Fanfic: A Escolhida - CONCLUÍDA | Tema: Vondy

Todo a ordem de Dulce para com a ama foi perdida. Um dos novos feitores, achou as duas pelo caminho e avisou a Dulce que Christopher estava chamando a mesma, e que fosse até ele em dez minutos, no máximo. Ela não pode deixar de estranhar, já que Christopher e ela não se falavam a algum tempo. Ela passou cerca de dois minutos tentando forçar a ama a falar algo, mas ela se negou diversas, e diversas vezes, fazendo Dulce perder sua paciência enfim.

Elas voltaram para casa, Dulce com seu bebê adormecido em seus braços, e o entregou a ama para que o colocasse no mais novo berço. Ouviu sons que nunca havia escutado antes na casa. Eram calmos, sensíveis e ao mesmo tempo chamativos. Quando se encontrou no lugar de onde saía o som, arrepiou-se por completo. Estava escuro, cheio de teias de aranha, um lugar mal cuidado e ao que parecia e passava, triste. Christopher se encontrava sem camisa e calças folgadas de algodão, não estava arrumado como sempre. Ele dominava as teclas daquele piano com seus dedos, deixando o som escapar sem pestanejar suavemente. Escorriam lágrimas de seu olhos sem luz, e sua boca agora era uma linha reta perfeita e avermelhada, além disso, sua barba mal feita o deixava incrivelmente delicioso. Dulce acompanhou uma gota de suor descer pelo busto do rapaz e sentiu-se tentada a pensar em fazer coisas que não poderia, porque não eram boas aos olhos alheios. 

Ouça: Claro de Luna - Beethoven: https://www.youtube.com/watch?v=6Q9fBU5ICxc

Christopher não havia sentido sua presença, e Dulce ficou ainda mais confusa quanto a seu chamado. Ela encostou-se na porta do lugar e cruzou os braços, e começou a pensar, e tentava entender sobre o que havia por detras daquela máscara de Christopher. Ela estava com medo de descobrir. Ele continuou tocando. Dulce lembrou-se de sua irmã Belinda, que havia lhe ensinado a tocar uma das valsas de Beethoven. Avistou um violino jogado no chão, e sem fazer movimentos bruscos o apanhou. Passou a ponta do vestido  no instrumento para tirar o pó que estava impregnado nele... e logo já começava seus primeiros acordes interrompendo o som que já estava sendo produzido pelo marido.

OUÇAM:Secrag - https://www.youtube.com/watch?v=OGvd6Pmn5WA

Ele percebeu que ela estava lá com ele, e ficou tenso. Ela estava com o violino. O violino. Ficou reto no banquinho do piano, tentando parecer sério, e começou a tocar a mesma música que ela tocava, e logo já faziam uma sinfonia perfeita. As janelas que antes estavam fechadas, foram abertas por Dulce e um vento fresco passou por ela, fazendo seu vestido levantar levemente enquanto ela girava devagarinho pelo lugar sem vida. Cada toque era mais triste, Dulce fechou os olhos e viu-se como o marido via: Escuro.

Naquele casamento ela havia sofrido, e ainda sofria, muito e muito. Nunca pensou que pudesse chorar tanto por alguém. Que fosse sofrer tanto, por alguém. Ela não esperava que ele viesse parar em sua vida, que a fizesse ama-lo e que ele fosse a pessoa mais elouquecedoramente perfeita aos olhos dela. Lembrou-se de como a tomou em seus braços quendo a escolheu, dizendo que era ela A Escolhida, e que queria apenas ela para ser sua. De como a tomou no primeiro beijo, e de como disse com bravura quand ela caiu peranteos pés dele: Levante-se menina! Você é forte!

Não poderia deixar de esquecer de quando soube que estava esperando um filho dele, de como se portou, e de como até hoje se portava quanto a isso. Ele era o demonio, e culpava-se por não poder deixar-se afastar dele, por mais que tentasse. E odiava ter que ama-lo tanto, odiava aquele maldito com todas as suas forças, mente, pois não sabe de nada. Não sabe o quanto ou uma medida certa do que sente. sequer sabe os que sente. Mas ele era dela, e ela o tinha como seu, comprometendo-se de ser dele, se ele quisesse, e quando quisesse.

 Dulce queria aninhar-se em seus braços fortes naquele momento e dizer-lhe te amo, quantas vezes fosse. E fazer amor, e estremecer por ele, e para ele. E ele não pensava diferente, apesar de estar escondendo seu nervosismo.

Terminaram de tocar, e Dulce soltou o instrumento, sentando-se ao lado dele, dizendo-lhe:

— Me chamastes, Senhor? — ela falou calma, olhando para ele, que respirava fundo e pesadamente.

— Sim. Mas você não deveria estar aqui. — Ele disse seco.

— E porque o diz?

— É meu espaço. Você não pode entrar aqui, jamais, me entendeu? — Ela disse com voz dura, e como se conseguisse me ver mirou-me. — Eu não posso te ver agora, agradeça a Deus por isso. — Concluiu.

— Não sabia que tocava piano. Quem te ensinou? — Ela disse mudando de assunto chegando mais perto dele.

— Não importa.

— Me importa. — Ela disse simples. — Quero saber. Não sei nada de você Christopher.

— Pra que quer saber da vida de alguém que você odeia? — Ela disse engolindo seco. — Pra rir depois? — Cerrou os punhos.

— Acha que eu seria capaz de rir de alguém? — Ela disse com voz calma, o suficiente para entregar que estava magoada. 

— Não sei. — Ele disse apenas.

— Me disse que sabia mais de mim que eu mesma. Então está me dizendo que não sabe isso?

— Não sei. — Ele repetiu.

— Porque gosta daqui? — Ela peguntou novamente. — Não é o melhor lugar... para... não sei. — Ela parou de falar quando ele fechou os olhos com força, dando a entender que não a queria ali. Engoliu o choro que começava a se formar, e levantou-se dizendo: — Não precisa mais... se preocupar...ér.. eu já estou me retirando. — Deu mais uma passo,hesitando em deixa-lo sozinho ali. Esquecendo as suas emoções, foi de encontro a porta do local, pegou na maçaneta e girou. E sem querer,negando a si mesma sua ação, mas não aguentando correru até ele novamente, dando-lhe um beijo na bochecha,e dizendo-lhe: Não chore. Fique bem. — Sussurando, e foi-se novamente para a porta, e quando criou a coragem de se ir ouviu ele dizer:

— Espere, não... vá ainda. Fique.