Fanfic: Irmão do Noivo | Tema: Ponny, AyA

- Eu...

Isso foi tudo o que pôde dizer. Sua estatura, o largo de seus ombros, a poderosa atração que exercia sobre ela aquele rosto duro e escuro a deixaram sem fala. Arrastou como pôde a mirada até seu próprio reflexo e olhou o vestido.

- É demasiado curto, -se queixou.- E demasiado justo.
- Tolices. É perfeito, -e com uma voz que lhe arrepiou a pele, adicionou - Tu és perfeita. Ou o serás quando tenhamos posto isto...

Acercou-se a ela. Ia vestido de negro, como ela, com uma gravata negra sobre uma camisa branca. Cheirava diferente, a algo cálido, almiscarado e sensual... e se encontrou de repente assustada por sua presença, por sua arrebatadora masculinidade.

Pelo poder de sua sexualidade.
Oh, Deus...

- Coloque! -disse, e lhe mostrou uma caixa de veludo.

Anahi ficou imóvel, e o sangue perdeu seu calor ao dar-se conta do que era. ``Não`` , pediu em silêncio. ``Não, por favor``.
Ao mesmo tempo, Anahi levantou a tampa e seu coração se estremeceu antes de cair-lhe como uma pedra ao estômago. Um anel de compromisso, não podia ser outra coisa, estava esperando no centro de uma almofada de veludo negro. Inclusive uma profana na matéria como ela reconheceu a qualidade do rubi central, escolhido num ninho de diamantes.

- A mão, por favor Anahi ! -disse ele, sem idéia do horror que ela estava sentindo por dentro.

Tal e como eram as coisas entre eles, uma singela aliança de ouro tivesse bastado, mas aquele... aquele maravilhoso anel sugeria bem mais. Demasiado.

Sugeria amor, romantismo, paixão. Era uma prova irrefutável e inconfundível de posse, no mais íntimo sentido da palavra.
Mas era mentira, uma terrível mentira... igual ao anel de diamantes que Dereck lhe tinha presenteado.

- Anahi? -insistiu ele ao não ver ela se mover.
Quando o olhou, seus olhos eram como pântanos de angústia e os lábios lhe tremiam.
- Por favor, Alfonso, -sussurrou,- não me obrigues a usá-lo.
- Por que não? -perguntou ele, surpreso.- És minha esposa. Supõe-se que deves usar meu anel.
- Sim, mas... -inspirou profundamente.- Mas não significa nada, não? explodiu, rogando-lhe com a mirada que compreendesse o que ia dizer. - Não posso usar algo tão especial como este anel e que não signifique nada!

Ele não disse nada durante um momento, senão que seguiu olhando-a até que ela temeu desvanecer-se porque a emoção não lhe deixava respirar.

- Também usaste o anel de meu irmão sem que significasse nada. -lhe disse, cruel.
Anahi fechou os olhos.