Fanfics Brasil - 9 Cidade dos ossos

Fanfic: Cidade dos ossos | Tema: Rebelde-Rbd Vondy


Capítulo: 9

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— Nada, eu pensei ter visto o gato de Dorothea, mas acho que foi só um truque de luz.


Simon olhou para ela.


— Eu não comi nada desde ontem — ela adicionou defensivamente — acho que estou um pouquinho fora.


Ele deslizou um confortante braço ao redor de seus ombros.


— Vamos lá, vou te comprar alguma comida.


 


***


 


— Eu simplesmente não posso acreditar que ela está sendo assim — Dulce disse pela quarta vez, perseguindo um pouco o pedaço de guacamole ao redor do seu prato com a ponta de um nacho.


Eles estavam em um bairro mexicano, um buraco na parede chamado Nacho Mama.


— Como se me deixar de castigo durante toda a semana não fosse ruim o suficiente. Agora eu estou sendo exilada pelo resto do verão.


— Bom, você sabe, sua mãe é assim às vezes — Simon respondeu — como quando ela inspira e expira.


Ele sorriu para ela envolvido com seu burrito vegetariano.


— Ah, com certeza, haja como se fosse engraçado. Não é você quem vai ser arrastado para o meio do nada, para Deus sabe quão longe...


— Dul — Simon interrompeu sua tirada — eu não sou a pessoa com quem você está brava. Além disso, isso não vai ser permanente.


— Como você sabe?


— Bom, porque eu conheço sua mãe — Simon respondeu, depois de uma pausa — quero dizer, eu e você temos sido amigos pelo o que, 10 anos agora? Eu sei que ela gosta disso às vezes. Ela vai pensar melhor.


Dulce pegou uma pimenta do seu prato e mordiscou o canto pensativamente.


— Você acha? Quero dizer, conhece ela? Eu às vezes me pergunto se alguém conhece.


Simon piscou para ela.


— Me perdi.


Dulce sugou o ar para esfriar sua boca queimando.


— Quero dizer, ela nunca fala de si mesma. Eu não sei nada sobre sua juventude, ou sua família, ou muito menos sobre como ela conheceu o meu pai. Ela não tem sequer fotos do casamento. É como se a vida dela tivesse começado quando ela me teve. Isso é o que ela sempre diz quando pergunto sobre isso.


— Ah — Simon fez uma cara para ela — isso é doce.


— Não, não é. É estranho. É estranho eu não saber nada sobre meus avós. Quero dizer, eu sei que seus pais não são muito legais com ela, mas eles poderiam ser assim tão maus? Que tipo de pessoa não quer conhecer sua neta?


— Talvez ela os odeie. Talvez eles fossem abusivos ou algo assim — Simon sugeriu — ela tem aquelas cicatrizes.


Dulce o encarou.


— Ela tem o quê?


Ele engoliu um bocado de burrito.


— Aquelas cicatrizes fininhas. Sobre suas costas e braços. Eu vi sua mãe de maiô, você sabe.


— Eu nunca notei nenhuma cicatriz — Dulce replicou decididamente — acho que você está imaginando coisas.


Ele a encarou, e pareceu que ia dizer alguma coisa quando seu celular vibrou na bolsa, começando um insistente volume alto. Dulce o pescou, olhou para os números piscando na tela e fez uma careta.


— É minha mãe.


— Eu podia dizer só de olhar para sua cara. Você vai falar com ela?


— Não agora — Dulce respondeu, sentindo uma familiar ponta de culpa em seu estômago quando o telefone parou de tocar e o correio de voz foi ativado — eu não quero brigar com ela.


— Você sempre pode ficar na minha casa — Simon lembrou — o tempo que você precisar.


— Bom, vamos ver se ela se acalma primeiro.


Dulce apertou o botão do correio de voz de seu telefone. A voz de sua mãe soava tensa, mas ela claramente estava tentando ser suave:


— Querida, me desculpe se eu empurrei o plano de férias em você. Venha para casa e nós vamos conversar.


Dulce desligou seu telefone antes que a mensagem acabasse, sentindo-se culpada e ainda brava ao mesmo tempo.


— Ela quer falar sobre isso.


— Você quer falar com ela?


— Eu não sei — Dulce esfregou os olhos com as costas de suas mãos — você ainda vai para a leitura de poesia?


— Eu prometi que iria.


Dulce se levantou, empurrando a cadeira para trás.


— Então eu vou com você. Ligo para ela quando tiver terminado.


A alça de sua bolsa deslizou para baixo de seu braço. Simon a empurrou de volta distraidamente, seus dedos se demorando na pele desnuda de seu ombro.


O ar lá fora estava esponjoso com a umidade, a umidade frisando o cabelo de Dulce e grudando a camiseta azul de Simon em suas costas.


— Então, o que há com a banda? — ela perguntou. — Algo novo? Houve muita gritaria no fundo quando eu falei com você mais cedo.


O rosto de Simon se iluminou.


— As coisas estão ótimas. Matt disse que conhece alguém que poderia nos levar para um show no Scrap Bar. Nós estávamos falando sobre nomes de novo também.


— Ah, é? — Dulce escondeu um sorriso.


A banda de Simon nunca produziu realmente uma música. Principalmente quanto eles estavam sentados na sala de estar de Simon, lutando pelos nomes em potencial e logotipos de banda. Ela, às vezes, imaginava se algum deles sabia tocar um instrumento.


— O que tem na mesa?


— Nós estávamos escolhendo entre Sea Vegetable Conspiracy e Rock Solid Panda.


Dulce balançou sua cabeça.


— Ambos são terríveis.


— Eric sugeriu Lawn Chair Crisis.


— Talvez Eric deva se manter apostando.


— Mas então nós teríamos de encontrar um novo baterista.


— Ah, isso é o que Eric faz? Pensei que ele só pegasse dinheiro de você e saia por aí dizendo às garotas na escola que ele estava em uma banda, a fim de impressioná-las.


— De jeito nenhum — Simon disse rapidamente — Eric ficou novo em folha. Ele tem uma namorada. Eles estão saindo há três meses.


— Praticamente casados — Dulce comentou.


Ela contornou um casal carregando uma criança em um carrinho: uma garotinha com presilhas de plástico amarelo em seus cabelos estava apertando uma boneca com asas douradas, riscadas de safira. Pelo canto do olho, Dulce pensou ter visto as asas flutuarem. Ela virou a cabeça apressadamente.


— Isso significa — Simon continuou — que eu sou o último membro da banda que não tem uma namorada. Você sabe, é o único motivo de estar em uma banda. Conseguir garotas.


— Eu pensei que tudo fosse sobre música.


Um homem com um pedaço de cana atravessou seu caminho, em direção à Rua Berkeley. Ela olhou para longe, com medo de que, se olhasse para alguém por muito tempo, brotassem asas, braços extras ou longas e bifurcadas línguas neles.


— Quem se importa se você tem uma namorada, afinal?


— Eu me importo — Simon disse acabrunhado. — Muito em breve as únicas pessoas largadas sem uma namorada serão eu e o Wendell, o zelador da escola, e ele cheira a detergente.


— Pelo menos você sabe que ele ainda está disponível.


Simon encarou.


— Não tem graça, Fray.


— Há sempre Sheila “fio-dental” Barbarino — Dulce sugeriu.


Dulce sentava atrás dela na aula da matemática no nono tempo. Toda vez que Sheila derrubava seu lápis, o que era frequentemente, Dulce tinha o convite da visão da calcinha entrando acima do cós do seu acentuado-super-baixo jeans.


— É com ela que Eric tem se encontrado nos últimos três meses — Simon respondeu — seu conselho, entretanto, era que eu devia apenas decidir qual garota na escola tem o corpo mais bonito e chamá-la para sair no primeiro dia de aula.


— Eric é um porco machista — Dulce disse, de repente não querendo saber qual garota na escola Simon achava que tinha o corpo mais bonito — talvez você devesse chamar a banda de “Os Porcos Machistas”.


— Isso tem uma ligação — Simon pareceu interessado.


Dulce fez uma careta para ele, sua bolsa vibrando com o telefone tocando. Ela o pescou para fora do bolso fechado com zíper.


— É a sua mãe de novo?


Dulce acenou com a cabeça. Ela podia ver a mãe em sua imaginação, pequena e sozinha na porta da frente do apartamento. Culpa expandiu em seu peito. Ela olhou para Simon, que a estava olhando, seus olhos escuros com interesse. Seu rosto era tão familiar que ela poderia traçar suas linhas durante seu sono. Dulce pensou nas solitárias semanas que se esticavam a sua frente sem ele, e empurrou o telefone de volta na bolsa.


— Vamos — ela disse — senão nos atrasaremos para o show.


Capítulo 3 - Caçador de Sombras


Na hora em que chegaram ao Java Jones, Eric já estava no palco, remexendo para frente e para trás diante do microfone com seus olhos semiabertos. Ele pintou as pontas de seu cabelo de rosa para a ocasião. Atrás dele, Matt, parecia chapado, batendo irregularmente um djembe.


— Isso vai ser tão difícil de absorver — Dulce predisse.


Ela agarrou a manga de Simon e arrastou-o em direção à porta de entrada.


— Se nós tivermos que correr por causa disso, nós ainda podemos escapar.


Ele balançou sua cabeça com determinação.


— Eu sou um nada, se não for um homem de palavra — ele endireitou seus ombros — vou pegar o café, se você nos encontrar um lugar. O que você quer?


— Apenas café. Preto... — como minha alma.


Simon saiu em direção ao balcão, murmurando sob sua respiração sobre os efeitos de se estar longe. Dulce saiu para encontrar um lugar para sentar.


A cafeteria estava lotada para uma segunda-feira, a maior parte dos sofás e poltronas puídas estavam tomadas por adolescentes aproveitando uma noite na semana livre.


O cheiro de café e cigarros de cravo-da-índia era esmagador. Finalmente, Dulce encontrou um assento duplo desocupado em um canto escuro no fundo. A única pessoa próxima era uma garota loira com um top cor de laranja, absorvida em mexer no seu iPod.


Ótimo, Dulce pensou, Eric não será capaz de nos achar aqui atrás do show e nos perguntar como sua poesia estava.


A garota loira se inclinou para o lado de sua cadeira e tocou Dulce no ombro.


— Me desculpe. Ele é seu namorado? — a garota perguntou.


Dulce, surpresa, seguiu o olhar da menina, já preparada para dizer, Não, eu não conheço ele, quando notou que a garota falava de Simon. Ele estava andando em direção a elas, seu rosto fechado em concentração como se tentasse não derrubar nada dos copos de isopor.


— Uh, não. Ele é um amigo meu.


A garota ficou radiante.


— Ele é tão fofo. Ele tem namorada?


Dulce hesitou por um segundo mais longo antes de responder.


— Não.


A garota olhou com suspeita.


— Ele é gay.


Dulce foi poupada de responder esta com a volta de Simon. A loira sentou de volta precipitadamente enquanto arrumava os copos na mesa e atirava-se a si mesmo, próximo a Dulce.


— Odeio quando eles acabam com as canecas. Essas coisas estão quentes.


Ele soprou seus dedos e fez uma careta. Dulce tentou esconder o sorriso enquanto olhava para ele. Normalmente, ela nunca pensava se Simon era bonito ou não. Ele tinha lindos olhos escuros, supôs, e tinha encorpado mais durante o ano ou coisa assim. Com o corte de cabelo certo...


— Você está me encarando — Simon percebeu — por que você está me encarando? Tem alguma coisa no meu rosto?


Eu tenho que dizer a ele, ela pensou, entretanto parte dela estava estranhamente relutante. Eu seria uma má amiga se eu não dissesse.


— Não olhe agora, mas aquela garota loira lá acha você uma gracinha — ela sussurrou.


Os olhos de Simon fitaram a lateral para observar a garota, que estava estudando minuciosamente uma edição do Shonen Jump.


— A garota com um top laranja?


Dulce concordou. Simon olhou com dúvida.


— O que te fez pensar assim?


Diga a ele. Vá em frente, diga a ele.


Dulce abriu sua boca para responder e foi interrompida por um estouro em resposta. Ela piscou e cobriu suas orelhas enquanto Eric, no palco, lutava com seu microfone.


— Nos desculpe por isso, gente! — ele gritou. — Tudo bem, eu sou Eric, e este é o meu amigo Matt na percussão. O meu primeiro poema se chama “Sem título”.


Ele comprimiu seu rosto com se estivesse com dor e choramingou no microfone.


— Venha, minha fanática foice. Minha nefasta força geratriz. Espalhe cada protuberância com zelo árido!


Simon deslizou em sua cadeira.


— Por favor não diga a ninguém que eu conheço ele.


Dulce riu.


— Quem utiliza a palavra geratriz?


— Eric — Simon respondeu horrivelmente — em todos os seus poemas tem geratriz neles.


— Bombástico em meu tormento! — Eric lamentou. — Agonia incha dentro!


— Pode apostar que sim — Dulce concordou. Ela deslizou para o lado do banco de Simon. — A propósito, sobre a garota que acha você bonitinho...


— Isso não importa, por agora — Simon disse. Dulce piscou para ele com surpresa. — Tem uma coisa que eu precisava falar com você.


— “Os Porcos Machistas” não é um bom nome para uma banda — Dulce disse imediatamente.


— Não isso. É sobre o que nós falamos antes. Sobre eu não ter uma namorada.


— Oh — Dulce encolheu os ombros — ah, eu não sei. Convide Jaida Jones — ela sugeriu, nomeando uma das poucas garotas de St. Xavier que ele realmente gostava — ela é legal, e ela gosta de você.


— Eu não quero chamar Jaida Jones para sair.


— Por que não? — Dulce se encontrou tomada por um súbito, inespecífico ressentimento. — Você não gosta de garotas inteligentes? Ainda buscando um corpo perfeito?


— Nem um, nem outro — Simon respondeu, parecendo agitado — eu não quero convidá-la para sair, porque realmente não seria justo com ela que eu tivesse...


Ele desistiu. Dulce se inclinou para frente. Pelo canto do seu olho, ela podia ver que a garota loira se inclinou para frente também, claramente escutando.


— Por que não?


— Porque eu gosto de alguém.


— Ok.


Simon parecia vagamente esverdeado, como da vez que ele quebrou seu tornozelo jogando futebol no parque e teve que sair mancando para casa. Ela se perguntou o que na terra sobre estar gostando de alguém poderia possivelmente dar a ele esse tanto de ansiedade.


— Você não é gay, é?


A cor esverdeada de Simon ficou mais profunda.


— Se eu fosse, eu me vestiria melhor.


— Então, quem é ela? — Dulce perguntou.


 



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Autor(a): pedry

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • caroline_vondy Postado em 03/11/2014 - 18:00:09

    Continua!!!!!!Amo esse livro eu li um pouco só que não terminei ai assisti o filme

  • caroline_vondy Postado em 01/11/2014 - 20:32:59

    Continua!!!Desculpe esqueci de comentar ontem!


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