Fanfic: Irmão do Noivo | Tema: Ponny, AyA

Saberia Madeleine o que sentia por ela? O saberia Dereck? Pelo que tinha ouvido daquela conversa telefônica, todo mundo exceto ela o sabia, o qual devia ter chegado ao coração ou mesmo do ego de Alfonso Herrera.

Não era de estranhar pois que se tivesse lançado ao casamento com ela. Era simplesmente um caso de controle de danos...e não para sanar os dela, por suposto, senão os dele!

Então, por que terá feito amor comigo? ou, perguntou-se, e o punho da dor lhe apertou o coração. A teria utilizado sem mais, igual que tinha acusado a Dereck de fazer? Pretenderia vingar-se assim de seu irmão?
"Deus meu". Fechou os olhos e cambaleou.

- Não quero seguir fazendo parte em tudo isto. -sussurrou, e voltou ao dormitório, ainda que sem saber que devia fazer.
- Parte em que?

Foi ele quem se apoiou no marco da porta, com as mãos afundadas nos bolsos do roupão, mais calmo.
Mas já não ia enganá-la. Tudo o referente aos irmãos Herrera era uma mentira cuidadosamente elaborada. Dereck com seus sorrisos e seu extrovertido humor, Alfonso com sua aura de homem em quem se pode confiar.

- Mentiras. Malditas mentiras. Não penso fazer-me de substituta para outro Herrera.
- Ninguém espera que o faças.
- Ah, não? -replicou, erguendo-se em desafio, apesar da dor.
O aturdimento tinha desaparecido, deixando seu lugar à consternação: Mas também estava preocupado, muito preocupado, como se não estivesse seguro do que ia sair de tudo aquilo.

- Estás apaixonado de Madeleine? -perguntou-lhe diretamente.
Ele demorou um instante em contestar.
- Não vejo que pode ter isso que ver com esta situação. -contestou por fim.
- Sim, claro que o vês, porque se estas apaixonado dela, isso te converte igual a teu irmão.
- Porque me casei contigo quando deveria ter sido ele?
Anahi sorriu amargamente.
- Não engrandeças ainda mais a mentira, Alfonso. Tu não querias casar-te comigo. Simplesmente querias salvar a tua cara.
- A tua cara.
- A minha e a tua, -se encolheu de ombros.- Em qualquer caso, estava-me utilizando para ocultar teu fracasso.
- E tu não me utilizaste da mesma maneira?
- Sim, claro que sim, -disse-se.
- Mas pelo menos, tu conhecias meus motivos -gritou-, enquanto tu não tinhas intenção de revelar-me os teus!
- Não me pareceu relevante.
- Pois a mim sim!
- Por que?
- Que por que? -Anahí o ficou olhando completamente em alvo,
porque na realidade não sabia por que tudo aquilo era relevante. Só que o era, e muito.

Então a resposta lhe chegou como uma bofetada e teve que se cobrir os braços com o lençol a procura de proteção.

- Madeleine, -sussurrou baixinho. Tudo girava em tomo dela. Dereck amava a Madeleine. Alfonso amava a Madeleine. Nenhum dos dois a amava a ela, mas ambos estavam dispostos a utilizá-la para seus próprios fins.

- Estás com ciúmes dela, Anahi? perguntou-lhe com voz excessivamente suave.
- Sim! -gemeu, com as lágrimas rodando-lhe pelas bochechas.- Não crês que é já bastante humilhante saber que me arrebatou ao homem que eu queria, para agora inteirar-me de que ela estava em tua mente ontem à noite, em cada momento que compartilhamos?
- E não estava Dereck em tua cabeça durante todo esse tempo? -gritou.

Aquele último ataque conseguiu arrebatar-lhe a escassa cor que lhe ficava nas bochechas, deixando-a totalmente exposta e vulnerável.
Por alguma razão sua reação o irritou ainda mais, de maneira que se acercou a ela e a sujeitou pelos ombros.

- Vamos deixar clara uma coisa, -disse- nenhum outro homem ronda minha cama, Anahi, e se te fica um ápice de orgulho, não permitirás que outra mulher ronde a tua!
- Nunca! -contestou ela.- Não!
- Que queres dizer exatamente? -perguntou-lhe. Algo não funcionava.
- Tira as mãos de cima de mim Alfonso, -disse, tentando afastá-lo, mas ele o impediu.
- Explica-me o que queres dizer.
Anahi o olhou com esse brilho de orgulho nos olhos ao que ele acabava de desafiar.
- Já que não vai voltar a ocorrer, nenhum dos dois tem que se preocupar mais pelos fantasmas... de maneira que esta conversa já não faz sentido.

Uma vez mais tentou soltar-se, e uma vez mais ele se o impediu.

- Porquê ouviste algo que não te agradou?
- Porque não deveria ter permitido que acontecesse!
- Mas aconteceu. Fizemos amor, Anahí...
- Não! Só foi sexo! -corrigiu-lhe.
- Está bem. Só sexo -concedeu-, mas foi um sexo incrível, especial, incomparável.
- Algo que tu já sabias, não?
- Sim. -suspirou.- Imaginava-o -seus olhos se escureceram.- Mas tu.. -não adicionou, e viu que a cor tingia suas bochechas-, assim que te disse para que não acredites na falsa impressão de que o que compartilhamos ontem à noite pode voltar a ocorrer com qualquer um, porque não é assim. Foi algo especial...demasiadamente especial como para que te zombes disso!

Não se estava zombando; só duvidava.