Fanfic: Redes de Mentiras | Tema: Ponny, AyA

— Estão se divertindo? — inquiriu em voz alta e gelada.

O efeito foi devastador. Todos se calaram, petrificados, pois bastava um olhar para saber que Alfonso estava furioso. Alguém teve a presença de espírito de baixar o volume da música, o que acentuou ainda mais o silêncio.

Sem desviar os olhos dos de Any, Alfonso aproximou-se, fazendo um sinal rude para que o jovem retirasse as mãos da cintura dela. Foi obedecido de pronto. Então, retirou a garrafa de champanhe que Any empunhava e estendeu o braço em um comando mudo para que alguém retirasse o fardo de sua mão. Mais uma vez, sua ordem foi acatada.

— Agora, podem voltar à festa — declarou, sem jamais olhar para nenhum dos presentes.

Sem um murmúrio sequer, o grupo se retirou para dentro da casa, deixando Any sozinha para enfrentar a ira de Alfonso.

— Nunca pensei que você fosse tão sociável — ela atacou com ironia.
Ele não se deu ao trabalho de responder, mas agarrou-lhe a mão esquerda e puxou-a na direção da casa.
— O que pensa que está fazendo? —Any protestou, tentando libertar-se.
— Você está bêbada. —ele declarou com desprezo.— Não tolero esse tipo de comportamento. Portanto, se dá valor à própria vida, fique quieta.
— Não estou bêbada! — ela mentiu. — Para onde estamos indo? — inquiriu, ao perceber que caminhavam na direção oposta à festa.

Em vez de responder, Alfonso puxou-a para a escada dos fundos.
Quando se encontravam na sacada, Any avistou a mulher que Dulce insinuara ser amante de Alfonso, Dançava de rosto colado com o marido, agora.

"Fingida", Any pensou com desprezo, ao mesmo tempo em que Alfonso abria a porta de seu quarto e a arrastava para dentro.

— Trate de se recompor para voltar comigo à festa —ele ordenou.
— Eu estava na festa! — ela retrucou, irritada. — Estávamos nos divertindo de verdade, até você chegar e estragar tudo!
— Está dizendo que acha divertido quando um homem põe as mãos em você?

Uma súbita imagem do corpo nu de Alfonso colado ao da mulher adúltera que dançava com o marido se formou na mente de Anahí, enfurecendo-a.

— Que diferença isso faz para você? — desafiou. — Não me lembro de termos feito votos de celibato, quando decidimos enganar a todos.
Alfonso estreitou os olhos.
— Poderia ser mais clara?
— Solte-me — Any pediu, assustada com o brilho irado nos olhos dele.
Alfonso permaneceu impassível.
— Pedi para ser mais clara — insistiu.
Ela decidiu usar a insolência como proteção.
— Se pensa que vou me casar com você e, então, agir como a sempre fiel Penélope, enquanto você se diverte por aí, está redondamente enganado!

O clima entre eles tornou-se elétrico. Um impulso de auto-preservação fez Any finalmente libertar-se de Alfonso e recuar alguns passos. Mas ele a seguiu.

— Não vai ter nenhum amante, enquanto estiver casada comigo — murmurou em voz baixa e ameaçadora.