Fanfic: Identidade AyA | Tema: Anahi e Alfonso, Ponny, AyA

                                   E o tempo passa tão rápido...

            Ei! Cá estou eu de volta com os meus surtos. Bem, não exatamente surtos desta vez, o último mês foi bem calmo para mim – e eu agradeço. Então, sem surtos.

            Depois daquela briga com Alfonso, e de chorar e chorar por me considerar apaixonada por ele e também por ele ser um porco desgraçado (sorry, nem as aulas de dança conseguiram expulsar toda a minha raiva), eu resolvi me excluir do mundo por um tempo. Eu já tinha feito isso várias vezes e nem tinha precisado de um razão. E pelo meu julgamento eu tinha uma boa razão para querer sumir.

            Pensei até em voltar para casa. Verdade. Seria uma idiota se fizesse isso, mas idiota é exatamente o que sou, então... Mas não. A adolescência já passou e eu não tenho mais o direito de pensar com meu coração. Ou com meus hormônios. Whatever. Posso ser inconsequente ainda sim, mas não quando isso vai me prejudicar, e não ao contrário. Eu voltaria para casa e daí? Minha mãe me ajudaria a arrumar uma escolinha no bairro para crianças de cinco anos? Por um ou dois salários?

            Não, já experimentei sonhar com algo bem maior do que isso. Dar aulas para crianças perto de casa pode ser o sonho de alguém, mas simplesmente não é o meu. Não quero regredir.

            Sabe, palcos, e coreografias. Música e arranjos, e composições. Aplausos. Viagens. E uma conta com bem mais do que dois salários.

            Claro que tudo tem seu lado ruim. Mundo de artista é bagunçado, duro e até bastante vulgar. Não quero isso para mim. Vejo bem porque pessoas como Dulce estão aqui e pessoas como eu não deveriam estar. Ela dormiria com o agente dela para conseguir qualquer coisa, eu não. Por isso que se eu tiver que ter um agente um dia, ele terá de ser gay. Fato.

            Vou apenas assumir os riscos de deixar meu destino em aberto. Se eu der uma puta sorte e as pessoas certas cruzarem meu caminho, ótimo, eu sorrirei para as fotos, ignorarei críticas e levarei da melhor forma que conseguir, me divertindo ao longo do caminho. Se não, eu ficarei bem feliz por detrás das cortinas, escrevendo, tocando ou ensaiando quem teve a sorte de conseguir brilhar lá na frente, e conseguir os aplausos.

            Minha mente está aberta, quem sabe um dia eu não acorde e decida ser engenheira? HAHA. Mas sério. Só me mostrem as possibilidades.

            Voltando ao porco desgraçado, ops. Sempre me perco nos assuntos.

            Decidi e realmente me isolei do mundo. Não saí por duas semanas, só ia às aulas e voltava para o quarto em seguida. Confesso que inclusive matei umas duas aulas. :X Só não deu para matar os treinos porque senão Maite vinha atrás de mim. Falando nos treinos, já estou bem melhor. Peguei o jeito. Na última vez que nos vimos Maite me disse que a partir do próximo semestre não precisarei de mais treinos, e as aulas em si deverão bastar. A não ser que eu faça questão de um acompanhamento por parte dela. Boa notícia, enfim.

            Dulce sofreeeeu pra tentar me tirar de casa nos fins de semana. Não conseguiu. Nem sonhando eu iria pisar no Aloha tão cedo. E eu, fiquei em paz, por duas semanas sem me sentir a parte excluída e indesejada do triângulo Alfonso, Vanessa e eu. Mesmo sendo a única que parecia sentir algo pelo porco em questão. Duas semanas sem ver Alfonso. Posso dizer que me fez bem.

            Depois disso, cedi à chantagem emocional de Dulce e voltei a sair. Coincidiu com a semana de provas na escola, e Dulce prometeu não me dar nenhuma dica se eu não parasse de frescura e desse uma de puta outra vez, porque ela estava com saudades. #palavrasdela Saí, mas não dei uma de puta. Me trouxe muitos problemas da última vez, então aquela versão está abandonada por tempo indeterminado. E tenho evitado ir até os bartenders até hoje. Vejo-o, e ele a mim, e mais nada. Nunca estamos a menos de dez metros um do outro. Parece que é essa a distância necessária para nos manter fora de perigo.

            Sobre as provas, foram bem duras, sabe? Acho que me ferrei em uma ou outra, mas acredito que o dano não seja irrecuperável. As provas finais são daqui a dois meses, então com algum trabalho eu consigo a média. Em compensação, a de piano e canto coral foram demais. Nota máxima para mim, nas duas. Ah! Na de prática de canto também, já que fiz Christian fazer dupla comigo. Com ele, não dá para não ir bem. E nas disciplinas de dança, posso não ter sido exemplar, mas não teria nenhuma chance se não fosse por Maite. Então, creio que estou bem até aqui.

            É isso. Assim transcorreram minhas últimas cinco semanas. Sem problemas. Sem surpresas. Sem Alfonso.