Fanfic: Irmão do Noivo | Tema: Ponny, AyA

Um garçom deixava o carrinho da comida junto à mesa justo quando ela entrou no quarto contíguo. Atraída pelo delicioso aroma do café recém feito, acomodou-se à mesa, evitando cuidadosamente o contato visual com Alfonso.

O telefone soou de nove enquanto se servia uma xícara e foi só quando Alfonso caminhou até o outro extremo do quarto que estava o telefone quando se deu conta de que tinha uma grande mesa de despacho em madeira de cedro que não tinha reparado antes cheia quase a transbordar de documentos.

- Café? -ofereceu-lhe, tentando parecer cômoda entretanto na realidade estava tensa como a corda de um piano.- Ou preferes banhar-te primeiro?
Ele conferiu o relógio e suspirou.
- Café. Só e sem açúcar.

E fez um visível esforço para relaxar a tensão dos ombros. Mal tinha dado um passo para a mesa quando o telefone voltou a soar; com outro suspiro, desengatou de um puxão.

Não mais chamadas durante a próxima meia hora disse a quem quer que estivesse do outro extremo do fio, pendurou e foi sentar-se à mesa.
Anahi lhe ofereceu a xícara e tomou um gole da sua enquanto o observava em silêncio. Ele levantou o olhar e tentou sorrir.

Por alguma razão, aquele sorriso lhe derreteu algo dentro, deu-lhe coragem para sorrir também e para fazer-lhe uma pergunta.

- Sempre trabalhas a este ritmo?
- É um dos preços que há que pagar por ser um homem de negócios de altos vôos, -se burlou.
- Demasiado trabalho e pouca diversão, -caçoou ela também.
Seus olhos cobraram vida de repente.
- Nem tudo é trabalho -lhe corrigiu, e viu como a cor aparecia nas bochechas de Anahi.

Dereck lhe tinha contado tudo sobre suas mulheres. E se lhe podia crer, do qual já não estava segura, as mulheres de Alfonso eram muito formosas, muito sofisticadas e muito independentes... mulheres de sucesso pessoal que não lhe exigiam demais e que aceitavam ceder o primeiro posto ao trabalho.

Com cabelo ainda úmido e a mandíbula livre da sombra que a tinha escurecido antes. Não olhava a ela, senão que se concentrava em alinhar-se os punhos da camisa com os da americana. Felizmente, porque assim não a viu conter a respiração quando os sentidos lhe reagiram ante seu indelével atrativo.

- Não, -contestou.

Então levantou o olhar. Talvez a agitação se refletisse em sua voz. Em qualquer caso, ele a olhou atenciosamente, explorando sua palidez, sua confusão.

- Que ocorre?
- Não... nada. Precisarei do casaco?
- Lá fora pode -não contestou depois de uma pequena pausa-; não a tinha acreditado. Mas os edifícios têm ar acondicionado e pode ser que tenhas frio. Ademais -adicionou, acercando-se a recolher o casaco em questão-, apesar do calor, as pessoas se vestem aqui de uma forma bastante conservadora. Sem o casaco, pareces uma turista. - Com ele adicionou, pondo-o sobre os ombros-, Pareces a elegante esposa de um homem de negócios.

Deu a volta para pôr-se frente a ela e seu cheiro a inquietou ainda mais. Era bastante mais alto do que ela, de maneira que seu queixo ficava em linha com seus olhos.

- Anahí, -murmurou baixinho-, se o que te preocupa é que esta noite tenhamos que dormir na mesma cama...