Fanfic: Irmão do Noivo | Tema: Ponny, AyA

Como cada vez que a recordação de Dereck atormentava sua cabeça, a voz de Alfonso, profunda e atenciosa, penetrou a nuvem e a atingiu exposta e vulnerável quando se voltou a olhá-lo com as bochechas sulcadas pelas lágrimas.

- Esquece-o –disse com voz rouca. - Não merece nem uma dor de cabeça.

- Não me desejou nunca, -sussurrou, despindo-se ante aquele homem, precisamente ante ele, o que deveria ser seu mais escuro segredo.

O suspiro de Alfonso foi profundo e seus olhos cinzas se escureceram com sombras próprias. Então rodeou sua cintura com um braço e a acercou a ele, a seu corpo cálido e firme, ao que ela tanto tinha desejado acercar-se. Sua boca buscou a dela e Anahi não se afastou, não deu um respingo de rejeição; não fez nada mais que deixar-se envolver pelo consolo que a oferecia.

E seguiram assim, como o calor que derretia um metal, enquanto o prazer ia sobrepondo-se à tristeza. Anahí levantou uma mão para roçar a pele de seu braço primeiro e de seu ombro depois, devagar, provando, explorando, e só se deteve ao chegar a seu pescoço.
Alfonso levantou a cabeça, mas só o necessário para olhá-la aos olhos.

- Te desejo Anahi, -murmurou. - Desejo-te tanto que estou disposto a aceitar o que tu queiras dar-me, -se moveu ligeiramente de maneira que ela ficasse tombada boca acima e ele inclinado sobre ela. E a mudança prometo apagar-te Dereck da cabeça.- Só preciso saber se tu queres que, faça-te.

Queria que o fizesse? Anahi contemplou aqueles olhos, que se tinham tornado quase tão escuros como os seus, e sentiu a imperiosa necessidade de afundar-se neles. Estava dizendo-lhe a verdade: desejava-a. Sentia o bater de seu coração junto a seus peitos; via-o arder na escuridão de seus olhos.

Alfonso a desejava, e seus próprios sentidos tinham reagido lançando uma espécie de fogo líquido por suas veias.

- Sim! -se ouviu dizer a si mesma com suavidade. Queria voltar a sentir seus lábios, o estremecimento, a paixão. Queria perder-se nela. - Sim, quero que o faças.

Não lhe deu tempo para pensar. Voltou a apoderar-se de seus lábios, e ela não resistiu, senão que seguiu deslizando as palmas das mãos por seus músculos e suspirou em sinal de rendição. Alfonso a desejava, e para ela não tinha afrodisíaco mais potente do que saber do que era desejável para alguém. E não para qualquer, senão para Alfonso . O homem com quem se tinha casado. O único homem ao que ia entregar-se.

Deus, faz com que tudo saia bem, rogou em silêncio. Que tudo saia bem para ele.

Alfonso foi acariciando a parede firme de seu estômago, suas coxas de seda, até atingir a barra da camisola. Despiu-a num segundo, e por um momento a reteve assim, nua e exposta à abrasão de sua mirada.

Aquele foi o único instante no que ela tivesse podido mudar de opinião, mas começou a acariciá-la, e quando seu mamilo desapareceu entre seus lábios, ficou perdida no redemoinho que se desatou em seu interior.

Ele a percorreu como ninguém o tinha feito antes, com os lábios, a língua, os dedos sábios, satisfazendo a necessidade que ia crescendo em seu interior, até que lhe resultou impossível seguir imóvel sem... algo, algo que não sabia bem que era, e um gemido se escapou de sua garganta acompanhado pelo gesto implorante de suas mãos.

Alfonso voltou a beijá-la na boca com uma sede que a deixou sem respiração.

- Alfonso- sussurrou com desespero.
- Sim -contestou ele a uma pergunta que não precisava formular.- Eu sei, Any, Eu sei...