Fanfic: Unidos pelo destino Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: Ponny romance

Pálidos raios de sol entravam pela abertura da tenda e tingiam a pele de Alfonso, despertando-o. Como sempre, ficou imediata­mente alerta, e virou a cabeça para Anahí, deitada ao seu lado, com seus lindos cabelos formando uma espécie de halo em volta da cabeça.

Na noite passada, quando ele voltou à cama, ela já dormia há tempos, e Alfonso ficou observando sua aparência jovem, tão ino­cente. O travesseiro estava amassado, e as marcas de lágrimas no seu rosto deixaram Alfonso com dor na consciência. Ele não costumava ser paciente com mulheres choronas, mas Anahí tinha chorado sozinha, em silêncio — ele não a ouvira do lado de fora da tenda, onde esteve todo o tempo.

Não deveria estar orgulhoso de tudo aquilo, pensou, enquan­to se abrigava no interior dos lençóis, tentando ignorar o fato de que ela estava deitada a poucos centímetros dele, com seu corpo delicado quase nu sob a camisola de seda cinza que deve ter vestido após sua saída da tenda. Mas naquele momento, já sob a luz do sol de um novo dia, foi tomado por um duro sentimento de vergonha.

Ela já não era virgem. Ele roubara sua virginidade com a do­çura de um bárbaro. É bastante provável que estivesse ferida, e quando pensou nisso levantou o lençol e se arrastou em direção à borda da cama, passando as mãos no cabelo. Anahí poderia ter feito o que quisesse no passado, mas não merecia tamanha brutalidade, e o fato de ter respondido de forma tão fervorosa não desculpa seu comportamento.

Logo percebeu que o som ritmado de sua respiração mudara, e ao olhar para Anahí viu que ela o encarava com olhos arrega­lados. Pela primeira vez em sua vida, não sabia o que dizer. Nada que usara com tantas outras mulheres valeria para aquele momento. Ele não entendia o silêncio nem aquele sentimento de culpa que era incapaz de verbalizar, nem entendia por que não conseguia tirar os olhos de cima dela.

Era a sua mulher, sua esposa, e seu desejo por ela aquela manhã parecia ainda mais intenso que na noite anterior. Mas ele teria que controlar o fogo que consumia suas veias e já o levara a agir sem pensar. De madrugada, chegou a jurar que não vol­taria a tocá-la até que ela pedisse. Não agiria como um bárbaro. Era um príncipe, e já era hora de agir como tal.

— Quero pedir desculpas pela noite passada — disse, com um tom de voz suave, mas capaz de abalar o silêncio reinante.

Os olhos de Anahí ficaram ainda mais arregalados.

— Pela noite passada? Por ter feito amor comigo?

Sentiu a surpresa nas palavras de Anahí, como suas desculpas fossem a última coisa que ela estivesse esperando ouvir.

— Fui bruto com você — assumiu. Desculpar-se não era fá­cil, mas neste caso era necessário. — Passei a última semana pensando o tempo todo em nossa primeira noite, e fiquei impa­ciente. Quando descobri que seria sua primeira vez, era muito tarde para aplacar minha fúria. Se você tivesse me contado... — e se calou, tentando claramente controlar sua impaciência. — Se eu soubesse, teria agido de forma diferente... teria sido mais gentil.

— Se você soubesse, não teria feito amor comigo — mur­murou Anahí. — Teria pedido a anulação de nosso casamento e a custódia de Kazim, certo? — perguntou, em tom de dúvida.

O olhar de Alfonso cruzou com o dela, e a tensão entre eles aumentou.

— Eu não me casei só por Kazim — disse Alfonso, áspero. — E você desperta em mim mais desejo do que posso controlar, não seria capaz de anular nosso casamento por conta de sua vir­gindade — disse, com um sorriso —, mas não teria me atirado em cima de você como um adolescente com os hormônios em chamas.

Anahí viu como suas bochechas ficavam coradas. Alfonso era um príncipe, e muito orgulhoso, mas ela confundira seu orgu­lho com arrogância e o odiou por isso — ou tentou enganar-se a si mesma. Imediatamente, levantou-se e sentou-se no canapé revestido de rica seda.