Fanfic: Unidos pelo destino Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: Ponny romance

— Sua Majestade... me perdoe... eu não percebi...

O som da voz de Omram foi um balde de água fria na excitação de Alfonso. Lentamente, levantou a cabeça e olhou para o outro lado do quarto, com o peito arfando como se estivesse em busca de controle. Falava em árabe, gritando um comando furioso ao secretário pessoal, exigindo que sumisse dali, mas aquela interrupção o fez sair da espiral de excitação, e Alfonso olhou para Anahí com uma cara de desgosto por si mesmo.

O que o levara a abandonar todo o seu autorrespeito e digni­dade, sem falar no respeito de seus empregados, fazendo com que atuasse como um cão no cio?

Anahí sentira o som da voz de Omram, seu olhos já não de­monstravam a mesma paixão de antes, pareciam invadidos por um choque. As lágrimas que derramou encheram o peito de Alfonso de culpa e fúria. Mas ela estivera envolvida com ele, pensou. Ainda que naquele momento parecesse jovem e indefesa, com seus cabelos vibrantes contrastando fortemente com a branca pele de seu rosto.

Alfonso teve de se afastar dela antes que o fogo voltasse a tomar conta de suas veias. Apesar do terrível constrangimento de ter sido visto por seu secretário pessoal em situação tão comprome­tedora, sua urgência de possuir Anahí não desaparecera. Mas com um movimento brusco ele se levantou e ficou olhando para ela, com cada músculo de seu corpo sofrendo de frustração sexual.

— Cubra-se — disse, afastando os olhos, enquanto Anahí ta­pava os seios com sua blusa. — A resposta ao seu pedido para levar Kazim à Inglaterra é um não definitivo — disse, decidi­do. — O lugar dele é aqui. Mas o seu não. Sugiro que, para o bem dos dois, você volte para a casa que tanto batalhou para conseguir.

E afastou-se ainda mais de Anahí, com a cabeça rodando ao pensar em Kazim. O menino amava Anahí e a via como sua mãe. Seria justo separá-lo da mulher que cuidava dele desde bebê? Alfonso pensou no momento em que sua própria mãe deixou Qubbah, pensou na enorme falta que sentiu dela, desejando sua volta, e na dor que sentiu ao saber que ela não voltaria. Como permiti­ria que Kazim sofresse o mesmo, a mesma sensação de abando­no que assombrou sua infância após a partida de sua mãe?

Mas Kazim é mais jovem do que ele era quando perdeu a mãe, pensou. Logo se esqueceria de Anahí. Era o que deveria ser feito, decidiu. Pois a alternativa seria manter Anahí indefinida­mente no palácio, e seus hormônios não agüentariam.

Caminhou em direção à porta, mas não resistiu em dar uma última olhada nela. Seu desejo se transformara em uma agonia mais profunda do que qualquer outra coisa que já sentira por uma mulher. Seguiria proibida para ele enquanto fosse a viúva de Christopher, mas se a transformasse em sua esposa, ele teria direi­tos exclusivos sob seu corpo.

Casar-se com ela resolveria uma série de problemas, sem contar seu desejo, pensou, ao sair do quarto. Mas estaria ele realmente preparado para sacrificar sua liberdade casando-se com uma mulher que, evidentemente, era uma traiçoeira, simples­mente para poder aplacar seu desejo de levá-la para a cama?