Fanfic: Unidos pelo destino Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: Ponny romance

A cozinheira pareceu um pouco desconfortável, e Alfonso não demorou em perguntar:

— O que aconteceu no passado de Anahí?

— Nada importante — assegurou Alice, imediamente. — Anahí teve uma infância infeliz, e quando era adolescente chegou a ter uns problemas com a lei. Mas nada grave, eu acho. Não sei muito sobre isso — e parou de falar, arrependida de ter a língua tão solta. — Tudo o que sei é que o sr. Christopher confiou em Anahí — disse, firme, levantando-se e jogando um pedaço de madeira na fogueira. — E ainda que não tenham tido um casamento nor­mal, tinham muito carinho um pelo outro.

De que maneira o casamento de seu irmão não fora normal, ficou imaginando Alfonso, curioso. Queria arrancar mais algu­mas respostas da cozinheira, mas Alice parecia paralisada e, esforçando-se, foi capaz de acalmar sua impaciência. Assim que pudesse, telefonaria para seu secretário pessoal, Omram, e o instruiria a buscar informações sobre o passado de Anahí. Ele crescera em um palácio real onde fofoca e intriga eram corren­tes, mas sabia, por experiência própria, que mesmo os rumores mais vagos contêm algo de verdade. Se a viúva de Christopher tivesse algo a esconder, isso logo seria revelado, pensou.

E voltou sua atenção a Kazim. Desta vez, seu sorriso foi verdadeiro:

— Trouxe um presente para você — disse ao menino, e seu coração pulou quando os olhos de Kazim se levantaram, anima­dos: — É um camelo de brinquedo, como os camelos de verda­de que vivem no deserto. Você gostaria de vir à minha casa no deserto e andar num camelo?

Anahí abriu a porta da biblioteca e viu Kazim olhando para Alfonso, maravilhado. Alfonso estava ajoelhado, e tinha o rosto na mesma altura do rosto de Kazim. Anahí ficou perturbada com a aparência familiar entre aquele homem e o menino. Kazim tinha o mesmo cabelo escuro e sedoso de seu tio. Em sua mente, pas­sou a imagem dos dois andando a camelo, juntos, os braços de Alfonso envolvendo Kazim, enquanto o animal os levava por entre as areias douradas.

A imagem em sua cabeça parecia tão real que ela teve de respirar fundo. Kazim vivia na Inglaterra, com ela, lembrou a si mesma, lutando contra o pânico que a invadira. E voltou-se para Alice, que olhava Alfonso com uma cara deslumbrada que só fez aumentar a raiva de Anahí. Certo, aquele homem pare­cia Lawrence da Arábia, e sua voz já não era rude e fria, mas acolhedora e sensual. Porém, isso não era razão para deixar-se levar por ele.

— Anahí, eu tenho um camelo — disse Kazim, correndo pela biblioteca, mostrando o novo brinquedo a ela. — Vou andar em um... de verdade — disse, de forma enfática, com seus olhos brilhando. — Podemos ir ao deserto agora?                          

Anahí foi capaz de, ao mesmo tempo, sorrir para o menino e encarar Alfonso, que se levantara e mais uma vez dominava o espaço.