Fanfic: Irmão do Noivo | Tema: Ponny, AyA

Capítulo 9.

- Bem? -perguntou-lhe Dulce.- Estás apaixonada dele, sim ou não?

Vestida com um traje cor palha que deveria ser informal, mas que mesmo assim e a simples vista se notava que se tinha pago pelo uma escandalosa soma de dinheiro, Anahí se sentou a uma pequena mesa de que antes fora seu bar preferido em Londres, com a mirada perdida entre os clientes que iam e vinham enquanto decidia qual era a melhor forma de contestar àquela pergunta.

Era curioso, mas se sentia fora de lugar naquele lugar. De fato, tinha a impressão de não saber já quem era na realidade Anahí Herrera porque a senhora de Alfonso Herrera era uma pessoa completamente diferente.

Levavam já uma semana em Londres, depois da estadia de duas semanas em Hong Kong, e tinha sido precisamente nessas duas semanas quando a senhora Herrera tinha sido criada, moldada pelas mãos do homem com quem estava casada.

A roupa, sua forma de comportar-se, a forma de olhar a vida inclusive a maneira em que percebia a si mesma, tinha-se visto alterada por completo.
Mas talvez o mais significativo de tudo fosse do que a criatura de olhos vazios e ar extraviado pela que Dulce tinha estado tão preocupada já não existia, e em seu lugar estava aquela formosa mulher cujos olhos escuros tinha agora um ônus letal de sensualidade, de sabedoria com a que conseguir que qualquer homem se sentisse maravilhosamente bem. Um fato que nenhum dos homens presentes naquele abarrotado bar tinha passado por alto.

Em resumo: era especial. E pertencia a alguém especial, a julgar pela forma em que esses olhos mal se fixavam em nenhum outro homem.

- Tão difícil é essa resposta? -burlou-se Dulce.
- A verdade é que sim. -murmurou Anahi, com um sorriso tão sensual e tão enigmática que Dulce conteve a respiração.
- Disseste-me que lhe querias,  lhe recordou.- Antes de casar-te com ele, juraste-me que lhe querias.
- Ah... -Anahí relaxou no respaldo da cadeira. - Mas então tinha que fazer-te crer. Tinha que fingir que tudo tinha saído à perfeição, porque essa era a única forma de que poderíamos enfrentar-nos à sordidez da verdadeira história.
- E agora?

Dulce não era um homem, mas também podia perceber a nova sensualidade que emanava daqueles olhos.

- Pois que a sordidez já não é tal, -contestou sem mais.- Alfonso e eu... entendemo-nos à perfeição. Somos felizes.
- Felizes em muitos sentidos, segundo parece. -comentou Dulce, incômoda com tudo aquilo, com a nova Anahi e suas respostas. -Ainda que também não tinha estado igual com Dereck Herrera.
- Que ocorre, Dulce? -perguntou Anahí com ligeireza.- É que não crês que eu seja feliz?
- Como queres que o saiba se não estás disposta a contar-me nada? -suspirou, exasperada.

“Contei-te bem mais do que a ninguém”, pensou.