Fanfic: Perto Demais-Part 3/3 Ponny- Vondy-Robsten-Chaverroni! | Tema: Alfonso e Anahí-Aya-Ponny

Mas Anahí não estava ouvindo. Seu pensamento estava longe dali, calmo, tranquilo. Ela teve uma leve impressão de que estava morrendo, mas não estava. Estava apenas tendo lembranças. Sua infância, mimada, adorada. O modo como sua mãe exibia ela pras amigas, exibia a beleza dela, os cabelos louros, sedosos, a pele impecavel, a cor cintilante dos olhos. O jeito como ela gostava daquilo, aquele orgulho, todo aquele carinho. Lembrou-se de como foi crescendo, e os surtos de prazer da mãe ao ver o corpo dela se modelar. Lembrou-se de quando recebeu a carta, informando que havia passado no vestibular, que havia conseguido Dartmouth, da alegria violenta que sentira. Lembrou-se de quando conheceu Dulce, de como costumavam ser. Lembrou-se das festas que ia com a amiga, de como riam, como provocavam os garotos. Se lembrou dos primeiros jogos como animadora, do prazer que sentia com aquilo. E então era capitã, e sua vida não poderia ser melhor. Apenas por um ponto. Lembrou-se de Christopher, do modo tempestuoso como o namoro dos dois começou. Morando na mesma casa, ela provocava ele descaradamente, andando por ai de lingerie, exibindo as belas curvas. Do olhar desejoso dele, sem disfarçar, sob ela. Lembrou-se do namoro explosivo que logo aconteceu. O desejo predominava ali, a vida era motivo pra tudo, e tudo era motivo pra mais.

Estava completa: Bonita, rica, realizada, tinha as melhores amigas do mundo, e um namorado perfeito, que a venerava. Era tudo o que ela podia pedir. Então... ela enjoava o perfume dele. Mas ela gostava tanto de seu cheiro. Não conseguia chegar perto de comida. Tonturas. Mais enjôos. Os desejos mais estranhos. Estava grávida.

Alfonso: Shiii. – Murmurou, alisando o rosto dela, que foi se contraindo. Ele havia passado horas ali, em silencio. Agora, ela começou a se contrair. Estaria acordando?

Maite: Christopher, isso é absurdo! – Murmurou, no corredor – Se não me disser porque, eu não vou fazer!

Christopher: Mai, colabora. Ela precisa disso. De uma noite de sono tranquilo. Acredite em mim. – A voz dele foi se tornando mais forte, até que ele abriu a porta do quarto – Ainda aqui? – Perguntou, divertido. Alfonso revirou os olhos.

Alfonso: O que é isso? – Perguntou, ao ver Maite abrindo uma pequena caixinha que apanhara em seu criado mudo, e começando a preparar uma injeção.

Maite: Mrs. Maravilha quer que eu sede ela. Mas não diz porque. – Disse, calçando luvas brancas, de borracha – Me dá uma raiva quando vocês escondem as coisas. – Rosnou, pegando a seringa, agora cheia de um conteúdo que era idêntico a agua.

Christopher: Mai, vamos lá. Um dia eu te conto. – A morena ergueu a sobrancelha pra ele, mas pareceu se acalmar subitamente, enquanto se aproximava da loura. Alfonso sabia que, como a profissional que Maite era, nunca aplicaria nada em ninguém nervosa, ou irritada, pra não cometer erros.

Alfonso: Pensei que sedativos só eram vendidos com prescrição médica. – Comentou, vendo Maite prender o braço de Anahí, um pouco acima do cutuvelo, com uma borracha que ele não sabia o nome.

Maite: Está aqui uma médica. – Disse, sorrindo pra ele. Ela deu dois tapinhas na veia de Anahí, que se destacou na pele clara. Em seguida, Alfonso não sabia de onde ela tinha tirado aquilo, passou um algodão por cima do ponto da veia. O cheiro do álcool queimou o nariz dele.

Alfonso: Você ainda não está formada. Não tem credenciais. – Acusou.

Maite: Trivial. – Comentou, então se concentrou no que fazia. Alfonso viu a agulha fina perfurar a pele de Anahí.

Alfonso não contestou. Já devia ser umas 6 da tarde, pra 7 da noite, e a loura não merecia uma noite inteira acordada, agonizando. Apenas olhou Anahí novamente. Na cabeça da loura, ela ainda se lembrava de como não queria aquilo. Como foi um pesadelo quando ela pegou o teste de gravidez. Haviam duas listrinhas vermelhas. Estava grávida. Como deixara aquilo acontecer? Ela queria... seu pensamento foi se nublando, perdendo o sentido... eram só vislumbres agora... as lembranças dela já não eram tão claras, e ela agradeceu por isso... não queria ver tudo aquilo outra vez... Alfonso viu a pele da loura se descontrair, e passou o dedão de leve entre as sobrancelhas dela, desfazendo a pequena ruga que havia se criado ali. A loura havia caido no sono profundo novamente, um sono sem sonhos, sem lembranças para atormenta-la.