Fanfic: Unidos pelo destino Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: Ponny romance

Seu temperamento, que vinha se aquecendo desde o momen­to em que Alfonso falou com ela de forma tão áspera ao trazer o chá, pegou fogo de vez. Lembrou-se do olhar que lançou a ela quando entrou na biblioteca pela primeira vez, da forma como seus olhos a desnudavam. Ele talvez considerasse natural levar uma serviçal para a cama, mas não lhe deveria parecer nada na­tural que esta mesma serviçal se casasse com seu irmão, pensou Anahí, furiosa.

Levantou os olhos e foi encarada por Alfonso Herrera. Com seus olhos cinzentos, Anahí parecia querer fu­zilar aquele homem. Mas o indiscutível calor sexual nos olhos escuros de Alfonso enviou uma sensação de frio que percorreu a espinha de Anahí. Quando finalmente conseguiu desviar o olhar, percebeu que estava completamente sem ar.

— Meu irmão viveu longe de nossa família nos últimos seis anos — explicou, friamente.

Anahí não gostou de ouvir a palavra "família". Que família? Christopher jurou que não tinha nenhum parente, e ao que parecia não tinha apenas um irmão, mas também outros familiares. Por que mentira? E se estivesse realmente vivendo longe da família, como o irmão soube de sua morte? Ela ficou ainda mais pertur­bada, perturbação que deu lugar ao medo quando Alfonso disse:

— Eu não sabia de nada, até o momento em que recebi a car­ta que Christopher pediu ao sr. Straker que enviasse após sua morte, dizendo que minha cunhada também morrera seis anos atrás. Christopher não mencionou outro casamento nesta carta — disse, com os olhos fixos em Anahí. —Até duas semanas, eu tampouco sabia que meu irmão tinha um filho... filho que hoje é órfão. — E firmou os olhos negros em Anahí outra vez: — Como única her­deira de Christopher, você é uma mulher muito rica — disse. — Mas não estou interessado nesse dinheiro, e você poderá ficar nesta casa horrorosa, claro — concluiu, dando um olhar de desdém ao redor da biblioteca, onde a lareira acesa pouco podia fazer para esquentar o ambiente.

— Estou interessado apenas em meu sobrinho, Kazim. Ima­gino que tenha sido muito bem-cuidado após a morte de Christopher, certo? — E não deixou que Anahí respondesse, dizendo friamen­te: — Eu vim aqui para levar este menino à terra de seu pai, Qubbah, para que possa ser criado por sua família. Por favor, diga à babá, ou a quem estiver cuidado dele, que gostaria de vê-lo, e peça que todas as suas coisas sejam reunidas o mais rápido -possível. Quero ir embora antes que a nevasca piore.

Anahí ficou boquiaberta, seu coração parecia querer saltar do peito.

— Você não vai levar Kazim a lugar nenhum — disse, agressiva. — Quando me casei com Christopher, adotei Kazim como meu filho. Legalmente, sou sua mãe, e por isso ele deve ficar aqui, na Inglaterra. Esta é a sua casa — terminou, dura, não se deixando intimidar pela expressão furiosa de Alfonso.

As sobrancelhas de Alfonso se contraíram:

— Isso que ela está dizendo é verdade? — perguntou ao ad­vogado, mas Anahí, que estava cansada de ser tratada como parte da mobília, olhou para Alfonso e, com as mãos na cintura e um olhar fulminante, disse:                                                         

— Claro que é verdade. Legalmente, Kazim é meu filho, e não vou permitir que o leve a lugar nenhum. Você não tem qualquer direito sobre ele.

— Veremos... ou melhor, meus advogados cuidarão disso — respondeu Alfonso, friamente.