Fanfic: Redes de Mentiras | Tema: Ponny, AyA

De nada adiantaria fingir que aquele beijo significava qualquer coisa que não fosse o mais puro desejo. Até mesmo Any, com toda a sua inexperiência, reconheceu isso. Assim como reconheceu o próprio desejo, que a tornava incapaz de reagir. Na verdade, não queria reagir, lutar ou fugir. Queria entregar-se por completo, deixando que Alfonso lhe ensinasse tudo sobre aquele tipo de paixão que ela jamais experimentara antes.

As mãos dele passeavam por seu corpo, pressionando-a contra si, para que ela sentisse a prova do desejo que se apossara dele. Any descobriu não apenas sensações novas, mas também, partes de seu corpo que ela nem sabia o quanto eram sensíveis.

De repente, uma porta se abriu em algum ponto do corredor deserto. Os dois se separaram de pronto, como dois adolescentes apanhados em atitude suspeita.

Ligeiramente atordoado e visivelmente contrariado, Alfonso resmungou em grego, enquanto usava o corpo para esconder Any de quem quer que estivesse atravessando o corredor, para logo desaparecer através de outra porta.

Aquela altura, ela se deixara apoiar na parede, de olhos fechados, o coração parecendo prestes a saltar do peito. Então, Alfonso afagou-lhe os cabelos e a face.

— Não se culpe pelo que acabou de acontecer — sussurrou.

Como ele podia pensar que ela estava se culpando? Irritada, Any fixou os olhos no chão e não disse nada. Após alguns segundos de silêncio, ele suspirou e se afastou.

— A culpa é toda minha — admitiu. — Sinto-me fortemente atraído por você. Mas.., pode confiar em mim, pois não permitirei que isso escape ao meu controle.

Confiar? Momentos antes, nenhum dos dois tinha controle de coisa alguma! E a situação piorava a cada beijo que trocavam.

— Não costumo seduzir virgens inocentes — ele acrescentou, como se quisesse reassegurá-la.

Sem saber de onde vinha a sua força, Any empurrou-o com violência, antes de seguir pelo corredor com passos pesados. Só sabia que fora a palavra "inocente", pronunciada em tom condescendente, a gota de água que faltava para a sua explosão.

Já em seu quarto, andando de um lado para outro, furiosa, não se sentia inocente, mas sim inquieta, ansiosa e profundamente excitada.
Não fosse por Maite, que bateu na porta, oferecendo-se para levá-la ao berçário, Any teria começado a atirar objetos nas paredes, a fim de descarregar sua frustração.

Enquanto ia ao encontro de Melanie, repetia para si mesma que odiava Alfonso com todas as suas forças.

E usou as duas horas seguintes para se preparar para encará-lo no jantar, mas quando desceu, descobriu que ele havia fugido.