Fanfic: Unidos pelo destino Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: Ponny romance

— Estarei pronta em cinco minutos — disse, calma. Ele fez que sim com a cabeça e voltou a sair da tenda. Anahí percebeu a dor em seus olhos e sentiu pena de Alfonso.

Certa vez dissera-lhe que o amor era uma emoção muito va­lorizada, mas claro que isso não incluía o amor que sentia pelo pai. Ele amava o rei, e ela não queria imaginar no que poderia acontecer caso Kahlid não se recuperasse. Alfonso mostrara isso a ela nos últimos dias: não tinha um coração de pedra, era um homem até certo ponto gentil e paciente, às vezes chegava a ser doce. Mas Anahí não se preocuparia com ele por conta de um sentimento bobo, disse a si mesma. Era muito centrada para se apaixonar por ele... ou não?

— Alfonso? — Ele parecia pálido, e num impulso Anahí correu pela tenda, agarrando sua cintura. — Sinto muito pelo seu pai. Tenho certeza de que ele ficará bem — e sentiu vontade de ter uma poção mágica capaz de restabelecer a saúde do rei, mas isso, claro, era impossível. Tudo o que poderia fazer era oferecer apoio.

Ele a olhou, e Anahí ficou imaginando que pensava em tudo o que deveria estar acontecendo no palácio.

— Você tem um coração ridiculamente mole, kalila. Eu ado­raria ser tão otimista quanto você, mas meu pai tem oitenta anos e sei que não poderá viver para sempre. Sua preocupação é co­movente — disse, frio —, mas acho que não tenho tempo de levá-la para a cama agora.

Anahí imediatamente afastou seus braços, corada, pois ele não entendera seu gesto.

— Eu não queria fazer isso. Não estava sugerindo... estava simplesmente tentando demonstrar que estou ao seu lado... caso precise de mim — e mordeu os lábios, dizendo: — Como pode imaginar que eu pensava em fazer amor quando você acaba de receber notícias de seu pai?

— Eu não estava reclamando de sua necessidade de sexo, apenas da falta de tempo — respondeu Alfonso. E franziu a testa quando viu Anahí empalidecer, resistindo à vontade de afagá-la em seus braços. Queria distanciar-se. Os cinco dias que passara com ela foram muito relaxantes, mais do que imaginara, e ele ficou surpreso ao gostar tanto de sua companhia, na cama e fora dela. Mas era hora de voltar ao mundo real. Ficou muito mal ao saber notícias do pai, mas isso se misturou à culpa de ter que interromper sua lua de mel.

Alfonso ficou irritado. Por razões que não entendia, estava mui­to ligado a Anahí. Seria bom voltar à rotina do palácio. Uma vez envolvido com assuntos de Estado, relegaria sua esposa a uma posição menor em sua mente.

—  Logo que chegarmos ao palácio, vou ter de encontrar meus conselheiros, e vamos ficar reunidos todo o dia — disse. — Naturalmente, terei que visitar meu pai, e hoje à noite temos de ir a um jantar marcado há algum tempo com um visitante ilustre.

Só de pensar nas horas que teria de esperar até voltar à cama com ela, sentiu uma dor no peito, e beijou-a, como se a quisesse consolar. A resposta imediata de Anahí desencadeou uma onda de satisfação em Alfonso, mas ele foi forçado a afastar-se da tentação de tocar seu corpo.

— Vamos ter que aprender a domar nossa impaciência, kalila. Meus dias estarão cheios de compromissos, mas vou esperá-la na cama todas as noites.

Seria este o único papel de Anahí em sua vida, uma prostituta de luxo? Ela imaginou que tinham se transformado em amigos, mas talvez Alfonso estivesse ao seu lado apenas por conveniência, para passar o tempo.

— Parece que a única coisa importante entre nós é o sexo — disse Anahí, baixinho.

Alfonso andava em direção à entrada da tenda, mas voltou a olhar para Anahí e disse, friamente:

— É a única coisa que existe entre nós. O que mais poderia haver?