Fanfic: Identidade AyA | Tema: Anahi e Alfonso, Ponny, AyA

            - Está tudo bem – respirei profundamente. – Já passei por casos nos quais os caras não se sentiam atraídos o suficiente por mim. Eu tenho mesmo esse tipo mais meiga, mais tímida... vocês gostam mais das perigosas, fatais, sei lá. Eu geralmente sou quem eles querem como amiga, então não te culpo.

            - Mas algo me diz que você não vai ser minha amiga, estou errado? – arriscou ele.

            - Não – olhei para o lado oposto, e desisti de meias verdades, uma vez que eu já estava fodida e a situação não podia piorar. – Você não gosta de mim para sair comigo... e eu não gosto de você como meu amigo.

            - Então não seremos nenhum dos dois – disse ele, se mexendo na cadeira como se estivesse incômodo com algo.

            Ou como se tivesse escondendo algo.

            - Por aí – voltei a olhá-lo. – Mas não precisamos brigar, nem virar a cara, nada dessas coisas... podemos... conviver.

            - Sei... colegas...

            - É. Mas só até essa fase passar... quando eu encontrar alguém, vamos até rir disso, e ser amigos – tentei sorrir, não achando a vontade. – O que acha?

            Ele apenas assentiu, parecendo não achar a ideia atraente também.

            Não falamos mais. A não ser um comentário ou outro. O fato é que não conversamos mesmo. Eu coloquei meus fones e ele olhou ininterruptamente pela janela por uma hora. Não parecia estar neste mundo, sabe? Como eu frequentemente tenho esse tipo de fuga da realidade, não tentei perguntar se algo estava preocupando-o. Fechei meus olhos e tive a minha própria fuga, arrastando-me para dentro do cenário de cada música.

            Acabei dormindo.

            Quando acordei, me deparei com um cenário estranho. Alfonso estava me olhando. Olhando perto, tipo observando mesmo. Bizarro. Pisquei duas vezes, e quando o olhei de novo, ele tinha mudado de posição e não me olhava mais. Passei alguns minutos tentando perceber se quilo tinha sido sonho ou realidade.

            Olhei pela janela e percebi que nós já estávamos na cidade. Reconheci com certa alegria a estrada, e depois, as outras ruas. Logo estávamos desembarcando na rodoviária. Fiquei ansiosa quando vi meus pais me esperando, e peguei a bagagem com pressa. Não esperava que os dois viessem me receber. Mas fiquei feliz. Por mais que fosse bom ter ido embora, era melhor ainda estar em casa.

            Desci na frente de Alfonso, e quando o fiz, apenas nos despedimos com um olhar e um ‘tchau’ sussurrado. Não sorrimos. Vi-o se dirigir para um casal, e uma menina de 12 anos aproximadamente. Pais... e irmã. Nunca imaginei que ele teria irmãos. De alguma forma, me surpreendeu. Assim como ver que os pais dele se deram o trabalho de ir buscá-lo, um homem daquele tamanho. Seria ele superprotegido também?

            Quando alcancei meus pais, sorri e dei um abraço forte em minha mãe. Muita saudade. Só a abraçava assim no dia de seu aniversário e nunca foi tão gostoso. Nunca fui muito carinhosa com ela, ou com ninguém da família. Para meu pai, apenas sorri e passei a mão em suas costas. Nós dois juntos somos o deserto inteiro, de tão secos. Tentei sorrir o máximo que pude, e conversar sobre assuntos não importantes. Eu choraria se não fizesse isso.

            Meu pai pegou minha mala maior e eu não vi problemas em carregar minha mochila até o carro. Minha mãe, para variar, não parava de falar, tentando contar tudo de uma só vez. Antes de sairmos da rodoviária, olhei para trás e Alfonso me olhava de volta, no mesmo movimento. Naquele momento, me deu uma pena de não poder apresentá-lo aos meus pais, mesmo se quisesse. Destruiria minha mentira.

            Em vez de me lamentar, apenas dei aquele sorriso que faltou quando desembarcamos. E ele retribuiu.

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Estão chegando uns capitulos super foooooofos! ♥♥♥

Comenteeeeeeem, beijoos! ☺♥