Fanfic: A Escrava e a Conquistadora - XENA | Tema: Xena, Gabrielle
Corinto, fim de tarde.
No centro da praça, em frente à escadaria que levava ao Palácio, foi armado um círculo de corda para separar o povo dos governantes, ou melhor, da Conquistadora. E, uma majestosa cadeira em forma de trono a esperava.
O toque da corneta anuncia que a Conquistadora estava chegando. Tão majestosa quanto as suas vestes, ela surgiu. Era uma mulher belíssima. Cabelos negros presos por um adorno em forma de diadema, cheio de pedras preciosas, ladeadas por penas douradas, como se fossem duas asas prestes a voar, e uma enorme safira entre elas.
Sua vestimenta ela trouxera da China, seda pura de fundo negro com flores e motivos dourados. Na cintura uma bandagem escura amarrada por cinto da mesma cor, com pingentes dourados. Porém, o que mais se destacava nela eram os olhos penetrantes e profundamente azuis.
- Pode começar._ ordenou ela.
O chefe dos soldados lhe fez reverência e seguindo em frente, desceu a pequena escada do calabouço. Parando entre as duas celas pergunta a um dos guardas:
- Quem é a escrava agitadora?
- É aquela ali, senhor._ apontou o guarda para uma garota loura num canto da cela.
- Aquela ali?!_ indagou incrédulo.
- Sim, senhor. É uma agitadora. Tivemos que traze-la amarrada e amordaçada.
- Traga-a, vai ser julgada.
Escoltada por dois soldados, a garota foi jogada no chão em frente à escadaria, aos pés da Conquistadora, que pergunta:
- Qual é o crime dela?
- Eu falei._ respondeu a garota levantando a cabeça, o rosto meio encoberto pelo desalinho dos cabelos.
O chefe dos soldados completa:
- Incitou o povo contra você. E encorajou a revolta.
A Conquistadora levantou uma das sobrancelhas como se duvidasse do que acabara de ouvir. Levantou-se e desceu a escadaria até onde estava a garota deitada. Abriu os braços como se fosse fazer uma saudação e ordenou:
- Levante-se.
A garota se levantou, olhou-a por um instante, parecendo surpresa pela proximidade, mas nada disse, encarando-a.
A Conquistadora afastou os cabelos que cobriam a face da garota e, segurando-lhe no queixo, sarcasticamente pergunta:
- Você é culpada?
A garota, com um gesto de cabeça se desvencilhou da mão dela, respondendo:
- Eu dei voz ao povo... aos medrosos, aos famintos... aos que desapareceram na noite e nunca mais foram vistos.
Virando-se de costas para a Conquistadora, gritou para o povo:
- Vocês não têm dignidade, nem direitos?... O direito de viver, de se libertar do mal?
Silêncio total.
- Acho que eles não ouvem a sua voz._ disse com mais sarcasmo a Conquistadora.
A garota, novamente a encarando, disse:
- Eu não sou a única. E você não pode quebrar nossos espíritos.
A Conquistadora chegou tão perto que a garota, para manter o olhar, quase se dobrou pra trás, tamanha a diferença de altura entre as duas. Ela disse:
- A cura para o espírito é o medo. E você servirá de exemplo. Coloquem ela na cruz.
Dois soldados agarram a garota e a amarram numa cruz ali mesmo.
E, antes de subir os degraus que a levariam à suntuosa cadeira, a Conquistadora ordena:
- Quebre as pernas dela.
- Sua covarde! Diz que odeia os romanos e faz a mesma coisa que eles fazem.
Há muito tempo ninguém a enfrentava dessa maneira. E a reação dessa jovem, de alguma forma, mexeu com ela.
- Insolente! Ninguém fala assim com a Conquistadora. Vou te ensinar a ter respeito._ dizendo isso, o chefe dos faz sinal pro soldado arremessar o martelo nas pernas dela.
A garota, apavorada, fecha os olhos.
Antes de o martelo alcançar seu objetivo, o chakram o atinge, derrubando-o.
A garota abriu os olhos, espantada viu o martelo quebrado no chão, e o chakram voltando pra mão da Conquistadora.
- Resolvi te dar uma outra lição. Tire-a daí e leve-a pro meu gabinete.
E ordenou a seguir:
- Os que foram soldados de Mezentius, crucifiquem. E os homens e mulheres que eram escravos, continuam escravos.
A garota ouviu a ordem.
Como a Conquistadora havia mandado, ela foi levada até o gabinete daquele Palácio, numa sala suntuosa, onde havia uma enorme mesa e por trás dela uma luxuosíssima cadeira.
Os soldados a colocaram ajoelhada defronte à mesa.
O coração da garota estava acelerado. Quando ela havia pensado que seria o fim da sua vida, de repente encontrava-se ali ajoelhada, à espera de uma outra sentença, talvez pior do que a própria morte.
Instantes depois ela chegou. Olhou-a. Foi pra trás da mesa e sentou-se naquela cadeira. Ordenou que os soldados a levantassem. O que foi um alívio para a garota, que já não estava mais se agüentando em ficar naquela posição. Tornou a olhar pra garota por uns instantes, depois pegou um pergaminho, uma pena e começou a escrever.
A garota, ainda sentindo o coração disparado, estava ansiosa e apavorada pra saber qual seria sua sentença. Mas a Conquistadora parecia não ter pressa em se pronunciar sobre isso, continuava a escrever, às vezes parando pra ler o que tinha escrito e depois voltando a escrever novamente, bem calma.
A garota não conseguiu ter noção do tempo que ficou ali parada à espera. Teve vontade de gritar, mas teve medo, e também não queria mostrar para aquela mulher o quão estava desesperada.
- Muito bem._ disse a Conquistadora. E, enrolando o pergaminho, dirigindo-se a um dos soldados: Soldado, leve essa ordem ao Comandante.
Depois se dirigiu ao outro soldado, falando:
- Você pode ir, mas antes me chame as amas.
A Conquistadora deu a volta por trás da mesa, parando em frente a esta e a garota. Olhou-a de cima a baixo.
- Vire-se._ ordenou.
A garota ficou imóvel, desta vez não por desobediência e, sim, por não ter entendido bem a ordem dela. Na verdade, sentia-se muito fraca.
- Mandei se virar. Será que você só obedece no chicote?
A garota achou melhor não contrariá-la naquele momento. Foi se virando devagar, até ficar totalmente de costas para ela. Seus pensamentos eram os mais desencontrados possíveis, pois não conseguia imaginar o que ela estaria fazendo ou arquitetando com isso.
Um longo tempo depois veio à ordem para que ela se virasse novamente. Só que, desta vez, ela se virou rapidamente, encontrando no rosto da Conquistadora um risinho malicioso.
- Tome cuidado com o que vai falar daqui pra frente. Saiba que eu posso mandar queimar ou cortar a sua língua. Mas tenho um destino melhor pra você. E vai depender de você. Um passo em falso e será entregue aos gladiadores. Já pensou o que eles vão fazer com uma garota tão novinha e bonita como você, totalmente à disposição deles?
A garota sentiu horror em pensar que poderia ser entregue àqueles homens selvagens. Esse medo a fazia ter forças pra agüentar qualquer humilhação que viesse.
Nesse instante as amas adentraram na sala. Ela as observou, eram três mulheres fortes, quase gordas, que pareciam ter uma certa intimidade com a Conquistadora, pois não fizeram a reverência.
- Quero que vocês a levem, dêem um banho, coloquem roupas limpas e a alimentem. Não, não lhe dêem comida. A tragam, depois de pronta, aos meus aposentos. Ah, e se ela não quiser obedecer, podem bater. E joguem fora esses trapos que ela está vestindo.
As três mulheres levaram a garota. E foram dando conselhos para ela, dizendo "Se não quiser sofrer é melhor obedecer às ordens da Conquistadora", "Não é qualquer um que ela traz pra dentro do Palácio", "Se eu fosse você tratava de me comportar". E foram muitos sermões até chegar à sala de banho. Lá perguntaram o nome dela.
- Gabrielle._ respondeu, olhando para a enorme banheira de pedra.
Enquanto uma desamarrava os seus cabelos, a outra a despia, e a terceira enchia a banheira. E antes que entrasse na banheira, elas despejaram um balde de água em seu corpo, e nos pés. Gabrielle ficou quieta, olhando, deixou que as mulheres lhe dessem banho. Só em determinadas partes, que ela mesma fez questão de lavar. Gabrielle não conseguiu se lembrar da última vez que tomara um banho assim, pra dizer a verdade, nunca. Pois em sua casa, em Poteidaia, não tinha esse luxo e esses sais...
Enquanto duas a enxugavam, a outra, que havia saído, voltou trazendo uma túnica azul celeste, que Gabrielle viu, mas não acreditou que fosse para ela. Enrolada, ela ficou sentada num banco, olhando-a, enquanto uma das mulheres penteava os seus cabelos. Por um momento esqueceu de tudo, do que era, onde estava... aquele azul a invadia. Se alguma daquelas mulheres olhasse para os seus olhos verdes, veria que tinham sido invadidos por aquele azul. De repente viu-o vindo em sua direção. Foi aí, então, que despertou.
A mulher que havia acabado de lhe pentear, a pôs de pé e a despiu. A outra lhe colocou a túnica. Era macia, maravilhosa. Gabrielle nunca tinha sentido nada igual sobre a pele. passou as mãos por cima do tecido, acariciando-o.
- Muito bonito, não é mesmo?_ disse uma das mulheres.
- Aposto que nunca teve nada igual._ disse a outra.
- Ela realmente tem muito bom gosto._ completou a outra.
- Ela?!_ balbuciou Gabrielle.
- Sim, ela, a Conquistadora. Agora, vamos leva-la até ela.
Colocaram chinelos confortáveis em seus pés, e antes de sair, uma das mulheres avisou:
- Vamos providenciar umas calças para você, pois, as que temos aqui com certeza são muitos grandes._ disse mostrando a largura dos seus próprios quadris.
As outras riram, mas todas perceberam que a garota estava tensa.
Levaram-na aos aposentos da Conquistadora. A voz dela mandou-as entrar, no entanto, ela não estava à vista. Enquanto elas ficaram em pé esperando-a, Gabrielle olhou bem o aposento. Nunca tinha visto nada igual. Tudo ali era luxo, riqueza e bom gosto. Havia uma mesa retangular, não muito comprida, perto da janela, com duas cadeiras confortáveis. Almofadas de diversos tamanhos espalhadas pelo chão e pelos cantos. Reparou também numa arca enorme perto da porta. No imenso espelho comprido quase ao lado da cama, e um tapete lindíssimo ladeando a cama, que era imensa e parecia muito confortável. Ao lado da cama estava ela, que havia saído de um outro aposento do próprio quarto.
- Bom trabalho. Podem ir.
As três mulheres saíram sorrindo.
Ela se aproximou de Gabrielle, olhando-a de novo daquela maneira, de cima a baixo e de baixo à cima, desconcertando-a.
- Sabia que ficaria lindo em você. Perfeito.
Parou tão próxima a ela, que Gabrielle pôde sentir o perfume que exalava do corpo dela: eram sais aromáticos que lhe encheram não só as narinas, como também os sentidos. Era inebriante o cheiro. Despertou desse entorpecimento quando sentiu os dedos dela no seu cabelo e de imediato aqueles magníficos olhos azuis à sua frente. Encarou-a.
A Conquistadora suspendeu uma das sobrancelhas.
Gabrielle, com a cabeça erguida, quase dobrada pra trás, porque ela era realmente muito alta, continuou encarando-a.
Com a sobrancelha ainda mais levantada, sinal de irritação, ordenou:
- Abaixe o olhar.
Gabrielle manteve-o firme. Em seguida recebeu uma bofetada e um puxão no decote da túnica pela mão firme da Conquistadora, que lhe disse faca à face:
- Quando eu ordeno é para obedecer, escrava.
Gabrielle ia passar a mão no lado da face esbofeteada, mas a Conquistadora a impediu e ela mesma acariciou a sua face dizendo:
- Não me faça mais bater em você, não gostaria de machucar esse seu rosto de menina.
Depois se afastou e foi até a mesa ao lado. Sentou-se e ordenou que Gabrielle a servisse.
Autor(a): MahSmith
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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bibi45 Postado em 17/01/2015 - 22:44:46
continua logo pfv
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flavianaperroni Postado em 17/01/2015 - 16:17:50
Posta mais Mah eu estou gostando da Web hahaha parece que só eu e vc samos fans da Xena e da Gaby
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flavianaperroni Postado em 11/01/2015 - 16:47:53
Ei posta mais