Fanfics Brasil - A Escrava e a Conquistadora - 03 A Escrava e a Conquistadora - XENA

Fanfic: A Escrava e a Conquistadora - XENA | Tema: Xena, Gabrielle


Capítulo: A Escrava e a Conquistadora - 03

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Acordou com o reflexo do sol em seu rosto, levantou e percebeu que a porta do seu quarto estava fechada. Pra dizer a verdade, nem sabia ao certo onde era a abertura, assim, parecia uma simples parede de pedras. Ficou na dúvida se ela já tinha se levantado ou se à noite ela havia fechado a porta. De qualquer maneira, ela irá chamá-la.

Lavou o rosto e a boca. Depois sentou no chão de frente pro baú e o abriu. Escolheu uma saia verde-musgo e uma blusa rosa pálida. Arrumou a túnica azul num canto do baú e ajeitou o pano de banho que estava estendido na cadeira. A porta se abriu e a ouviu chamar:

- Escrava!

Sentiu-se irritada com aquele tratamento, afinal ela tinha nome. Chegou na porta e a viu sentada à mesa.

- Venha me servir.

A mesa fora posta, com certeza, pelas três amas.

Gabrielle se aproximou.

- Primeiro, me sirva o leite.

Gabrielle pegou a jarra e encheu o copo dela de leite. Depois a mando dela, o pão cortado em pedaços e lambuzados em geléia. Fez tudo sem olha-la. Queria evitar olha-la nos olhos. Ainda sentia raiva e, principalmente, vergonha. Mas a Conquistadora em nenhum momento lhe dirigiu o olhar. Fez o desjejum rapidamente.

- Venha me vestir.

Gabrielle viu em cima da cama as roupas que ela mostrou. Pegou a calça comprida indicada por ela. Quando se virou, viu-a de novo somente com aquela calça cavada e o roupão no chão.

- Vamos, o que está esperando..._ reclamou com aquele risinho malicioso.

Gabrielle ajudou-a a vestir a calça marrom e um colete de couro preto, cheio de botões e ornamentos de metal, que mais parecia uma armadura. Colocou em cada braço as braçadeiras e as munhequeiras longas de couro preto. A Conquistadora sentou-se na cama para que ela lhe calçasse as botas.

Nesse momento alguém bate a porta. Ela manda entrar. Assim que o vê pergunta:

- O que é Krykus?
- Xena, se não sairmos agora a sua estratégia não vai dar certo.

"Xena... então o nome dela é Xena"._ pensou Gabrielle que acabara de amarrar a última bota.

- Pegue a minha espada e o chakram.

Gabrielle olhou pra cima da pequena mesa do lado da cama e pegou a espada com a bainha e a argola, que agora ela sabia que se chamava chakram.

Quando estava arrumando nas costas da Conquistadora a bainha com a espada, Krykus disse pra Xena, examinando Gabrielle com os olhos:

- Quando você se cansar dela, mande-a pra mim.

A Conquistadora arrumou o chakram na cintura e antes de colocar um adorno, uma espécie de touca de pano marrom com pedras preciosas e botões de metais na cabeça, disse:

- Prepare a tropa que eu estou indo.

Nem bem Krykus se retirou, ela lançou um olhar severo que fez Gabrielle gelar. Depois disse:

- Vá comer. Escolha o que quiser que estiver na mesa. E só vista a túnica azul quando eu mandar.

Depois tirou a chave do lado de dentro da porta e fechou-a, trancando.

Gabrielle, ainda parada no mesmo lugar, diz pra si mesma:

- Ela saiu e me trancou... Aonde será que ela vai?

Correu até a sala de banho da Conquistadora, a janela lá era maior e mais baixa. Com cuidado, num cantinho, consegui vê-la saindo à frente da tropa. Talvez tivesse uns cinqüenta ou mais soldados com ela, calculou Gabrielle.

- É sinal que vai demorar. Vou ter tempo pra pensar como fugir daqui... Pelos deuses!... Quanto tempo eu vou ficar aqui presa? Ela levou a chave.

Sentou-se à mesa e, enquanto comia, lembrou-se de quando estava na cela, o quanto ela e as outras presas tinham que implorar pra comer quando Mezentius viajava. Os guardas, com raiva por não poder toca-las, simplesmente as ignoravam. E a cozinheira só podia levar comida uma vez por dia, quando deixavam.

- É melhor comer só um pouquinho. Se a comida acabar, ninguém vai ouvir os apelos de uma escrava, ainda mais trancada.

Depois andou de um lado pro outro sem saber o que fazer. Viu do lado do imenso baú de roupas da Conquistadora, um balde de couro com uns rolos de pergaminhos dentro. Não resistiu. Sentou num almofadão ao lado e pegou um dos pergaminhos_ estava em branco. Pegou outro, outro, outro... todos em branco. No cantinho havia um menor, do mesmo tamanho do balde, por isso quase não o viu e nele estava escrito até a metade. Percebeu que eram relatos. Leu:

"Hoje matei Cortese, o assassino do meu amado irmão Lyseus".
"Alti previu que eu vou ser a Destruidora de Nações".
"Matei Cyane, a Rainha das Amazonas, a pedido de Alti".
"Conheci César. Fui traída por ele. Mandou quebrar minhas pernas. Vou matá-lo".
"M`yla me ensinou os pontos de compressão e deu a vida por mim".
"Conheci uma mulher maravilhosa, Lao Ma, uma chinesa. Ela curou as minhas pernas".
"Livrei Amphipolis das garras de Mezentius".
"Hoje eu sou a Conquistadora, a Destruidora de Nações. A profecia de Alti se cumpriu".

Gabrielle tornou a ler, depois o enrolou direitinho e colocou no mesmo lugar. Ficou pensando no que lera.

Mais tarde, quando ela estava pensando numa maneira de fugir dali, como fez quando ainda era escrava de Mezentius em Amphipolis, isso devido a Xena ter invadido com seu exército o Palácio, facilitando a sua fuga. Por isso, a melhor maneira de fugir seria quando a Conquistadora não estivesse por perto, estivesse viajando.

De repente escuta o barulho do trinco e a porta se abre. Olha assustada. Mas logo a seguir fica aliviada, eram as três amas.

- Como está menina?_ perguntou uma delas.
- Da maneira que uma escrava pode estar.
- Não diga isso._ disse a mesma mulher e acrescenta: Se todas as escravas fossem tratadas assim...
- Pois sou tão escrava quanto aquela que vive debaixo de chibata. Porque não somos donas do nosso próprio destino.
- Nós também somos escravas.

Gabrielle arregalou os olhos.

- Mas ela não nos trata assim. Temos tudo que queremos. E só a nós que ela confia a chave dos seus aposentos. Mandou que cuidássemos de você.

Gabrielle ficou muda.

- Veja só! Nós esquecemos de tirar a mesa de manhã._ reparou a outra ama.
- Trouxemos o seu almoço._ disse a terceira colocando a bandeja em cima da mesa.
- Ela disse que você pode fazer as refeições aqui. E se quiser pode usar a sala de banho dela. Viu como você tem tratamento especial?

Gabrielle, meio sem jeito, sentou-se à mesa e perguntou:

- Ainda não sei o nome de vocês.
- O meu nome é Philana. E elas são Jana e Alana._ disse a ama que a pouco a havia chamado de menina.

E antes de saírem com a comida servida pela manhã, Philana avisou:

- Ela não quer que você lave roupa. Nós pegaremos as roupas sujas. E que era pra você usar a loção de lanolina nas mãos. Está no armário da sala de banho.

E pegando-lhe nas mãos, diz:

- Ela tem razão, você tem as palmas das mãos muito ásperas.

Saíram e trancaram a porta.

Gabrielle ficou por uns instantes imóvel, depois, olhando para as próprias mãos, confere que elas tinham razão, diz:

- O que ela queria? Uma escrava com mãos de seda.



Dias se passaram e Gabrielle não havia pensado num meio seguro de fuga, pois não conhecia o Palácio ainda.

Num final de tarde, após ter tomado banho, pega do balde de couro um pergaminho e na mesa, a pena e a tinta. Vai até a mesa grande e começa a escrever. Depois que acaba, enrola o pergaminho. Coloca a pena e a tinta no mesmo lugar. Vai até o seu quarto e esconde o pergaminho embaixo do colchão na cabeceira da cama.

Lembra que esquecera algo na sala de banho da Conquistadora, vai até lá e vê sua calça na beira daquela imensa tina. Abriu a torneira e começou a lavar. Pelo barulho que veio lá de fora, ela imaginou que eram os soldados no pátio fazendo jogos, como faziam todo fim de tarde. Mesmo presa naqueles aposentos, Gabrielle já tinha noção de alguns movimentos daquele Palácio.

Quando estava torcendo a calça pra pendurar, uma voz a fez estremecer.

- O que é que você está fazendo?

Era a Conquistadora.

- Estava lavando a minha calça... senhora._ conseguiu balbuciar.
- Não quero que lave roupa, as amas não a avisaram?
- Sim, mas é apenas uma calça... senhora.
- Deixe-me ver as suas mãos.

Gabrielle se aproximou. Enxugou na própria saia a mão direita e a estendeu à Conquistadora, enquanto que, com a esquerda, segurava a calça molhada.

Após examinar a mão dela, devido à proximidade sente o cheiro de frescor que exala do corpo dela.

- Acabou de tomar banho agora?
- As amas disseram...
- Sei._ a interrompeu e acrescentou: Dei ordem pra você usar isso aqui. Preciso de um banho. Prepare.

Gabrielle colocou a calça lavada em cima da pia e começou a encher a tina, enquanto ela foi para o quarto.

Quando Gabrielle tinha acabado de colocar os sais, ela entra perguntando:

- Está pronto?

Gabrielle virou-se pra responder, mas a voz não saiu diante da nudez da outra, apenas balançou a cabeça.

A Conquistadora entrou na tina. Gabrielle quis se afastar.

- Com licença...
- Fique.

Gabrielle obedeceu. Ficou parada, desnorteada, sem saber o que fazer. Viu-a lavar o rosto, o pescoço, os braços, as axilas e os peitos... Desviou o olhar.

- Lave as minhas costas._ disse estendendo a esponja pra ela.

Gabrielle se aproximou e esfregou delicadamente as costas dela.

- Esfregue bem, passei todos esses dias sem tomar um banho.

Gabrielle obedeceu.

- Agora os meus cabelos.

Gabrielle espumou o sabão e passou-o naqueles cabelos negros como a noite e tão comprido como a dona. Após terminar de lavar os cabelos, a Conquistadora ordenou:

- Pegue na arca uma calça e um roupão.

Gabrielle se retirou enquanto ela acabava de se lavar.

Quando Gabrielle voltou, ela já estava se enxugando. Novamente, completamente nua a sua frente. Virou-se de costas para que Gabrielle lhe colocasse o roupão. Depois, pegando a calça da mão dela, colocou-a no bolso do roupão. E vendo que Gabrielle ia até a tina perguntou:

- O que você pretende fazer?
- Vou esvaziar a tina... senhora.

Mas a Conquistadora a puxa pelo braço, levando-a para o seu aposento. O coração de Gabrielle disparou, pois viu o olhar flamejante dela e a maneira com que apertava o seu braço.

Chegando no quarto, ela sentou-se na beira da cama e disse:

- Escove meu cabelo.

Gabrielle pegou a escova em cima de uma mesinha, onde, ao lado, tinha um enorme espelho que ia até o chão. Começou a escovar os cabelos dela. Quando estava de frente, penteando a franja, a Conquistadora desatou o laço de sua blusa. Depois, abraçando-a pela cintura, desabotoou a saia por trás. E num instante a saia estava caída aos seus pés e sua blusa sendo puxada pra cima.

Lá ia acontecer de novo. Gabrielle lembrou do seu propósito de manter-se fria.

Quando a Conquistadora a deitou, elas já estavam nuas. Ficou toda esticada, completamente rígida. A Conquistadora debruçou sobre ela e, mansamente, beijou sua têmpora direita. Depois esfregando a boca pela sobrancelha, beijou-lhe a fronte. A seguir, esfregou os lábios na outra sobrancelha, beijando-lhe a têmpora. Desceu os lábios roçando e dando pequenos beijos pela mandíbula esquerda parando no queixo e mordiscando-o de leve. Depois o mesmo no outro lado, fechando o círculo.

Novamente, beijou-a entre os olhos. Descendo com a boca até a ponta do nariz, onde fez uma leve compressão com os dentes. Beijou entre o nariz e a boca. Depois rodeou a boca, nos contornos dos lábios, com beijos. E mais beijos no pescoço. Beijos com a boca aberta. O coração de Gabrielle parecia que ia sair pela boca. A Conquistadora foi descendo, do pescoço ao meio dos seus seios, com esses beijos especiais. Levantou os seus braços e os colocou estendidos no alto da cabeça, beijando-os pela parte de dentro e mordiscando as axilas. Voltou ao meio dos seios, passou a língua. Foi descendo com a boca aberta. Rodeou o umbigo com mais beijos e passou levemente a ponta da língua bem no meio dele. Gabrielle agarrou o lençol com as duas mãos, não queria sentir o que estava sentindo.

Depois, a Conquistadora foi descendo lentamente com a boca aberta em beijos demorados. Sem que Gabrielle pudesse se conter, ela a preparou. Desta vez ela fez de outro jeito, deixando-a atônita. E num beijo estranho e diferente, Gabrielle não resistiu e se entregou.

Gabrielle não conseguiu conter suas próprias mãos que afagavam os cabelos da Conquistadora. Deveria empurrá-la, mas ela a queria ali. E o tempo parecia ter parado. Ela já estava exausta, suas pernas não se agüentavam mais, dobradas; suas mãos apertavam os ombros da Conquistadora. A voz, pelo menos, conseguiu segurar, pois não saberia o que dela sairia, um apelo para que parasse ou que continuasse. Ela já havia passado do seu limite, sentia que estava completamente esgotada. Gabrielle pensou que fosse morrer de tanto gozar. Um último espasmo e ela parou. Mesmo de olhos fechados, Gabrielle percebeu que ela a estava olhando. Descerrou os olhos só um pouquinho e viu aquele olhar azul ainda cheio de desejo se aproximando. Fechou os olhos. Sentiu um beijo ardente subindo do pescoço até atrás da orelha esquerda. Depois na outra orelha. E, finalmente, na boca. Um beijo que parecia não terminar nunca. Gabrielle não correspondia, até que as mãos da Conquistadora começaram a acariciar os seus cabelos, principalmente perto do pescoço, onde os dedos dela percorreram em carícias nunca antes sentida. Então, ela participou do beijo, colocando sua língua na boca da Conquistadora e sugando a dela também. Seria um momento de entrega se, de repente, não tivesse recobrado a consciência e parasse. Sentiu vergonha por não conter o seu desejo. Sim, era desejo. Algo nunca sentido por ela antes.

Bateram à porta insistentemente. A Conquistadora levantou a cabeça, se afastou um pouco de Gabrielle e gritou:

- O que é?
- Xena, sou eu. Abra, tenho uma mensagem importante pra você.

Ela resmungou algo incompreensível. Levantou-se da cama. Pegou o roupão e ordena pra Gabrielle:

- Vá pro seu quarto e feche a porta.

Gabrielle obedeceu.

Ela esperou Gabrielle fechar a porta e abriu a porta para Krykus, sem deixá-lo entrar. Diz:

- Espero que seja realmente importante.
- Posso entrar?
- Entre.

Krykus deu uma olhada pelo aposento e diz:

- Ah, você está sozinha...
- Estava na cama. Cadê a mensagem?
- Aqui. Leia.

Xena pegou a mensagem da mão dele, leu e disse:

- Mas isso é um convite de reunião dos Senhores da Guerra!
- Que irão se encontrar em Esparta. Se sairmos amanhã...
- Chegaremos a tempo de acabar com a festa deles. Prepare uma tropa de homens descansados. Partiremos assim que o dia clarear.
- Certo. Vou agora mesmo. Ah, e aquela sua escrava lourinha?
- O que tem ela?_ perguntou Xena bem séria.
- Pensei que estivesse aqui com você.
- Está no lugar dela e isso não lhe diz respeito.

Gabrielle que havia deixado uma fresta pra poder ouvir o que se passava, fechou a porta com cuidado e deitou-se na cama, já vestida com a roupa de dormir.Olhou pra parede, nela estava refletida uma luz, talvez da lua ou mesmo de alguma tocha. Falou baixinho com os olhos fixos na luz:

- Mas o que é isso afinal?... Não consigo entender. Será que eu perdi a vergonha, esqueci o que é ter vergonha na cara... Será que eu estou aceitando essa condição de escrava, as humilhações... Pelos deuses, basta ela me tocar daquela maneira e eu não mais me governo... O que está acontecendo comigo?... Será mesmo que cansei de lutar pela minha liberdade?... Preciso ser forte pra fugir e procurar pela minha família.

Virou de lado, ficando de frente pra porta. Ficou esperando a Conquistadora entrar, mas o tempo foi passando e ela acabou adormecendo.

Quando acordou, o estômago avisou que ela não havia jantado. Tinha acabado de lavar o rosto quando as duas amas abriram a porta do quarto.

- Bom dia._ disseram as duas.

Gabrielle cumprimentou-as já sentando à mesa.

- Deve estar com fome, não é mesmo?_ disse Philana.
- Muita.
- É, você dormiu sem jantar.
- E ela... jantou?
- Claro. Ela tem fome de leão.

Gabrielle ficou de olhos baixos. Perguntou:

- Ela saiu muito cedo, não é mesmo?
- Você não a viu sair?_ respondeu, perguntando, Philana.
- Não, a porta estava fechada.
- Pensei que ela tivesse falado com você.
- Ela não conversa comigo.
- Bem, e por que você não tenta conversar com ela? Foi assim que nós fizemos. Tenta.
- Não posso. Sou uma escrava, como ela faz sempre questão de lembrar.
- Besteira. Vá com jeito que você consegue tudo dela.
- É. Ela até já trouxe você para os aposentos dela._ disse Alana que até então só ouvia.
- E ela não costuma trazer seus escravos pra cá?_ perguntou Gabrielle um pouco surpresa.
- Já trouxe sim._ respondeu Alana.
- É, mas ninguém pra ficar aqui ao lado dela. Ela nunca mostrou esse quartinho pra ninguém._ disse Philana.
- Viu como você é especial?_ completou Alana.

Gabrielle corou. Será que elas sabiam? pensou. Claro que sabiam.

E saíram, após recolher a caneca e o prato.

Mais tarde voltaram com o almoço. Gabrielle estava sentada à mesa, almoçando nos aposentos da Conquistadora, e, aproveitando pra pôr em prática o seu plano de fuga, perguntou:

- Não seria mais prático eu fazer as refeições na cozinha?
- Ela mandou trazer suas refeições para cá._ respondeu Alana.
- Sabe o que é, eu fico aqui sem fazer nada. Não posso sequer lavar minha roupa...
- Ela não quer que estrague as mãos._ ainda Alana.
- Mas ficando trancada aqui, comendo sem fazer nada, vou acabar engordando. Gostaria de ocupar o meu tempo com alguma coisa.
- O que você fazia antes de vir para cá?_ perguntou Philana.
- Antes de ser escrava, vivia com a minha família, cuidava da casa, ajudava minha mãe nos trabalhos domésticos..._ parou de falar, estava com a voz embargada, engoliu o choro.
- E quando virou escrava fazia o quê?

Gabrielle bebeu um pouco d`água e responde:

- Um Senhor da Guerra me comprou pra ser sua escrava pessoal. Eu fazia de tudo, cozinhava, servia a mesa e, quando o maldito estava à noite, em casa...
- Ele abusava de você. Como todos os senhores de escravos fazem.
- Quantos donos você teve?_ perguntou Alana que estava calada.
- Só esse. Agora... ela.
- Então, você era virgem quando foi vendida?
- Sim. Era noiva, ia me casar.
- Que história triste, pobre menina._ ainda Alana.
- Conosco foi diferente, já nascemos escravas. Talvez até somos parentes, irmãs... porque a gente se parece. E os nossos nomes também. Mas como tivemos tantos donos... nunca saberemos._ disse Philana.
- Ainda bem que Xena tomou Messenia e manteve a gente junta como escravas pessoais dela. E todo lugar que ela vai leva a gente. Agora estamos aqui neste Palácio, em Corinto._ contou Alana.
- O melhor que ela já conquistou._ disse Philana.
- É, acho que ela gosta daqui.

Gabrielle acabou de comer, levantando, disse:

- Gostaria de pegar um pouquinho de sol. Já tem bastante tempo que eu não vejo um jardim... que eu possa pegar as flores e aspirar seus perfumes... tocar numa árvore... correr pela grama... deitar de frente no gramado e olhar as nuvens no céu desenhando objetos... Sabe, eu fazia isso em Poteidaia, às vezes com a minha irmã caçula Lila, a gente ficava conversando até quase escurecer.

Parou de falar e foi para o seu quarto, ficara triste.



Três dias se passaram.

Numa tarde, quando estava escrevendo no seu pergaminho, escutou gritaria lá fora. Rapidamente guardou o pergaminho, a pena e a tinta. E foi até a janela do banheiro espiar o que estava acontecendo.

Era a Conquistadora que voltara, estava bebendo e sendo homenageada pelos soldados. Ela estava rindo, parecia orgulhosa do que conseguira. Gabrielle notou que ela se destacava no meio daqueles homens todos, não só pela vestimenta diferente, mas pelo respeito e admiração que todos tinham por ela. E ela sorria como Gabrielle nunca tinha visto, até o momento em que ela levantou a cabeça e a viu olhando entre as grades. Fechou o semblante de tal maneira que Gabrielle saiu rapidamente e ficou preocupada de qual seria a reação dela.

Instantes depois a porta se abriu e ela avançou em direção a Gabrielle quase gritando:

- O que é que você estava fazendo na janela? Eu disse que não queria que chegasse nas janelas. O que é que você está querendo escrava, quer apanhar?

Gabrielle, que estava confusa em meio às perguntas, balbuciou:

- Eu só queria ver...
- Queria ver o quê, hein?_ perguntou segurando-a pelos braços.
- Escutei o barulho lá fora... queria ver o que estava acontecendo... senhora..._ explicou Gabrielle sentindo dores nos braços.
- Ah, quer dizer então que costuma ficar espiando pela janela... Vendo o quê? Os soldados jogando?... Não quero saber de você flertando com os meus soldados.
- Mas... eu... não estava... flertando... senhora..._ respondeu quase gemendo.

A proximidade e a voz de Gabrielle a excitou e ela a agarrou. Apertou-a em seus braços, procurou seus lábios. Gabrielle a repeliu. Ela tentou de novo quase a machucando. Gabrielle virou o rosto dizendo:

- Me deixa!
- Como é que é?!..._ disse a Conquistadora surpresa com a atitude dela.
- Por favor, não quero..._ implorou Gabrielle.
- Você não quer?!... Acho que você ainda não entendeu. Você é minha escrava e eu posso fazer tudo que quiser com você. Você não tem querer.
- Tenho sim!_ respondeu Gabrielle descontrolada, e acrescenta: Eu não nasci escrava. Fui roubada e vendida. Eu tenho direitos...

Não terminou a frase, pois a Conquistadora atirou-a na cama e bateu nela com as próprias mãos. Teve o cuidado de não bater no rosto. Enquanto apanhava, Gabrielle a chamou de covarde, e era a segunda vez que ela a chamava assim. Parou.

- Levante-se. Vá pro seu quarto.

Gabrielle, banhada em lágrimas, se levantou. Mas foi agarrada pelo pulso.

- E da próxima vez que eu lhe quiser, não recuse. Vá!

Gabrielle correu pro seu quarto.

Quando as duas amas entraram, a viram sentada no chão ao lado da cama. Parecia uma criança chorando, toda encolhida.

- Vem cá, minha menina._ disse Philana levantando-a com cuidado.

Tiraram-lhe a blusa e a colocaram deitada na cama. Philana diz:

- Vou passar esse ungüento nos seus braços e nas costas, principalmente onde está vermelho. Você vai ver como amanhã não vai ficar nenhuma marca.
- A marca... que está... aqui... dentro... não vai nunca... se apagar._ disse Gabrielle ainda soluçando.

Jana, a ama mais calada, estava penalizada, deu um copo de água pra Gabrielle. Perguntou:

- O que você fez pra ela te bater?

Gabrielle, depois de ter tomado o copo d`água e ter vestido a roupa de dormir, responde mais calma:

- Eu não tinha feito nada de errado... Apenas escutei o barulho lá fora e fui espiar da janela. Ela não deixou que eu explicasse direito, estava me machucando e quando tentou... eu não quis. Por isso ela me bateu.
- Minha menina, você precisa aceitar que você é uma escrava. Senão você vai sofrer muito mais._ avisou Philana.

No dia seguinte, as amas a avisaram que a Conquistadora havia saído e que só voltaria em três dias, porque fora a uma festa. Desta vez Gabrielle não fizera nenhuma pergunta, o que deixou Philana espantada, a ama com quem ela mais conversava.



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Autor(a): MahSmith

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 3



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  • bibi45 Postado em 17/01/2015 - 22:44:46

    continua logo pfv

  • flavianaperroni Postado em 17/01/2015 - 16:17:50

    Posta mais Mah eu estou gostando da Web hahaha parece que só eu e vc samos fans da Xena e da Gaby

  • flavianaperroni Postado em 11/01/2015 - 16:47:53

    Ei posta mais


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