Fanfic: A Escolhida - CONCLUÍDA | Tema: Vondy

— Diga-me então! — respondeu Dulce.

— Direi. Mas ainda hoje não. Espere até amanhã, pois agora estou cansado demais para qualquer palavra! — Christopher respondeu bruto.

Dulce se irritou com ele e deitou na cama de vez, jogando sobre si, o lençol, e cobrindo-se.

Christopher também com poucas palavras afastou-se dela na cama e enrolou-se no lençol. Viraram-se de costas um para o outro – Que emocionante — pensou Christopher.

A noite passou-se muito lentamente, mas Dulce dormiu rápido, ao contrário de Christopher. Ele pensava constantemente naquilo: Contar para Dulce quem ele realmente era, o que fez, que culpa tem... eram tantas coisas que já estavam enterradas no passado, que ele realmente não queria ter que lembrar novamente. Mas ele sabia, tinha sã consciência de que não estava sendo certo com Dulce. Ela fora forçada a casar-se com ele, —e se não fosse por ela, provavelmente não seria um homem casado — ela não sabia nada da pessoa que lhe acariciava, que a tocava e a fazia gemer nas noites nupciais. — refletiu. Era justo que ela soubesse, depois de tudo, ela era a única pessoa que ele queria por perto. Era muito claro! Quando todos lhe viravam as costas era ela quem estava lá com seu sorriso branco e com suas palavras doces. — Apesar de toda a sua grosseria e aspecto inquestionável e obscuro ele sabia reconhecer isso, afinal, ele não tinha um coração de pedra, ou pelo menos não completamente. Remexeu-se na cama inquieto, voltando-se apara as costas de Dulce. Ela ressonava. Seu busto subia e descia numa calma...

— Veja que me fazes, anjo... — ele disse, levantando a mão para tocar o cabelo cacheado dela, mas desistiu. Respirou fundo antes de dizer: — Faz-me renunciar a meus princípios, e a perder. Em breve estará indo embora de minha casa... de mim. — Concluiu. — te mataria se o fizesse. — Juro que não deixarei que saia daqui. — Sorriu diabolicamente, encostando seu corpo nas costas de Dulce, puxando levemente uma mexa de cabelo – o sono dela era tão pesado, que aquele leve puxão, não a fez acordar. Christopher escondeu a cabeça no pescoço dela, e aspirou seu cheiro, e quando enfim conseguiu relaxar para finalmente dormir, algo lhe chama atenção: Choro de bebê. Grunhiu não suportando aquele barulho alto e amaldiçoou os negros daquela casa por não conseguirem calar a boca daquele moleque. Levantou-se pisando fundo, colocando uma saída de quarto preta e indo até o quarto onde na porta tinha escrito em uma plaquinha enfeitada de lã: Ben. Pegou a maçaneta e abriu a porta sem fazer mais barulho, e a fechou assim que entrou. Mirou o berço, e lá dentro encontrou o pequeno vermelhinho de tanto chorar. Revirou os olhos e o pegou nos braços – sem mesmo saber, nunca antes havia pegado um criança, ainda mais aquelas que não tinham a coluna forte ainda. — Benjamin estava tão vermelhinho, que Christopher limitou-se a pensar se aquela era a cor do que diziam ser seu filho. Em seus braços, o menino deu um berro muito maior, e a boquinha ainda sem dentes era o que fazia Christopher ficar fora do sério.

— Maldito seja. – resmungou. — Hey, menino! Cale essa boca! – ordenou, mas não pareceu ser ouvido. Lembrou-se de seu tempo de criança, quando chorava e sua mãe lhe cantava uma música. Revirou mais uma vez os olhos, inquieto com o garotinho nos braços, procurou um assento e passou a perna, condenou-se por se prestar a aquele papel. — Você e sua mãe são umas pestes, moleque. — Respirou fundo e ajeitou o garoto nos braços, o deixando mais confortável. Começou a cantar sua música para o bebe, a música que ouvia quando criança. O pequeno, parecendo gostar da voz do pai, parou com o berreiro. — Shhh... dorme, moleque. — Christopher disse aquilo tão calmamente olhando para o filho em seus braços, que quem visse, não seria capaz de ver o ódio do homem pela criança. Era uma cena linda.