Fanfic: Irmão do Noivo | Tema: Ponny, AyA

- Estou pronta, -disse, e ao chegar à porta do salão o viu guardar-se o telefone móvel.

Com quem teria estado falando? Mas não teve tempo de parar-se a pensar porque ele passou uma mão por sua cintura e com a outra apagou a luz.

- A próxima vez que viermos aqui, -disse Alfonso com toda a intenção, -será para dar as boas vindas a teus tios.

Anahí não contestou Que podia dizer? De toda forma, a mão que ele levava em sua cintura o sabia tudo.

A viagem de carro até sua casa se realizou no mais absoluto silêncio. Não poderia dizer por que, mas lhe sentia muito tenso, e essa tensão ia crescendo à medida que se acercavam à casa.

E ao chegar, viu que tinha outro carro estacionado diante da porta. A que novo horror teria que enfrentar-se?

- Há alguém aqui -disse, ainda que fosse desnecessário riu. -Quem é?

Alfonso não se molestou em contestar, senão que saiu do carro e abriu a porta de Anahi para oferecer-lhe um braço e conduzi-la ao salão. A porta estava fechada e antes de entrar o viu tomar ar.

Fez girar o pomo da porta, e foi então, ao ver ao homem que os aguardava, quando compreendeu o porquê da pausa.

- Dereck.

Dereck... incômodo e tenso também, a expressão preocupada. Não disse nada. Ninguém disse nada e a suas costas Alfonso, observando as reações de ambos com toda atenção.

Até que por fim compreendeu o que estava passando. Alfonso se tinha proposto enfrentá-los.

- Vá, vá -disse Anahí quando conseguiu reagir.- Os irmãos Herrera. Que bonita surpresa. Só nos falta que apareça Madeleine para poder fazer um intercâmbio de noivas.

Dereck fez uma careta.

- Anahi não. -Murmurou, incômodo.

Meteu as mãos nos bolsos das calças enquanto Anahi se sentava na cadeira mais próxima.

-Fui aos mesmos colégios aos que Alfonso tinha ido antes, e me tinha deixado um legado depois dele que era impossível de igualar... por mais que o tentasse, -pontualizou com ironia. -E por suposto, se passou sempre o mesmo no trabalho. Alfonso Herrera, o peso pesado contra Dereck, o peso pluma...

Anahi não pôde evitar sentir pena por ele. Estava em todo verdadeiro. Dereck sempre tinha sido classificado como o irmão mais débil, o menos efetivo.

-A única pessoa à que, sem sombra de dúvida, eu me importava mas que meu irmão era Madeleine. Madeleine era minha, -disse com voz áspera. -Tinha sido minha desde o momento em que nos conhecemos numa dessas festas de adolescentes, quando tínhamos quinze anos. Quando Madeleine me olhava, só via a mim, a ninguém mais. Era minha, mas ao final, até ela me traiu com Alfonso.

Any sentiu que o coração se contraía, porque não importava tudo que Dereck lhe tivesse feito passar mesmo assim, compreendia perfeitamente o que devia ter passado, o doloroso que devia ter sido essa traição.

- Mas Alfonso jamais faria nada com ela, claro.

Anahi o olhou com os olhos de par em par. Temia que saber que Alfonso estava apaixonado de Madeleine. Tinha que o saber, não?

- Nunca me faria algo assim, ainda que precisei uns tantos meses de insistência de Madeleine para chegar a convencer-me, -continuou. -Acostumei-me de tal modo a culpar Alfonso de todos os fracassos de minha vida que era incapaz de dar-me conta de que ele é a única pessoa que me quer para valer, à que lhe importam para valer meus sentimentos e que jamais me trairia...