Fanfics Brasil - A dama de vermelho AyA {Finalizada}

Fanfic: A dama de vermelho AyA {Finalizada}


Capítulo: 7? Capítulo

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CAPÍTULO III


 


 


Uma semana depois, Anahí havia acabado de arrumar uma pilha de papéis sobre a mesa de Alfonso quando Manchado levantou a cabeça de repente e latiu com animação. Pulando do sofá, correu em direção à porta e latiu novamente, agitando a cauda.


— Joel está aqui? — perguntou ela, arqueando uma sobran­celha e olhando para o relógio. — Mas ainda são seis horas. Um pouco cedo para ele haver chegado, não?


Ela atravessou a sala e abriu a porta devagar. Para sua surpresa, Joel estava diante de um armário de arquivos, pro­curando algo em meio às pastas.


— As pastas principais não estão mais aí — avisou ela. — Eu mudei alguns arquivos de lugar.


Joel se sobressaltou. —       Mas que diab...


Manchado latiu alto, em uma evidente reprimenda. Anahí teve de se esforçar para conter o riso.


— Manchado não gosta de impropérios, Joel. Ele lê lábios, lembra?


— Oh. — Joel baixou o olhar por um instante. — Desculpe-me. Você me assustou e eu deixei escapar.


— Ele também não aprova furtos. — Cruzando os braços, ela acrescentou: — Nem eu.


— Eu não ia roubar nada. Apenas...


— Estava procurando a planta de outro projeto para visitar?


Ele deu de ombros, disfarçando o riso.


— Sim — confessou. — Tenho minhas próprias chaves do escritório e...


Manchado o interrompeu com um latido.


— Hei, eu não disse nada demais! — defendeu-se o rapaz.


— Não, mas Manchado também não gosta de mentiras.


Joel suspirou, exasperado. — Droga! Quero dizer...


Anahí riu. — Não se preocupe. Às vezes, também sou censurada por isso. Mas estou melhorando.


— É censurada por mentir ou por falar impropérios?


— Por falar impropérios — respondeu ela. — Eu nunca minto.


Joel assentiu, olhando para o cão. — E ele sabe quando alguém mente? — perguntou, curioso.


— Sim.


— Como?


— Manchado tem seu próprio detector de mentiras — ex­plicou Anahí, em um tom de confidência. — Às vezes, ele se torna bem inconveniente com isso.


— Diab... Puxa — emendou Joel. — Fico contente que Alfonso também não tenha um desses "detectores".


O comentário foi tão espontâneo que Anahí não conseguiu conter o riso.


— Aposto que sim. Quer tentar se explicar novamente?


— Eu... hum... peguei as chaves emprestadas... — Ele se encolheu quando Manchado latiu com firmeza. — Está bem, está bem! Peguei as chaves de Alfonso há alguns dias e mandei fazer cópias. Então, quando quero encontrar uma construção que ainda não visitei, venho até aqui e dou uma olhada nos arquivos mais recentes. Já que a maioria das pessoas me toma apenas por um adolescente de quinze anos, consigo emprego provisório nos locais das construções.


— Até algum dos empregados de Alfonso reconhecê-lo?


— Sim — ele confirmou. Estreitando o olhar, perguntou: — E você? Vai me  denunciar?


— Ainda não decidi — Anahí respondeu.


— De qualquer maneira, não consegui encontrar o que estou procurando.  Seria preciso mais algumas "visitas" até descobrir onde você escondeu tudo.


     Posso fazer uma sugestão?


— Joel deu de ombros. — Se quiser...


— Por que não trabalha comigo por alguns dias?


Ele deu um passo atrás, parecendo indignado. — Não quero trabalhar como um mero ajudante de secretária — declarou.


— Ora, muito obrigada pela consideração.


Joel enrubesceu, reconhecendo que fora indelicado. — Eu não quis ofendê-la. — Começando a perambular pelo aposento, protestou: — Ninguém me entende! Quero ter meu próprio trabalho. Fazer um projeto do começo ao fim com mi­nhas próprias mãos.


— Você quer ser como Alfonso — afirmou Anahí. Quando Joel não negou o fato, ela continuou: — Escolheu o ramo de cons­trução porque foi nisso que seu irmão começou a trabalhar quando tinha sua idade, não é?


— Sim. Ele pôde fazer isso. Então por que não posso?


— Também vai continuar os estudos, como fez seu irmão?


— Talvez.


— Alfonso trabalhou duro para construir esta companhia. Foi preciso uma boa dose de trabalho, inteligência e ambição. Além de muito estudo.


— Não tenho medo de trabalho pesado. E sou ambicioso tam­bém. O problema é que ninguém confia na minha capacidade.


— Ninguém está dizendo que você não tem capacidade para trabalhar no ramo de construção. Mas pense em como Alfonso e sua mãe se sentiriam se algo lhe acontecesse?


— Apenas colocariam a culpa em mim. De novo — resmun­gou ele.


— De novo?


Joel deu de ombros, sem responder. Depois de alguns se­gundos, voltou a olhá-la. — Se ninguém me deixar trabalhar nas construções, o que deverei fazer? Como provarei que sou competente?


— Primeiro precisa convencer Alfonso de que seu interesse é sincero.


— Ah, é? — disse Joel, com impaciência. — E como farei isso?


Pelo menos ele estava ouvindo, pensou Anahí. — Qual dos projetos é o seu preferido?


— O de Wellsby — respondeu ele, sem hesitar.


— Aquele que Tigre supervisiona?


— Ele é o melhor contramestre de Alfonso. A construção ficará incrível — continuou ele, com entusiasmo. — Não é tão grande quanto outros projetos, mas tem uma estrutura complexa, como eu gosto. Essa semana, começarão a fazer a armação. Por isso eu queria estar lá.


— E que tal trabalhar com esse objetivo?


Joel estreitou o olhar. — O que está querendo dizer?


— Bem... que tal lidar um pouco com a parte burocrática? Poderia trabalhar como assistente de Tigre, encomendando ma­teriais, organizando sub-contratações...


— Mas eu queria ajudar diretamente na construção — pro­testou Joel.


— Tudo bem. Então por que não constrói uma maquete do prédio? Enquanto a equipe de Tigre faz a armação, você poderá ir um pouco mais além e fazer uma maquete com a sua idéia do projeto. Use cópias das plantas. Será um desafio porque você terá de recalcular as medidas escalares.


Joel demonstrou um súbito interesse. — Acha que Alfonso aprovaria?


— Terei de pedir a ele antes — respondeu Anahí. — Mas acho que posso conseguir a aprovação dele. Mas você não poderá ir à construção sem estar na companhia de Alfonso ou de Tigre. Aprenda a observar a experiência dos dois, para aprimorar seus próprios projetos. O que acha?


— Eu... poderia tentar — respondeu ele, com cautela. Anahí estendeu a mão, sorrindo.


— Negócio fechado?


— Apenas sob uma condição — salientou ele.


Foi à vez de Anahí olhá-lo com cautela. — Que condição?


Um sorriso se insinuou nos lábios de Joel. — Quero estar presente quando explicar tudo ao meu irmão.


 


 


— Você concordou com o quê?


Anahí lançou um olhar encorajador para Joel, antes de voltar a encarar Alfonso.


— Bem, você ofereceu um trabalho a Joel, e eu...


— Não me lembro de ter feito isso — Alfonso a interrompeu.


— No primeiro dia em que estive aqui ouvi você se oferecer para arranjar um trabalho para Joel. Suas palavras foram: "Se quer um emprego, vou lhe arranjar um. Mas não agora. Fim da conversa".


— Que conversa? — zombou Joel.


Alfonso o fuzilou com o olhar. — Disso eu me lembro. Agora se levante desse sofá e leve esse cachorro folgado com você.


— Hei, veja lá como fala! — protestou Joel, tapando os olhos de Manchado. — Ele é muito sensível e pode acabar se ofendendo!


Alfonso espalmou as mãos sobre a mesa e olhou para Anahí. — A culpa é toda sua — disse.


Ela suspirou. — Eu sei. Sempre é.


— Acompanhe-me, por favor. Quero lhe mostrar uma coisa.


Anahí lançou um sorriso encorajador para Joel, mas voltou a ficar séria assim que olhou para Alfonso. Ele a conduziu até a sala onde os outros empregados estavam trabalhando.


— Veja isso.


Ela se surpreendeu com a maneira casual como Alfonso passou o braço sobre seus ombros e a fez seguir em frente. Por que sempre ficava apreensiva quando ele a tocava?, Perguntou-se. Nunca tivera esse tipo de reação antes.


— O que tenho de olhar exatamente? — perguntou-lhe.


— Vamos começar com Mary Kressler.


— Bonito vestido o dela.


— É vermelho — salientou Alfonso. Anahí sorriu.


— Não é à toa que gostei do modelo.


— Acontece que Mary nunca usou vermelho na vida. Agora olhe para Doris.


— Quem é Doris?


— Aquela que tingiu os cabelos de loiro platinado.


— Linda cor.


— Só que até ontem ela era morena.


Anahí assentiu. — Fico contente que ela tenha corrigido o erro.


— Será possível que ainda não entendeu? — perguntou ele. — Chegou aqui há apenas uma semana e todas as mulheres do departamento já estão copiando seu visual!


— É mesmo? — Anahí pareceu lisonjeada com a idéia. — Oh, não é  maravilhoso?!


— Não! Isso está parecendo uma lavagem cerebral!


— Quanto exagero — ela censurou. — Mary ficou linda de vermelho. A cor destacou o tom bonito dos cabelos dela. Notou o quanto ela está sorrindo? Ela costumava sorrir tanto assim?


— Não me lembro.


— Provavelmente ninguém mais se deu conta disso. De agora em diante, passarão a notar. E Doris não apenas mudou a cor dos cabelos, mas também começou a usar maquiagem. Está vendo? Aquele rapaz "bonitão" da contabilidade está flertando com ela.


— Se o "bonitão" da contabilidade está flertando com ela, significa que ele não está trabalhando. Eu o pago para traba­lhar, e não para flertar com minhas funcionárias.


— Oh. — Anahí arqueou uma sobrancelha, com ar questio­nador. — Quer que eu fale com eles a esse respeito?


Alfonso respirou fundo e olhou por cima do ombro, na direção de seu escritório.


— Não. Mas é que... agora Joel também está enfeitiçado por você.


O olhar de Anahí se suavizou no mesmo instante. Tocando o braço dele, disse:


— Estou apenas tentando ajudar. Quer que seu irmão fique longe dos locais em construção, não quer? Pois isso o manterá afastado e dará a ele uma chance de aprender mais sobre o trabalho. Não é esse seu objetivo?


— Sim, mas...


— Será uma ótima oportunidade de Joel provar que é com­petente. — Anahí franziu o cenho. — Sinto que, por algum motivo, isso é muito importante para ele. Estou certa?


Alfonso fechou os olhos por um instante. — Sim, é possível. Ele se culpa por um incidente ocorrido há alguns anos.


— A culpa foi mesmo dele?


— Parcialmente.


Anahí olhou para o outro lado do salão, sorrindo ao ver Joel abraçando Manchado.


— Então deixe que ele corrija o erro — pediu a Alfonso. — Todos precisam de uma chance para reparar nossas faltas.


Alfonso a observou com mais atenção. — Está falando isso por experiência própria?


— Estou falando como alguém que acredita na capacidade das pessoas. Dê essa chance a Joel. Não vai se arrepender.


Alfonso se tornou pensativo por um momento, antes de assentir e dizer:


— Terei de pedir o consentimento de Tigre. Se ele aceitar, também aceitarei.


— Sei que reconciliar Alfonso e Joel não faz parte da minha missão! — declarou Anahí, exasperada. — Não precisa me lem­brar disso.


Manchado ganiu, aninhando-se no sofá.


— Não diga tolices! Levá-los a fazer as pazes não deverá ser tão difícil. Afinal, o que poderia dar errado? — Ela abriu a agenda de Alfonso sobre a mesa. — Na verdade, isso pode até ajudar. Mantenha em mente que para encontrar o grande amor de Alfonso, precisarei da colaboração de Joel.


— Costuma falar sozinha com freqüência? — indagou uma voz vinda da porta.


Ao se virar, Anahí viu Joel. No mesmo instante, ela lançou um olhar de reprovação para Manchado.


— Você deveria me avisar quando alguém chega! — pro­testou. Ficou ainda mais furiosa quando o cão mostrou os den­tes, em uma espécie de sorriso sarcástico. — Olá, Joel. Não vi que você estava aí.


— Foi o que imaginei. — Lançando um olhar curioso dela para o cão, perguntou: — Que história é essa de encontrar um grande amor para Alfonso?


— Isso deveria ser segredo — confessou Anahí.


— É mesmo? Prometo que não contarei a ninguém.


— Não? — Ela o fitou com um olhar calculado. — Isso significa que está disposto a ajudar?



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Autor(a): theangelanni

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— A encontrar uma pretendente para Alfonso? Talvez. Aquela não foi exatamente a resposta entusiasmada que Anahí esperava ouvir. — Não acha que ele deveria se casar? Ter filhos? Joel deu de ombros. — Acho que sim. Se for o que ele quer. Anahí franziu o cenho, considerando a resposta estranha. — Qual o problema, Joel? &m ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 58



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  • helyluna Postado em 20/04/2015 - 10:47:27

    Simplismente perfeita ameiiii

  • nathmomsenx Postado em 26/05/2013 - 12:10:38

    Que web linda! bjs

  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

    Mais uma web vou ler *-*
    AyA forever s2

  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

    Mais uma web vou ler *-*
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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:43

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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:43

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  • css Postado em 03/10/2009 - 16:53:10

    aahhhhhhhh... não acredito que acabou tão rápido... mas eu amei do começo ao fim... vou sentir muita falta... por que vc não tenta fazer uma segunda temporada? já me tem como uma leitora certa.

    BJO.

  • annytha Postado em 01/10/2009 - 10:30:29

    estou suplicando por mais, a tua web é umas das melhores.
    tou amando.
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