Fanfic: A dama de vermelho AyA {Finalizada}
Ouviram uma batida à porta. Sem esperar pela resposta, um homem alto e musculoso entrou na sala, seguido por um belo jovem parecido com Alfonso.
— Desculpe-me por interromper, chefe — disse o homem mais alto, impelindo o rapaz para o centro do aposento.
— Hei, Tigre! — protestou ele, chamando o outro pelo apelido. — Não precisa ser rude.
— O que ele aprontou dessa vez, Tigre? — indagou Alfonso.
— Eu o flagrei em Wellsby pela terceira vez esta semana. Acabarei não podendo trabalhar, se tiver de repreender este rapaz toda vez que ele quiser bancar o carpinteiro.
Anahí ficou de pé e sorriu para o jovem.
— Você deve ser Joel — disse, estendendo a mão. — Sou Anahí Fazpaz, a nova secretária de seu irmão.
— Ela não é minha nova secretária — Alfonso retrucou. — E como diabos você sabe o nome do meu irmão?
Joel olhou para Anahí com um ar de fascinação. — Seja lá o que ela for... Também posso ter uma assim para mim?
— Sem piadinhas, Joel — censurou Alfonso.
Tigre disfarçou o riso quando Anahí se dirigiu a ele.
— Você é o contramestre do Sr. Herrera? — perguntou ela, também estendendo a mão para cumprimentá-lo.
— Isso mesmo — confirmou ele.
— Ouvi muitos elogios a seu respeito. Você é benquisto entre as pessoas que conheço.
— Não me leve a mal, senhorita, mas nunca ouvi falar a seu respeito. Mas confesso que é uma pena não tê-la conhecido antes — acrescentou ele, encantado com a beleza de Anahí.
— Obrigado por haver trazido Joel, Tigre — Alfonso os interrompeu. — Pode deixar que eu cuido do resto.
O empregado assentiu, retirando-se em seguida. Alfonso olhou para o irmão.
— Por que vivemos sempre tendo esta conversa, Joel?
O rapaz fingiu um ar de inocência. — Não tenho a mínima idéia. Por quê?
— Porque você nunca me dá ouvidos! — replicou Alfonso. — Já disse que não pode ficar se intrometendo nas construções. Ainda é jovem demais e aqueles lugares oferecem riscos...
— Farei dezesseis anos no próximo mês — Joel o interrompeu. — Você tinha essa idade quando começou a trabalhar. Além disso, pensei que ficaria contente ao ver que quero trabalhar, em vez de ficar à toa por aí. Se eu quisesse, poderia estar freqüentando lugares bem piores, sabia?
— Pelo que sei, já visitou alguns deles — replicou Alfonso. Ao notar a expressão magoada do irmão, acrescentou: — Está bem, reconheço que não fui justo no comentário. Se quiser um emprego, vou lhe arranjar um. Mas não agora. Fim da conversa.
— Que conversa? — ironizou Joel. — Nunca conversamos sobre nada, Alfonso. Você simplesmente dita as ordens e espera ser obedecido, só isso.
— Bem-vindo ao mundo real, irmãozinho.
O cão ganiu, como que protestando. Anahí tirou da bolsa uma delicada corrente e a prendeu na coleira dele.
— Joel? Importa-se de passear um pouco com Manchado?
Só então o rapaz olhou para o dálmata.
— Hei, eu não tinha visto que você estava aí — disse ele, demonstrando gostar de cães. — De onde veio, amigão?
— Ele está comigo — explicou Anahí. — Mas acho melhor avisar que... Manchado é surdo. Quando der instruções a ele, olhe-o de frente.
— Ele lê lábios?
— Sim.
— Não! — protestou Alfonso. — Hei, não encha a cabeça do meu irmão com essas besteiras. Cães não lêem lábios!
— Manchado lê — afirmou Anahí, com calma. — Ele é especial, e entende com o coração o que dizemos a ele.
— Bem, então até mais tarde — Joel se despediu, pegando a coleira.
Sem dar a Alfonso a chance de protestar, Joel conduziu o cão em direção à porta.
— Droga! Ainda não terminei a conversa!
— Poderá terminá-la depois — salientou Anahí. — Será até melhor conversarem quando estiverem mais calmos.
— E mesmo uma especialista em relacionamentos humanos, não? — ironizou ele.
— Digamos que sei compreender os anseios do coração de um jovem.
— Aposto que sim. — Ao notar que fizera um comentário grosseiro, Alfonso falou: — Desculpe-me. Eu não deveria ter dito isso.
Anahí sorriu, com um brilho de generosidade no olhar.
— Entendo que seja protetor com relação a seu irmão. Mas não notou que ele quer ser como você, Alfonso?
— Sinto muito, mas dessa vez você se enganou. Joel tem se mantido em estado de rebeldia desde os dez anos de idade, quando perdeu o pai. Teve problemas com a polícia tantas vezes que já perdi a conta. Nada muito grave, mas que o teria deixado encrencado se não houvesse alguém para defendê-lo.
— E esse alguém foi você?
Alfonso deu de ombros.
— Não havia outra pessoa disponível. Nossa mãe tentou, mas sem a presença do pai de Joel... Quando ela não conseguiu mais controlá-lo, pediu-me para cuidar dele.
— E agora ele mora com você?
— Sim, há dois anos. Venho tentando fazer o melhor por ele, mas Joel está determinado a seguir seu próprio caminho pela vida.
— A maioria de nós deseja isso — salientou Anahí.
— E verdade. Mas, infelizmente, meu irmão leva essa idéia a extremos. Quando eu sugiro que ele siga pela esquerda, ele vai pela direita só para dificultar a situação. Por isso sou tão severo ao ditar as regras para Joel.
— Regras? — Anahí arqueou uma sobrancelha.
— Sim. Costumo manter regras rígidas tanto na vida profissional quanto na pessoal.
Anahí suspirou. — Eu estava com receio de que você dissesse exatamente isso. Aposto que Gentil deve estar rindo de mim agora.
— Gentil?
— Meu supervisor. Ele sabe muito bem quanto eu tenho... aversão por regras.
— Já percebi. Mas sobre o que estávamos falando antes?
— Estávamos discutindo os detalhes sobre a minha contratação.
— Nada disso! Estávamos falando sobre sua descontratação. Eu havia acabado de dispensá-la.
— E eu havia dito que você não tinha opção, a não ser me contratar.
Não tenho tempo para continuar com isso — disse Alfonso. — Tenho uma construtora para administrar.
— E um irmão para cuidar — acrescentou Anahí, com gentileza.
— Desculpe-me, mas esse assunto não lhe diz respeito.
— De qualquer maneira, você precisa de ajuda. — Olhando para a caderneta, ela continuou: — Isso nos leva ao quarto item... — Ajeitando os óculos, Anahí hesitou. — Como disse?
Alfonso arqueou uma sobrancelha.
— Oh-oh?
Ela tossiu de leve, com nervosismo.
— Acho melhor pararmos por aqui. Fui instruída para não revelar detalhes demais nesse primeiro dia.
— Entendo — respondeu Alfonso, mesmo não tendo a mínima noção do que ela estava querendo dizer. — Srta. Fazpaz, já trabalhou como secretária alguma vez na vida?
— Claro que sim — respondeu Anahí. Abrindo sua bolsa incrivelmente pequena, tirou dela um grande bloco de anotações e uma caneta. — Está vendo? Vim bem equipada.
— Não precisa se explicar. A brincadeira terminou. Não sei quem a enviou, mas não tenho tempo para esse tipo de brincadeira. Portanto, pode ir embora.
Anahí suspirou. — Lamento, mas não posso fazer isso.
— Claro que posso. Basta que você dê meia-volta e dirija-se à porta de saída. Será mais fácil do que imagina.
— E o que fará quanto à sua necessidade de ter uma secretária?
— Pedirei que me mande outra. Mas, dessa vez, uma de verdade.
Autor(a): theangelanni
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Anahí se ajeitou melhor na cadeira, antes de dizer: — Bem, já que tenho de esperar que Joel traga Manchado de volta, vá em frente. — O que está querendo dizer? — Peça uma nova secretária. Ficarei aqui esperando. Se encontrar alguma disponível, irei embora. Caso contrário, terá de me dar o emp ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 58
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helyluna Postado em 20/04/2015 - 10:47:27
Simplismente perfeita ameiiii
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nathmomsenx Postado em 26/05/2013 - 12:10:38
Que web linda! bjs
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maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44
Mais uma web vou ler *-*
AyA forever s2 -
maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44
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maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44
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maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:43
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maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:43
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css Postado em 03/10/2009 - 16:53:10
aahhhhhhhh... não acredito que acabou tão rápido... mas eu amei do começo ao fim... vou sentir muita falta... por que vc não tenta fazer uma segunda temporada? já me tem como uma leitora certa.
BJO. -
annytha Postado em 01/10/2009 - 10:30:29
estou suplicando por mais, a tua web é umas das melhores.
tou amando.
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