Fanfic: Unidos pelo destino Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: Ponny romance

— Olá, trouxe um pouco de chá. Os senhores devem estar congelando. O aquecimento central desta casa é muito antigo.

As sobrancelhas negras fizeram um movimento e Anahí corou ainda mais. O homem era muito parecido com Christopher — mas ela não sentia mais que amizade e afeto ao lado de Christopher. Ne­nhum homem a deixara assim antes, nenhum homem despertara nela esse desejo sexual tão selvagem que corria por suas veias. Sentia-se frágil diante de tanta masculinidade, e percebeu que estava com a boca aberta. Forçando-se a respirar normalmente, dirigiu-se à mesa e ali deixou a bandeja.

— Sou Anahí — sorriu, hesitante, meio que estendendo a mão para que a saudasse, mas perdeu o sorriso ao ver que ele não retribuiria a saudação.

— Sirva o chá e vá. Sua presença não será necessária — dis­se o homem, de forma dura, em tom pesado, antes de voltar a olhar a neve que caía do lado de fora da janela.

Anahí ficou olhando para suas costas rígidas, chocada com ta­manha arrogância. Quem pensava que era? E como ousara falar daquela maneira com ela, como se tratasse de uma criada sem qualquer respeito?

Após o choque, Anahí foi tomada por um surto de raiva. Pas­sara muitos anos de sua juventude sentindo-se uma inútil — até que seus pais adotivos a resgataram de uma vida que seguia em franco declínio e colocaram em sua cabeça que era uma integrante da sociedade como qualquer outra, não uma qualquer. Mas a autoconfiança que ganhou era frágil, e internamente se­guia sendo a mesma menina sem amor, a mesma adolescente rebelde que fora deixada em um orfanato após a última e fatal experiência de sua mãe com heroína.

Mordeu os lábios e segurou o bule, sem saber se deveria sair correndo ou contar ao estranho exatamente o que deveria fazer com aquela droga de chá. Mas antes que pudesse abrir a boca, a porta da biblioteca se abriu, e o homem que conhecera em Lon­dres, quando visitou a cidade com Christopher, entrou no cômodo:

— Olá, Anahí. Um chá, que maravilha — Gordon Straker a saudou de forma entusiasta. Seu pequeno sorriso abriu-se tanto para Anahí quanto para o homem em frente à janela, mas ao ver a neve pesada que caía, ele franziu a testa, olhou o relógio, sen­tou-se e pegou a pilha de documentos que estava na mesa à sua frente. — Sentem-se, os dois, e vamos começar. Podemos? Não vamos demorar muito, o último desejo de Christopher e seu testamen­to são muito diretos.

Alfonso permaneceu de pé, mas seus olhos acompanharam Anahí, que pegou uma cadeira. Voltou a sentir o mesmo vazio e a sensação desconfortável no peito que o assolaram quando ela entrou na biblioteca.

Aquela provavelmente era a mulher mais bonita que já vira, pensou, irritado com a reação involuntária de seu corpo, com o arrepio sexual que sentiu. Seu rosto era perfeitamente simétrico, e ele não parava de olhar para ela, observando cada detalhe de suas bochechas altas, de seus olhos grandes e cinzas, coroados por duas sobrancelhas finas e arcadas, seu nariz pequeno, retilíneo, e sua boca larga, de lábios suaves, carnudos, pedindo para serem beijados.