Fanfic: Cidade dos ossos | Tema: Rebelde-Rbd Vondy
— Então — Simon disse — música muito boa, hein?
Dulce não respondeu. Eles estavam dançando, ou tentando fazer isso: um monte de remexidas para frente e para trás com ocasionais balanços em direção ao chão, como se um deles tivesse derrubado uma lente de contato entre um grupo de garotos adolescentes em espartilhos metálicos, e um jovem casal asiático que estava se agarrando cheios de paixão, seus extensos cabelos coloridos emaranhados juntos como uma trepadeira.
Um garoto com um piercing no lábio e uma mochila de Teddy, o urso, estava segurando livremente tabletes de ecstasy, suas calças de paraquedista se agitando na brisa vinda da máquina de vento.
Dulce não estava prestando muita atenção no ambiente – seus olhos estavam no garoto de cabelo azul que tinha discutido com o segurança na entrada do clube. Ele estava analisando a multidão como se estivesse procurando por alguma coisa.
Tinha algo sobre o jeito como ele se movia que a lembrava de algo...
— Eu, por outro lado — Simon começou — estou aproveitando imensamente.
Isso parecia improvável. Simon, como sempre, ficava estranho no clube como uma ferida no polegar, em seus jeans e na velha camiseta onde se dizia Feita no Brooklin em toda a frente. Seus cabelos recentemente lavados eram castanhos escuros e não verde ou rosa, e seus óculos tortos ficavam empoleirados no fim de seu nariz. Ele parecia menos como se estivesse contemplando os poderes das trevas e mais como se tivesse a caminho do clube de xadrez.
— Mmmm-hmmm.
Dulce sabia perfeitamente bem que ele vinha para o Pandemônio só porque ela gostava, e que ele achava que era chato. Ela não tinha certeza do porquê aquilo era o que gostava – as roupas, a música, faziam aquilo como um sonho, a vida de outra pessoa, não sua vida real e chata.
Mas ela era sempre tão tímida para falar com alguém além de Simon.
O garoto de cabelo azul estava fazendo seu caminho para fora da pista de dança. Ele parecia um pouco perdido, como se não tivesse encontrado quem estava procurando. Dulce se perguntou o que poderia acontecer se ela aparecesse e se apresentasse oferecendo mostrar o lugar. Talvez ele apenas a encarasse. Ou talvez ele fosse tímido também. Talvez ele se sentisse grato e contente, e tentasse não demonstrar, do jeito como os garotos faziam – mas ela saberia. Talvez...
O garoto de cabelo azul se endireitou de repente, mudando sua atenção como um cão de caça ao encontrar o alvo. Dulce seguiu a linha do seu olhar, e viu a garota de vestido branco.
Oh, bem, Dulce pensou, tentando não se sentir como um balão de festa murchando, acho que é isso.
A garota era linda, o tipo de garota que gostaria de ser – alta e esbelta – com um longo cabelo preto e liso. Mesmo daquela distância, Dulce podia ver o pingente vermelho ao redor do pescoço dela. Aquilo pulsava embaixo das luzes da pista de dança como um coração separado, fora do corpo.
— Eu acho — Simon continuou — que nesta noite o DJ Bat está fazendo um trabalho singularmente excepcional. Você não concorda?
Dulce rolou os olhos e não respondeu, Simon odiava música trance. Sua atenção estava na garota no vestido branco. Através da escuridão, fumaça, e neblina artificial, seu pálido vestido brilhava como um farol. Não era à toa que o garoto de cabelo azul estivesse a seguindo como se sob um feitiço, tão distraído que não notava nada ao redor dele. Até mesmo as duas rígidas formas escuras em seus calcanhares, avançando depois dele através da multidão.
Dulce diminuiu sua dança e olhou. Ela podia apenas ver que aquelas duas formas eram garotos altos vestindo roupas pretas. Ela não podia dizer como sabia que eles estavam seguindo o outro garoto, mas ela sabia. Podia ver o caminho que eles traçavam atrás dele, sua cuidadosa vigilância, a furtiva graça de seus movimentos.
Uma pequena flor de apreensão começou a se abrir dentro do seu peito.
— Entretanto — Simon acrescentou — eu queria te dizer que ultimamente tenho me travestindo. Também, eu estou dormindo com sua mãe. Eu achei que você deveria saber.
A garota tinha chegado na parede, e estava abrindo a porta escrita NÃO ENTRE. Ela acenou para o rapaz de cabelo azul atrás dela, e eles deslizaram pela porta. Isso não era nada que Dulce já não tenha visto antes, um casal escapando para os cantos escuros do clube para transar – mas o que tornava aquilo estranho era que eles estavam sendo seguidos.
Dulce se levantou nas pontas dos pés, tentando ver através da multidão. Os dois caras tinham parado na porta e pareciam estar deliberando um com o outro. Os dois tinham cabelos escuros, um mas claro. O mas claro encontrou alguma coisa em sua jaqueta e puxou a coisa longa e afiada que reluziu embaixo das fortes luzes. Uma faca.
— Simon! — Dulce gritou, e prendeu seu braço.
— O quê? — Simon olhou alarmado. — Eu realmente não estou dormindo com sua mãe, você sabe. Eu estava apenas tentando chamar sua atenção. Não que a sua mãe não seja uma mulher muito atraente, para a idade dela.
— Você está vendo aqueles caras? — Ela apontou selvagemente, quase acertando uma garota negra que estava dançando por perto.
A garota a encarou com um olhar maldoso.
— Desculpe, desculpe! — Dulce virou-se de volta a Simon. — Você não está vendo aqueles dois caras, lá? Na porta?
Simon deu uma olhada, então balançou os ombros.
— Eu não estou vendo nada.
— Há dois deles. Eles estavam seguindo o cara com o cabelo azul...
— Aquele que você achou que era fofo?
— Sim, mas esse não é o ponto. O de cabelo mas claro puxou uma faca.
— Você tem certeza? — Simon olhou mais apurado, balançando sua cabeça. — Eu ainda não vejo ninguém.
— Eu tenho certeza.
De repente todo negócios, Simon endireitou seus ombros.
— Eu vou chamar um dos seguranças. Você fica aqui.
Ele avançou, abrindo caminho através da multidão.
Dulce se voltou no momento em que viu o garoto entrar pela porta de NÃO ENTRE, seu amigo em seus calcanhares. Ela olhou ao redor; Simon ainda estava tentando empurrar seu caminho através da pista de dança, mas ele não estava fazendo muito progresso. Mesmo se ela gritasse agora, ninguém iria ouvi-la, e até que Simon voltasse, algo terrível poderia já ter acontecido. Mordendo forte seu lábio inferior, Dulce começou a se movimentar através das pessoas.
***
— Qual é o seu nome?
Ela se virou e sorriu. Uma suave luz se derramava na sala através das altas janelas manchadas com sujeira. Haviam pilhas de cabos elétricos, partes de bolas de discoteca quebradas e latas de tinta descartadas em desordem no chão.
— Isabelle.
— Esse é um nome legal.
Ele andou em sua direção, passando cuidadosamente entre os fios, no caso de algum deles estar ligado. Na tênue luz ela pareceu meio transparente, envolvida em branco como um anjo. Seria um prazer fazê-la cair...
— Eu não te vi por aqui antes.
— Você está me perguntando se eu venho aqui com frequência — ele percebeu.
Ela sorriu, cobrindo seu sorriso com a mão. Havia uma espécie de pulseira em torno de seu pulso, logo abaixo da manga do seu vestido, então, quando ele se aproximou, viu que não era uma pulseira, mas um padrão de pintura na pele, uma matriz de linhas espiraladas.
Ele congelou.
— Você...
Ele não terminou. Ela se moveu com uma rapidez de relâmpago, atingindo-o com sua mão aberta, um golpe em seu peito que o teria levado ao chão arfando, se ele fosse um humano. Ele cambaleou para trás, e agora a garota tinha alguma coisa em sua mão, um chicote enrolado que brilhava com uma luz dourada.
Ela jogou-o para baixo, curvando sobre seus tornozelos, vibrando em seus pés. Ele acertou o chão, encurvado, o odioso metal mordendo profundo dentro de sua pele. A garota ria, parada acima dele, e ele tontamente pensou que deveria ter adivinhado. Nenhuma garota humana usaria um vestido como aquele que Isabelle usava. Ela o usaria para cobrir sua pele – toda a sua pele.
Isabelle sacudiu com força o seu chicote, segurando-o. Seu sorriso brilhava como água envenenada.
— Ele é todo de vocês, garotos.
Uma risada baixa soou atrás dela, e agora suas mãos estavam nele, levantando-o e o arremessando contra os pilares de concreto. Ele podia sentir a pedra úmida contra suas costas. Suas mãos foram puxadas para trás dele, seus pulsos presos com fio. Quando ele lutou, alguém andou em volta do pilar para dentro de seu campo de visão: um garoto, tão jovem quanto Isabelle e também muito bonito. Seus olhos brilhavam como Amêndoas— Então — o garoto disse — existe mais alguma coisa com você.
O garoto de cabelo azul podia sentir o sangue brotando debaixo do apertado metálico, fazendo seus pulsos escorregadios.
— Que coisa?
— Agora vamos lá.
O garoto de olhos amêndoas pegou suas mãos, e suas mangas escuras escorregaram, mostrando as Runas pintadas sob seus pulsos, as costas das suas mãos, suas palmas.
— Você sabe o que eu sou.
Lá no fundo dentro de sua mente, a mandíbula do garoto algemado começou a ranger.
— Caçador de sombras — ele assobiou.
O outro rapaz abriu um grande sorriso.
— Te peguei — ele disse.
***
Autor(a): pedry
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 2
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caroline_vondy Postado em 03/11/2014 - 18:00:09
Continua!!!!!!Amo esse livro eu li um pouco só que não terminei ai assisti o filme
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caroline_vondy Postado em 01/11/2014 - 20:32:59
Continua!!!Desculpe esqueci de comentar ontem!