Fanfic: Identidade AyA | Tema: Anahi e Alfonso, Ponny, AyA

            - Claro – disse, não conseguindo lembrar-me porque eu estava tão irritada da outra vez. – A propósito... quero dizer que estou envergonhada por ontem. Muito envergonhada. Jose passou...

            - Ah, não... nada a ver – ele me interrompeu, apressado em afirmar que não havia problemas. – Se soubesse quantos casais costumam usar aquile lugar ali... para mim é até normal.

            - Não me pareceu tão normal, ontem, quando você até derrubou aquela caixa no chão – falei.

            Alfonso perdeu o ar casual quando eu levantei aquele fato. Passou a língua pelos lábios e tentou uma nova postura.

            - Sempre surpreende, claro. Eu tava fazendo meu trabalho, com a cabeça em outras coisas – explicou-se. – Estava distraído. Dai me assutei mesmo.

            - Entendi – falei, tentando acreditar.

            - Ainda mais que era você lá...

            - E o que isso muda? Ter sido eu, lá... – alfinetei.

            Eu fico tão boa nisso conversando com Alfonso. As coisas não permanecem na minha cabeça, não, elas de fato saem pelos meus lábios. Não guardo nada.

            - Bem, muda – respondeu, e eu esperei. – Porque conheço você, temos um grupo em comum e... sei lá... sempre é mais chocante quando é alguém com quem você convive de alguma forma.

            Ele desviou o olhar, desconfortável. Eu decidi não explorar mais.

            E chegou a nossa vez de pedir as guloseimas.

            Então. Entramos na sala de cinema, e por mágica (cof), sentei ao lado de Alfonso. Entre Alfonso e Christian, enquanto Dulce e Maite estavam na outra ponta, fofocando enquanto filme não iniciava. Resumindo, foi mais incômodo do que a fila da pipoca. Christian não sabia da minha paixão platônica, e Alfonso não desgrudou os olhos da tela nem por um segundo. Alfonso dividiu a pipoca dele comigo, mas ele estava tão tenso, que eu até me senti desconfortável de pegar a pipoca com ele. E ficou pior quando nossas mãos se encontraram. Ele tirou a dele correndo! Foi péssimo!

            Eu estava começando a ficar contente, porque né, ir ao cinema e sentar ao lado do cara que você gosta é uma coisa legal independente se ele te beija durante o filme ou não. Mas Alfonso estava tão estranho... comecei a me sentir tão pouco desejada ali. Ele estava muito melhor fora do cinema. Poxa, era só relaxar, me dar um sorriso, e depois discutir sobre o filme comigo, e eu esqueceria qualquer coisa que eu ainda pudesse ter contra ele. Que eu encontraria uma razão por eu ter me apaixonado por ele. Mas não, nada... nada.

            E Maite dizia que ele gostava de mim? E eu esperava uma desculpas dele?

            Ao fim do filme eu tava meio puta, óbvio. Se era para sentar ao lado de uma pedra eu tinha ficado em casa. Se eu sou tão repulsiva assim, que eu me sentasse com Dulce, que pelo menos é mais passional e menos fria. Ta certo que ele levou um chifres, terminou um namoro e não vai ser mais pai, mas cara, não fode com o passeio dos outros!

            Fui ao banheiro com as meninas ao sairmos do cinema. Elas estavam alegres comentando sobre o filme e tals, mas eu nem falava muito, porque se falasse, corria o risco de deixar transparecer algo, e eu não quero que Dulce saiba de nada ainda. Quando terminei, avisei que as esperaria na porta, e saí do banheiro.

            Na porta do banheiro masculino, estava o carinha. Aquele mesmo. Ele olhou para mim, e eu para ele... eu fiquei meio vermelha, mas consegui dar um sorriso mesmo assim.

            - Oi...