Fanfic: Unidos pelo destino Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: Ponny romance

O céu azul estava salpicado de nuvens brancas como algo­dão, e a brisa suave continha um cheio de lavanda e rosas. Não havia lugar mais bonito que a casa de Erin na primavera — ex­ceto aquele oásis no meio do deserto, onde as palmeiras davam abrigo ao sol inclemente e a piscina cristalina brilhava sob o céu sem qualquer ponta de nuvem.

Já estava em casa há um mês — ainda que a Inglaterra não fosse mais a mesma sem a presença de Kazim. A lembrança de seus grandes olhos castanhos e seu sorriso límpido causa­va uma dor profunda em seu peito, e ela mordeu fortemente os lábios, sentindo o gosto de sangue e limpando as lágrimas que rolavam por seu rosto. Não poderia passar o resto da vida chorando. De alguma forma, deveria encontrar um meio de seguir vivendo, juntando os caquinhos de sua vida, ou mesmo construindo uma vida nova, longe daquela casa e de tantas me­mórias. Mas desde que deixara Qubbah uma falta de vontade tomou conta dela, e já não era capaz de planejar nada quando as duas únicas pessoas que amava estavam tão longe, do outro lado do mundo.

Será que Kazim sentia falta dela? Anahí não podia parar de pensar que o menino poderia estar muito triste, chorando por ela. Mas estava rodeado de pessoas que o amavam: Alfonso e o rei, Bisma e todos os integrantes da família real. E era jovem. Logo a esqueceria. Deixá-lo foi como se alguém tivesse cortado o coração de Anahí, mas ela queria o melhor para ele, que pertencia a Qubbah — ao contrário dela, que não pertencia àquele lugar.

Escutara Alfonso gritar seu nome após sair da sala de banque­tes, mas a raiva na voz dele confirmava sua crença de que o ca­samento acabara, e ela não olhou para trás. Alfonso era uma pessoa muito orgulhosa, e teria ficado humilhado ao saber a verdade diante de todas aquelas pessoas importantes ali reunidas.

Seu assistente pessoal, Omram, estava rondando o corredor e não disfarçou a felicidade quando Anahí anunciou que partiria imediatamente.

— Vou dizer ao piloto do helicóptero do príncipe Alfonso que a leve ao aeroporto internacional. Você já tem uma reserva em um voo para a Inglaterra — murmurou, quando ela voltou, com os olhos vermelhos, do quarto de Kazim, onde se debruçou so­bre seu berço dizendo que nunca o esqueceria, que sempre o amaria.

— Já tenho reserva? — perguntou. — Você sabia de tudo o que Maite diria esta noite?

— Ela é minha prima — explicou Omram, frio. — Maite foi humilhada mais de uma vez pelos filhos do rei. O mínimo que o príncipe Alfonso poderia fazer seria divorciar-se de você e casar-se com ela.

Talvez Alfonso já tivesse a papelada do divórcio em andamen­to, pensou Anahí, enquanto seguia seu caminho pelos jardins do palácio.

Já tinham se passado quase duas semanas desde o momento em que ela devolveu o cheque. Ver a letra de Alfonso no envelope encheu-a de um esperança irreal de que a estaria chamando de volta a Qubbah. Mas dentro do envelope encontrou um cheque no mesmo valor que oferecera ao tentar comprar Kazim. Furio­sa, após ter passado uma noite inteira chorando, ela rasgou o cheque e mandou os pedacinhos de volta a Qubbah, com uma nota explicando que deixara Kazim no palácio pois acreditava ser o melhor lugar para ele. Terminou dizendo a Alfonso que o odiava, que ele e Maite se mereciam, e que esperava nunca mais ter de colocar seus olhos nele.

Estava mentindo, claro, e se deu conta ao ver uma borbo­leta. As asas de cor marrom e laranja eram tão bonitas. Kazim adoraria ver aquilo. Chegou a pensar em chamá-lo, mas logo lembrou-se que ele não estava por ali. Alfonso também não. A dor que sentiu foi tão grande que se apoiou na cerca do jardim, cobriu o rosto com os braços e chorou.

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