Fanfic: Redes de Mentiras | Tema: Ponny, AyA

— Alfonso, não vou forçá-lo a cumprir seu compromisso com Melanie, agora que sua avó não está mais conosco.
— Pensei que você houvesse percebido que eu quero cumprir esse compromisso.
— Eu sei, mas nada disso é necessário, agora.

A verdade era que ela ainda não conseguira compreender os motivos de Alfonso com relação a Melanie.

— Tudo vai continuar como está — ele decretou. — E prefiro não ter essa conversa agora.
— Ah, sim, claro — ela murmurou, arrependida por ter tocado no assunto no pior momento possível. Então, virou-se para fitá-lo. — Por favor, desculpe-me. Eu só queria...
— Me liberar do meu compromisso — ele a interrompeu. — Parece que você se recusa a enxergar que não quero ser liberado.... assim como não quero liberar você.
— Bem, um casamento de mentira passou a ser totalmente desnecessário.
— Todas as mentiras são, em principio, desnecessárias — Alfonso ponderou.

Erguendo os olhos, Any perdeu o fôlego ao reconhecer o brilho predatório nos olhos negros. Deu-se conta de que Alfonso a desejava. Fora por isso que entrara ali sem permissão, desrespeitando as próprias regras. Ele não queria falar sobre a avó, mas sim perder-se no corpo de uma mulher, e essa mulher era ela!
Ao mesmo tempo em que se perguntava o que deveria fazer, Any já se colocava na ponta dos pés e roçava os lábios nos dele.

— Por que fez isso? — ele perguntou com um suspiro trêmulo.
— Esta é minha noite de núpcias — ela lembrou. — Quero você. Faça amor comigo, Alfonso, por favor.

Mais tarde, Any se perguntaria se agira assim para salvar o orgulho de Alfonso, poupando-o de ter de lhe pedir o mesmo, ou para satisfazer seu próprio desejo.

Ao menos, ele não a rejeitou. Murmurando algo incompreensível, Alfonso beijou-a com ardor. Acariciou-a, ao mesmo tempo em que a despia, para então tirar as próprias roupas.

Era evidente que não estava satisfeito consigo mesmo por desejá-la tanto, e Any lamentou não possuir a experiência necessária para fazê-lo perder contato consigo mesmo, assim como com suas reservas.
Alfonso tirou a camisa e a calça, mas parou por aí.

— Você não terminou — ela observou.
— Vou terminar — ele prometeu, — depois...

“Depois”, foi quando Any já estava deitada na cama, atordoada pelas carícias e beijos ardentes a que ele a submeteu. “Depois”, foi quando ela havia reunido coragem e ousadia para excitá-lo, utilizando a mesma técnica que ele havia usado. E, assim, Any não percebeu quando Alfonso finalmente acabou de se despir. Apenas sentiu o poder do corpo viril sobre o seu, segundos antes de ele penetrá-la.

Desta vez, aquilo realmente não deveria ter acontecido.