vai mandar que ela entre logo? — questionou Alfonso.
— Me dê um minuto. Estou pensando — provocou Joel.
Alfonso o ameaçou e ele explodiu na gargalhada, levantando a mão em sinal de rendição.
— Está bem, está bem. Quer se casar com meu irmão?
— Ele é meio temperamental, mas acho que conseguirei conviver com isso — brincou Anahí. — Se você concordar, claro.
— Pois eu os abençôo, meus filhos — zombou Joel, com um ar solene.
Alfonso segurou a mão dela. — Vamos, querida. Venha conhecer seu novo lar.
Anahí conteve a respiração, ainda em dúvida se era digna de tanta felicidade. Assim que Joel entrou, Alfonso a beijou com carinho, mantendo Rebecca nos braços.
— Não me deixe mais — pediu, com os lábios a centímetros dos dela. — Eu te amo, Anahí. Mais do que pensei que fosse capaz de amar alguém.
Ela sorriu, respondendo com outro beijo.
— Eu também te amo. Tanto que prometo que a notícia de nossa felicidade se espalhará por todo o Paraíso.
Estavam prestes a entrar na casa quando um dálmata apareceu de repente, vindo do jardim, e passou pela porta antes deles.
Alfonso revirou os olhos e Anahí levou a mão aos lábios, tentando disfarçar o riso. Anjos da guarda podiam até ser criaturas matreiras, mas também eram o acréscimo ideal para tornar uma família feliz.
A porta se fechou devagar. Anahí finalmente tinha um lar.
FIM
Autor(a): theangelanni
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Próxima web: O brilho do teu olhar AyA Resumo: A dama de honra Anahí Puente sempre fora apaixonada por Alfonso Herrera, mas sabia que ele era um solteiro convicto. A única maneira de fazer parte de sua vida era agir de maneira simples, tornando-se sua amiga e confidente. Entretanto, ao ser dama de honra do casamento do irmão, Anahí fo ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 58
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helyluna Postado em 20/04/2015 - 10:47:27
Simplismente perfeita ameiiii
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nathmomsenx Postado em 26/05/2013 - 12:10:38
Que web linda! bjs
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maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44
Mais uma web vou ler *-*
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maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44
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maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:43
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maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:43
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css Postado em 03/10/2009 - 16:53:10
aahhhhhhhh... não acredito que acabou tão rápido... mas eu amei do começo ao fim... vou sentir muita falta... por que vc não tenta fazer uma segunda temporada? já me tem como uma leitora certa.
BJO. -
annytha Postado em 01/10/2009 - 10:30:29
estou suplicando por mais, a tua web é umas das melhores.
tou amando.
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