Fanfic: Cidade dos ossos | Tema: Rebelde-Rbd Vondy
— Você deve estar brincando comigo — disse o porteiro, cruzando os braços na frente de seu enorme peito.
Ele olhou para o garoto numa jaqueta vermelha de zíper e esfregou sua cabeça raspada.
— Você não pode trazer isso para cá.
Os cinquenta ou mais adolescentes na fila do lado de fora do Clube Pandemônio se inclinaram para escutar. Era uma longa espera para entrar no clube de todas as idades, especialmente em um domingo, e geralmente não acontecia muito numa fila. Os porteiros eram ferozes e iam instantaneamente para cima de qualquer um que parecesse que iria começar uma encrenca.
Dulce Maria Fray, de quinze anos, estava de pé na fila com o seu melhor amigo, Simon, inclinado em direção aos seguranças como todo mundo, esperando por alguma coisa excitante.
— Ah, vamos lá. — O garoto elevou a coisa acima de sua cabeça. Era parecido com cabo de madeira, com uma ponta no fim. — Isso é parte da minha fantasia.
O porteiro levantou uma sobrancelha.
— E qual é?
O garoto sorriu. Ele parecia suficientemente normal, Dulce pensou, para o Pandemônio. Ele tinha cabelo pintado num azul elétrico, preso ao redor de sua cabeça como os tentáculos saindo de um polvo, sem nenhuma tatuagem facial elaborada ou grandes barras de metal atravessando suas orelhas ou lábios.
— Eu sou um caçador de vampiros — ele empurrou para baixo sua coisa de madeira. Aquilo flexionou tão facilmente quanto uma haste de grama curvando nos lados. — É falso. Espuma de borracha. Tá vendo?
Os enormes olhos do menino eram de um verde muito brilhante. Dulce notou uma cor de grama de primavera. Lentes de contato coloridas, provavelmente. O porteiro encolheu os ombros, abruptamente entediado.
— Tanto faz, entre.
O menino deslizou passando por ele, tão rápido quanto uma enguia. Dulce gostou do ritmo dos seus ombros, o jeito como ele arremessou seus cabelos enquanto entrava. Havia uma palavra para ele que sua mãe teria usado – negligente.
— Você pensou que ele era uma graça — Simon comentou, soando resignado. — Não pensou?
Dulce deu uma cotovelada nas costelas dele, mas não respondeu.
***
Lá dentro, o clube estava cheio de fumaça de gelo seco. Luzes coloridas refletiam na pista de dança, tornando-a um multicolorido reino folclórico com azuis e verdes frios, rosas e dourados quentes.
O garoto de jaqueta vermelha movimentou a longa espada afiada como uma lâmina em suas mãos, um despreocupado sorriso brincando em seus lábios. Aquilo havia sido tão fácil – algumas Runas na sua lâmina para torná-la inofensiva. Outra Runa em seus olhos, e no momento que o porteiro olhou direto para ele, ele estava dentro. É claro, ele podia provavelmente ter entrado sem todo aquele problema, mas essa era a parte engraçada – enganar os mundanos, fazendo tudo em aberto bem na frente deles.
Não que os humanos não tivessem seus costumes. O garoto de olhos verdes escaneou a pista de dança, onde fracos membros cobertos por pedaços de seda e couro preto apareciam e desapareciam dentro das revolventes colunas de fumaça onde os mundanos dançavam. Garotas jogavam seus cabelos, rapazes balançavam seus quadris cobertos por couro e a pele desnuda brilhando com o suor. Vitalidade se derramava deles, ondas de energia daquilo o preenchiam como um bêbado entorpecido. Seus lábios se curvaram.
Eles não sabiam o quanto tinham sorte. Não sabiam que aquilo era como suprir vida em um mundo morto, onde o sol pairava sem energia no céu como uma brasa queimada. Suas vidas se consumiam brilhantemente como velas em chamas – e eram tão fáceis de extinguir.
Sua mão apertou a lâmina que carregava, e ele começou a andar para dentro da pista de dança quando uma garota barrou seu caminho na massa de dançarinos e começou a andar em direção a ele. Ele a encarou.
Era bonita, uma humana de cabelo comprido tingido de preto, olhos delineados com lápis. Usava um longo vestido branco, do tipo que as mulheres costumavam usar quando este mundo era jovem. Mangas rendadas envolviam seus braços esbeltos. Ao redor do seu pescoço estava uma grossa corrente de prata, que segurava um pingente vermelho escuro do tamanho de um punho de um bebê.
A boca dele começou a se encher de água quando ela se aproximou. Energia vital pulsava dela como sangue numa ferida aberta. Ela sorriu, emanando energia, acenando com seus olhos.
Ele se virou para segui-la, sentindo o chiar do fantasma da morte dela em seus lábios.
Aquilo era sempre fácil. Ele já podia sentir o poder da vida correndo através de suas veias como fogo. Humanos eram tão estúpidos. Eles tinham algo tão precioso e nem o protegiam. Jogavam fora suas vidas por dinheiro, por pacotes de pó, por um estranho com um sorriso encantador.
A garota era um fantasma pálido recuando através da fumaça colorida. Ela atingiu a parede e se virou, juntando sua saia em suas mãos, levantando-a enquanto sorria para ele. Debaixo da saia, ela estava usando botas de cano longo.
Ele se juntou a ela, a pele dela se arrepiou com sua proximidade. De perto ela não era tão perfeita: podia ver o rímel sobre os olhos, o suor grudando seu cabelo na nuca. Ele podia sentir o cheiro da mortalidade dela, o doce da corrupção.
Te peguei, ele pensou.
Um sorriso frio curvou seus lábios. Ela se moveu para o lado, e ele podia ver que ela estava se inclinando contra uma porta fechada, NÃO ENTRE – DEPÓSITO estava escrito em tinta vermelha. A garota alcançou a maçaneta, virando-a, escorregando para dentro.
Ele pegou um vislumbre de caixas empilhadas, a fiação emaranhada. Um depósito. Ele olhou para trás, ninguém estava olhando.
Era muito melhor se ela queria privacidade.
Ele escorregou para a sala depois dela, desconhecendo que estava sendo seguido.
***
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Autor(a): pedry
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 2
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caroline_vondy Postado em 03/11/2014 - 18:00:09
Continua!!!!!!Amo esse livro eu li um pouco só que não terminei ai assisti o filme
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caroline_vondy Postado em 01/11/2014 - 20:32:59
Continua!!!Desculpe esqueci de comentar ontem!