Fanfic: A Escolhida - CONCLUÍDA | Tema: Vondy

Algum tempo se passou.
Desde a última briga o casal, Christopher e Dulce não voltaram sequer a se encarar.
Naquela manhã, Dulce acordou primeiro que Christopher. Ela vestiu-se, e penteou os cabelos longos e cacheados e em seguida saiu do quarto descendo para a biblioteca. Não tinha fome, ela só queria pegar um livro, começar a ler e esquecer todos os problemas que estava enfrentando naqueles dias.
Quando entrou no lugar, empurrou a porta trancando-a, não queria ser incomodada…
Pegou um livro na estante, capa dura vermelha, e páginas amareladas. Abriu o livro, era um livro de romance. Sorriu, amava romances.
Sentou numa cadeira e começou a ler.
Com Christopher
Christopher acordou, praguejou por não enxergar a luz do dia. Passou a mão pela cama, e sentiu os lençóis frios. Dulce já havia acordado e não estava a seu lado. Sentou-se na cama, sentiu seu pé tocar o chão gelado, e levantou-se. Saiu passando a mão pelos móveis, e quando chegou a porta e achou a maçaneta, abriu e gritou por sua ama-de-leite. A mulher apareceu aflita perguntando o que havia acontecido, e Christopher disse: Ajude-me a me vestir. E ela ajudou. Ela também ajudou o rapaz a descer as escadas e levou-o até a cozinha para tomar café. Christopher odiava sentir-se tão dependente.
Tomou café sozinho. Quando perguntou por sua esposa ninguém soube lhe responder.
Mandou que a mulher pegasse sua bengala e saiu de casa, falou com trabalhadores e por fim com o feitor, o qual foi colocado no tronco por um dos escravos e chicoteado até a morte a mando de Christopher, que não podia ver o sangue descendo das costas do maldito, mas que podia ouvir os gritos de dor.
Passou o dia quase todo fora de casa, e quando voltou o silêncio reinava. Todos pareciam ter saído. Até que de repete um ensurdecedor grito feminino foi ouvido pelo jovem. Eram os gritos de Dulce. Então ela estava em casa...
Seguiu o som dos gritos temendo que o que se sucedia fosse o pior.
Quando chegou ao local exato de onde pareciam vir os gritos, ele se desesperou ao constatar que ficavam cada vez mais fortes a cada minuto.
Bateu na porta pedindo a menina para abrir, e ela não abria, só gritava o nome dele.
- Dulce por Deus, abra a porta!
Era uma situação horrível. Ele gritou por todos na casa, mas ninguém aparecia. Não tendo outra alternativa ele soltou sua bengala e jogou-se contra a porta dura de madeira. Tentou uma, duas, três vezes, e sentiu seu ombro doer por cada pancada sofrida. Quando enfim conseguiu arrombar a porta Chamou por Dulce, e pelo cheiro de papel velho já sabia que estavam na biblioteca. Maldita seja!
Ele encontrou ela gritando e ela conseguiu dar mais uns passos lentos ao encontro dele, que não estava muito longe.
- Me ajuda Chris. Vai nascer! Aaah! – ela gritava em tom de súplica.
- Dulce por Deus, essa criança não podia nascer em outra hora não? – disse ele não em ironia, mas porque estava nervoso também. Não havia ninguém na casa, e ele estava cego, não poderia correr e chamar uma parteira. Ele teria de trazer o filho ao mundo.
Viu que estava perto da mesa da biblioteca, e com a mão livre, jogou tudo o que havia lá em cima da mesa no chão e deitou Dulce ali, mesmo com todas as complicações ele conseguiu fazê-lo. Deus! Que parto complicado seria! Cheio de perigos, não dava mais tempo e não daria pra pegar água quente. Ele tirou a camisa que usava apressadamente, aquilo serviria de alguma coisa.
- Chris! – Dulce gritava cada vez mais alto, ela estava suada e ele podia sentir – Está doendo muito, eu vou morrer!
Ao ouvir aquilo ele desesperou-se, sabia que não era uma possibilidade inválida.
- Respire fundo. – ele pediu – E em seguida, coloque toda a sua força, Dulce.
- Você vai matar o meu bebê – ela disse fraca.
- Confie em mim, pelo menos hoje. – ele disse por último antes de dizer – Força Dul. Força.
Por milagre ele encaixou as mãos exatamente onde tinha de encaixar e acreditava que podia trazer seu filho ao mundo ainda com vida.
- Não tenho forças, Chris. Aah! – ela parecia estar mais fraca a cada segundo.
- Você tem que deixar que nosso filho venha, Dul. Respire e coloque força pra nosso bebê nascer.
Quando ele disse ‘nosso filho, nosso bebê’ Dulce perdeu todo o medo que sentia, confiou nele e respirou fundo e em seguida pôs o máximo de força que tinha.
- Aaah! – ela gemia.
- Isso, mas um pouco Dulce. – ele disse
Ela respirou fundo e tentou mais uma vez.
- Aaah! Não consigo mais! – ela disse aflita – Não consigo, Chris!
- Respire fundo e fique calma. Nosso bebê quer nascer, deixe ele ver a luz que eu não posso ver agora. Força, anjo.
As palavras dele lhe passavam coragem. Dulce respirou fundo pela última vez, e descarregou o máximo de força que tinha e depois de um tempinho, o chorinho de bebê foi escutado pelos novos papais...