Fanfic: Irmão do Noivo | Tema: Ponny, AyA

Depois se sentiu vazia, esgotada e sem vida. E mesmo assim, ele não disse nada. Limitou-se a meter-lhe os braços pelas mangas do roupão, atou-lhe o cinto, tomou-a nos braços e a levou à cama.

Ficou deitada envolvida no roupão e rodeada por seus braços, com o peculiar consolo de que ele também não tirou o roupão, de modo que ambos dormiram encolhidos entre a felpa branca.

Na manhã seguinte, quando acordou, encontrou-se só, ele se tinha ido, e não só da cama senão da habitação; tinha deixado tão só uma breve nota dizendo-lhe onde ia estar, mas na que não mencionava nada de como se sentia depois do ocorrido na noite anterior.

Porque para ela a luz do dia lhe tinha trazido uma sensação de absurdo absoluto. Alfonso era um homem de trinta e quatro anos, acostumado a mulheres sofisticadas que sabiam como responder a um homem complexo como era ele, e não estava habituado a mulheres emocionais que se voltavam histéricas por um episódio de sexo duro... do qual, por outro lado, tinha desfrutado tanto como ele.

Era o fantasma de Madeleine o que não podia suportar, e a sensação de derrota a fez suspirar. Ademais, Alfonso não deveria ter escon-dido a cabeça sob a terra e desaparecer para não ter que se enfrentar a seu estado de ânimo.

Então, e quase de imediato, seu estado de ânimo passo a ser desafiante. Se ele podia escapar, ela também poderia!

Reunião de negócios, dizia a nota. Voltarei à uma para ir almoçar.

Pois ia encontrar-se com uma habitação vazia! Ainda que não tinha nem idéia da onde ia. O única coisa que sabia era que tinha que se afastar daquela maldita suite.

Dez minutos mais tarde, vestida com uma singela blusa de algodão e umas calças brancas também de algodão com um cinto cor cereja, baixava no elevador com seus cheques de viagem e uns óculos de sol guardadas na bolsa.

Mudar um dos cheques de viagem por dólares de Hong Kong não foi difícil no escritório do hotel, e foi precisamente enquanto estava ali quando começou uma conversa com um casal norte-americano de idade que esperavam seu turno.

Iam unir-se a um grupo de norte americanos que visitariam a ilha numa viagem organizada, e por puro impulso lhes perguntou se teria lugar para ela no ônibus.

E a partir daquele momento, só teve que se deixar levar, porque Sadie e Josh, que assim se chamavam mulher e marido, ocuparam-se de todo o demais.

Percorreram toda a ilha no ônibus, e os maravilhosos enclaves que foram visitando lhe fez lamentar em mais de uma ocasião não ter levado consigo a câmara. Ao outro lado da ilha, num lugar chamado Stanley, descobriu a parte tropical de Hong Kong. Nem um só edifício à vista e uma exuberância selvagem difícil de crer.

Stanley tinha seu próprio mercado, não tão fascinante como o que tinha conhecido com Alfonso, mas encontrou no um lenço da mesma cor cereja que seu cinto, e o comprou. E deixando-se levar outra vez por um impulso lhe comprou outro a sua tia e outro a Dulce, além de um pequeno Buba de jade que acreditava podia agradar-lhe a seu tio. E outro impulso mais lhe fez comprar outro para Alfonso.

Então olhou o relógio: a uma e meia. Alfonso já saberia que se tinha escapado e sentiu um pequeno arrepio ao tentar imaginar como se teria tomado a descoberta.