Fanfics Brasil - A dama de vermelho AyA {Finalizada}

Fanfic: A dama de vermelho AyA {Finalizada}


Capítulo: 9? Capítulo

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CAPITULO IV


 


Alfonso levou alguns segundos para entender o significado do que Anahí dissera.


— Treinadora amorosa?


— Isso mesmo. É simples: sairemos juntos algumas vezes e eu lhe ensinarei como deve agir com uma pretendente. — Mantendo um tom gentil, indicou o braço que ele continuava segurando. — Por exemplo, nunca deve segurar o braço de uma mulher com tanta força. Isso pode deixar um hematoma.


Alfonso a soltou no mesmo instante. Anahí sorriu, com ar de agradecimento, e voltou a ocupar a outra cadeira, diante dele.


— Obrigado pelo conselho — disse ele. — Tentarei me lem­brar dele. Importa-se se eu também lhe der um?


— Nem um pouco.


Alfonso se inclinou para frente. — Nunca aborreça seu chefe. Isso pode conduzi-la a uma séria situação de desemprego.


Anahí suspirou. — Desconfiei que você não iria gostar disso.


— Então por que insistiu no assunto?


— Observei seu comportamento com Pamela na outra noite.


— Minha vida pessoal não lhe diz respeito — replicou Alfonso.


— Passou a dizer quando você solicitou minha ajuda para encontrar uma esposa.


— Não me venha com essa história de novo.


— Não quer se casar e formar uma família? — perguntou Anahí.


— Sim, mas somente quando eu estiver pronto para isso.


— Então por que aceita participar desses encontros marca dos por sua mãe?


— Porque não me custa nada deixá-la um pouco animada e isso a ajuda a aliviar a consciência quanto a alguns problemas do passado.


— Aliviar a consciência? — Anahí franziu o cenho. — Estou enganada ou isso significa que você teve algum compromisso sério no qual sua mãe interveio?


Alfonso não respondeu, sem querer mencionar Dulce e as cir­cunstâncias sob as quais ela o deixara.


— Não quero falar sobre isso — respondeu. —É minha secretária, no caso de haver esquecido. Não sei por que minha família resolveu envolvê-la nisso, mas eu agradeceria se não se intrometesse.


— A lista...


— Aquilo deve ter sido uma brincadeira de mau gosto — Alfonso a interrompeu. — Não preciso de uma esposa. Pode ser até que eu mude de idéia no futuro, mas quero fazer isso por mim mesmo, e não por influência de minha mãe ou de minha secretária. Fui claro?


— Sim. — Um sorriso se insinuou nos lábios de Anahí. — Mas já que estamos aqui...


— Acha que devo aproveitar sua oferta para treinarmos como deve ser um encontro amoroso?


— Isso mesmo — confirmou Anahí. Tirou da bolsa o bloco de anotações. — Fiz uma lista de sugestões que poderá ajudá-lo.


Alfonso estava começando a ficar impaciente. — Mas que surpresa! — ironizou.


— Quer ouvi-las?


— Vai adiantar se eu disser que não?


Anahí sorriu, com um ar sedutor. — Acho que não — respondeu.


— Então, fale logo de uma vez.


— Está bem. Levando-se em conta apenas os pontos básicos, temos o seguinte... — Ela olhou para o papel. — O encontro inicial. Ele é vital, pois as primeiras impressões são as mais importantes. Em segundo vem à conversa preliminar, que ofe­recerá a melhor chance para você despertar o interesse dela.
Em seguida, vem à discussão sobre o que pedirão para jantar.


— Voltando a olhá-lo, acrescentou: — Notei que você e Pamela não conversaram muito naquela noite.


— Tem razão — confirmou Alfonso. — Estávamos tão preo­cupados em comer o linguado que pedimos depois da entrada que não restou muita disposição para a conversa.


Anahí arqueou uma sobrancelha.


— Pediram linguado em um restaurante italiano? Ora, isso é mesmo curioso.


Alfonso apenas deu de ombros. — Somente depois de fazerem os pedidos é que devem co­meçar uma conversa mais séria — continuou ela. — Durante o jantar, deve flertar um pouco, por meio de olhares. A hora do café, tente tocar a mão dela, se for possível.


— Não acha que está apressando um pouco as coisas? — ele indagou.


— Não. O toque também é vital para firmar a ligação. Fi­nalmente, vem à sobremesa, que pode ser entendida tanto no sentido real quanto no... figurado. Também pode ser chamada de "loucura de amor".


— O que diabos é isso?


Ela arqueou as sobrancelhas. —   Nunca sentiu a "loucura de amor"? Ela acontece quando a atração entre um homem e uma mulher é tão poderosa que
ambos nem se dão ao trabalho de terminar a refeição. Digamos que "detalhes mais importantes surgem à mente". O desejo de privacidade passa a ser mais relevante do que o jantar ou qualquer outra coisa.


Alfonso se inclinou para frente. — Isso se chama "desejo sexual", srta. Fazpaz.


 Anahí também se inclinou para frente. — Isso se chama "amor", Sr. Herrera!


— As mulheres chamam isso de amor. Os homens chamam simplesmente de aliviar...


— Por favor, Alfonso! — Ela o censurou. — Não é de admirar que precise de algumas lições de como se comportar diante de uma dama.


Ele reconheceu que fora longe demais. —      Desculpe-me, Anahí. Acho que tem razão e que preciso mesmo de alguns conselhos.


Ela estreitou o olhar, com ar de suspeita. — Está falando sério?


— Seria interessante ver onde aquilo tudo ia dar, pensou ele.


— Sim — respondeu. — Vamos começar de novo, está bem? Acabamos de chegar ao restaurante e estamos em nosso pri­meiro encontro. O que causaria a melhor impressão possível?


— Um sorriso.


— Só isso?


— E um ótimo começo — salientou Anahí. — Notou que não sorriu sequer uma vez para Pamela?


— Bem, houve um motivo para isso — ele se justificou. — Pamela não me deu o mínimo motivo para sorrir. — Quando Anahí fez menção de protestar, ele completou: — Está bem, vou sorrir mais. O toque acontece nesse momento?


— E aceitável que a cumprimente com um aperto de mãos logo no início. Eu evitaria beijo no rosto, pois isso já é muito usado. Ah, e não beije a mão dela sob hipótese alguma. A menos que você fosse europeu, isso seria uma gafe. Não é europeu, é?


— Não. Sou norte-americano. Por quê?


Ela deu de ombros. — Nunca fui cumprimentada com um beijo na mão. Achei que poderia ser uma nova experiência. Mas vamos deixar isso de lado. — Voltando a analisar as anotações, Anahí disse: — Durante a conversa preliminar você deve tentar "quebrar o gelo".


— Nunca fui muito bom nisso.


— Tente começar perguntando como ela conheceu sua mãe.


— Ótima sugestão. Como você conheceu minha mãe?


A pergunta pegou Anahí de surpresa. Ela o olhou por um instante, em silêncio.


     Eu... não conheço sua mãe.


Alfonso estreitou o olhar, desconfiado. — É mesmo? Mas foi ela quem reservou a mesa para esta noite. Como ela poderia ter feito isso sem conhecê-la?


— Isso não é importante...


Um brilho de fúria surgiu nos olhos dele.


     Você planejou isso com ela, não é? Talvez até com a ajuda de Joel... — sugeriu Alfonso.


Anahí o fitou com apreensão. — Está começando a ficar aborrecido de novo. Esse não é um comportamento recomendável para um primeiro encontro.


— Por acaso vocês três se uniram e decidiram que preciso de instruções para sair com uma mulher? Estão juntos nisso?


Anahí não podia mentir, mas também não queria dizer a verdade. Por fim, o silêncio pareceu a melhor opção.


— Não está mais sorrindo. — Foi tudo que disse a ele.


— Todo mundo parece saber o que é melhor para mim — declarou Alfonso, ignorando o comentário dela.


— Não é bem assim...


— Quer mesmo me ensinar a ser uma boa companhia? — ele a interrompeu.


— Se isso significa outra mudança de assunto, eu adoraria ensiná-lo a ser uma boa companhia.


— Então prossiga, srta. Fazpaz, porque essa pode ser sua última função na minha empresa.


Na verdade, tratava-se de sua "última oportunidade", pensou Anahí, ciente de que não poderia dizer isso a ele.


— Deveria estar sorrindo, lembra-se?


— Oh, claro. — Alfonso mostrou os dentes. — Que tal?


— Por enquanto, serve.


— O próximo passo é conversarmos sobre assuntos gerais — ele sugeriu.


— Talvez devêssemos pular essa parte. Isso sempre parece despertar seu lado mais mal-humorado.


— Somente quando descubro que fui enganado.


— Não menti para você. Nenhuma vez. Pode até não gostar dos meus métodos, mas respondi a todas as suas perguntas apenas com a verdade.


— Então responda mais essa: acha mesmo que preciso de seus serviços, Anahí? E que não sei como tratar uma mulher durante um encontro?


Anahí olhou-o com atenção. Não, Alfonso não precisava de ajuda para conquistar uma mulher. Se ao menos ela não fosse um anjo...


Uma estranha sensação a dominou de repente. Por que es­tava pensando aquilo? Fora enviada até ali para arranjar uma esposa "terrena" para ele. Alguém que pudesse amá-lo de corpo e alma. E esse alguém não era ela.


— O que foi, Anahí?


A pergunta de Alfonso a trouxe de volta à realidade. — Eu estava pensando no seu futuro...


— Pela sua expressão, não pareciam pensamentos lá muito bons.


— Eram bons, sim.


— E você disse que nunca mente?


— Não posso. Mas confesso que às vezes sinto vontade de fazê-lo.


— Foi isso que aconteceu agora? — questionou ele.


— Não. — Anahí o fitou nos olhos. — Mas reconheço que nem sempre é confortável dizer a verdade. Às vezes, minha atitude parece irritá-lo.


— Ótima observação.


— Obrigada. Mas prefiro continuar sendo franca. Eu o ob­servei com Pamela e acredite-me: um pouco de treino não lhe fará nenhum mal.


— Está bem.


Anahí não gostou da maneira como Alfonso a olhou. A expressão dele a fez lembrar-se de Manchado, quando pretendia colocá-la em alguma cilada.


— Vou praticar minhas habilidades de conquistador com você — disse ele. — Promete me avisar se eu cometer algum erro?


Ela continuou a fitá-lo com um ar desconfiado. Por que es­tava se sentindo tão insegura? A missão com Alfonso representava sua chance de provar que era capaz. Sua última chance.


— E então? — insistiu ele. — Acordo fechado?


Anahí assentiu. Afinal, não tinha muita escolha.


— E quando me ensinar tudo que sabe, esquecerá essa tolice de encontrar uma esposa para mim?


Anahí sorriu. — Pode levar algum tempo para eu conseguir lhe ensinar tudo que sei.


— E mesmo? Mal posso esperar para começar — insi­nuou Alfonso.


O garçom se aproximou e Alfonso pediu vinho e um tira-gosto.


— Agi certo? — perguntou ele, quando o garçom se retirou.


— Ou deveria ter perguntado qual é sua preferência?


Estaria zombando dela?, Anahí se perguntou. Não saberia dizer. Decidindo levá-lo a sério, respondeu:


— Uma mulher não se incomoda se o homem toma a iniciativa em certos momentos. Isto é, se ele realmente souber o que está fazendo.


— O que vem a seguir na sua lista? Oh, já sei: hora de ini­ciarmos a conversa mais séria. — Com um sorriso insinuante, ele acrescentou: — Por que não parte outra torrada e me diz o que está vendo? Não disse que consegue ler o futuro nas migalhas?


Anahí umedeceu os lábios, sem gostar do rumo que a con­versa estava tomando.


— O passado, o presente e o futuro — salientou. — Pelo menos, foi o que aprendi.


— Então me diga o que mostra seu futuro.



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Autor(a): theangelanni

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Anahí não queria olhar os farelos. Afinal, o que poderia descobrir que já não soubesse? Sabia que nunca poderia ficar com Alfonso e que seu futuro estava definido. Todavia, não queria ver que sua missão tinha chances de falhar e que ela poderia acabar sendo expulsa do paraíso. — Acho melhor não fazer isso — ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 58



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  • helyluna Postado em 20/04/2015 - 10:47:27

    Simplismente perfeita ameiiii

  • nathmomsenx Postado em 26/05/2013 - 12:10:38

    Que web linda! bjs

  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

    Mais uma web vou ler *-*
    AyA forever s2

  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

    Mais uma web vou ler *-*
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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:44

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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:43

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  • maaju Postado em 15/01/2010 - 12:33:43

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  • css Postado em 03/10/2009 - 16:53:10

    aahhhhhhhh... não acredito que acabou tão rápido... mas eu amei do começo ao fim... vou sentir muita falta... por que vc não tenta fazer uma segunda temporada? já me tem como uma leitora certa.

    BJO.

  • annytha Postado em 01/10/2009 - 10:30:29

    estou suplicando por mais, a tua web é umas das melhores.
    tou amando.
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