Fanfic: Irmão do Noivo | Tema: Ponny, AyA

- E teus amigos? -recordou no meio da seguinte onda de paixão.
- Os chamarei, -murmurou.- Mais tarde adicionou, -com o estremecimento que lhe produziu o atrito de suas unhas nas costas. - Bem mais tarde.

E a tomou nos braços para levá-la ao dormitório.

A partir daquele momento, foi ele quem tomou o comando, e o que seguiu foi uma paixão lenta e ardente que foi a antítese do ocorrido a noite anterior.

Era como se precisasse demonstrar-lhe que podia ser terno, suave, controlado, e mesmo assim, devastadoramente apaixonado. Beijou-a de cima abaixo, não deixou um lugar sem explorar com seus lábios, até reduzi-la a uma massa de sensações, e então a penetrou lentamente.

Depois se deteve, e ela abriu os olhos, escuros ainda mais pelo desejo.

- És formosa, -murmurou. - Adoro-te.

A adoração seria algo similar ao amor? Se não o era, estava perto, muito perto, cerca...

- E eu a ti. -sussurrou, e como se suas palavras tivessem o poder de excitá-lo, sentiu-lhe crescer dentro dela e fechou os olhos quando seu corpo voltou a transformar-se em fogo líquido.

Foi maravilhoso. Foi especial. E o clímax, quando chegou, foi mais como uma benéfica corrente do que um torrente extravasado.

- Vais dizer-me onde tens estado hoje?

Alfonso estava apoiado sobre o cotovelo vendo-a voltar à terra enquanto acariciava sua bochecha com o mindinho. Anahí abriu os olhos, demasiado languida para fazer bem mais, e se encontrou com seus olhos, escurecidos por uma sensação similar.

- Não vais começar a gritar outra vez. -lhe advertiu.
Ele sorriu e deslizou o dedo até seus lábios enrijecidos.
- Prometo-te não gritar, de acordo?
- Josh -contestou.- Tinha estado com um norte americano chamado Josh. -O dedo que acariciava ficou imóvel. -Sua mulher se chama Sadie e os dois rondam os setenta anos. Perguntei-lhes se podia acompanhá-los a uma viagem organizada pela ilha. Estiveram de acordo, e a verdade é que o tive um passeio maravilhoso.
Ele não contestou durante uns segundos.
- Deus, sabes bem como castigar a um homem, -disse ao fim. -Deixaste que eu imaginasse que o tinhas passado a manhã inteira por Hong Kong de braço com outro!
- Tinhas-me prometido não gritar. -se queixou fazendo um biquinho.
- Verdade. -contestou, e o dedo seguiu movendo-se até a têmpora enquanto algo passava por seus olhos... algo que não pôde identificar, mas que iluminou um lugar especial em seu interior.

Ternura. Isso era. Ternura a indulgência para seu engano. E..

- E onde tinhas estado?

Anahi contou tudo, dando-lhe toda classe de detalhes sobre o que tinha feito... até que recordou o da feira de Stanley e saltou nua da cama para procurar algo em sua bolsa.

- Trouxe-te um presente. -explicou.
- Espero que não seja um relógio. -caçoou.
- Não... não é um relógio, -contestou e voltou a sentar-se cruzada de pernas sobre a cama com a bolsa na mão.- Vejamos.. -murmurou. O primeiro que encontrou foi o lenço cor cereja que tinha comprado, e depois de pôr-se ao pescoço, seguiu procurando. Depois lhe mostrou os que tinha comprado para sua tia e Jemma, depois o pequeno Buda para seu tio, e por último, o que tinha comprado para ele, um pouco maior. - Supõe-se que trazem boa sorte, -lhe explicou,- se tu presenteia alguém, assim que... -entregou-lhe a pequena escultura com certa timidez.- Boa sorte, Alfonso.

Por um instante ele não moveu nem um só músculo, e ela não podia ver seus olhos, baixos como estavam contemplando a escultura, assim que começou a morder-se os lábios enquanto o silêncio se estendia ininterruptamente.

Está bem, começou a pensar. Não é o melhor jade do mundo, e desde depois não é uma peça exclusiva, mas o fato de que tivesse pensado nele tinha um valor, não? Inclusive para um homem como ele que podia permitir-se qualquer coisa.

Então levantou a mirada e por fim o viu... e o coração lhe deu um salto. Tinha-lhe comovido... comovido para valer! Com uma mão, pegou as duas extremidades do lenço novo e a puxou para ele.

- Obrigado. -disse baixinho, e a beijou. E foi um beijo especial aquele, porque não conteve nada relacionado com a paixão. Só... - Anahi... -murmurou ao separar-se com uma seriedade que parecia não encaixar bem na situação. - Quero que saibas que para mim isto não é um jogo. Quero que este casamento funcione. Quero que funcionemos.